- Histórias de fantasmas são prepotentes por si só. É muita arrogância dos vivos acharem que podem contar a morte. – Resmungava o coveiro enquanto ajeitava a lapide torta de uma sepultura profanada. O morto era senhor de muitas terras e fora enterrado com joias até os dentes. Ironicamente, agora, nem isso lhe restara.
- Diz o velho corcunda que planta corpos. – A criatura levantou-se do topo de um mausoléu e suavemente pousou os pés no chão.
- Eu não os planto, Lullaby. Apenas sirvo carne aos vermes. - A criatura não o ouviu. Já havia dado as costas e se afastado. E o velho coveiro sabia o que essa saída súbita significava. Era hora de compor uma nova canção. Mas dessa vez ele se adiantaria e aguardaria o retorno da criatura já com uma cova aberta.