Uncover

Não faz isso

A sala estava em silêncio.

A frase de Simon parecia está sendo digerida por todos. Bailey continuava com a cabeça baixa, pensando no quão errado foi fazer o que fez, mas, sabia que as regras eram claras. Desde o primeiro dia em que assinaram o bendito contrato, de fato, estava escrito que em caso de agressão a expulsão seria clara. Sem segundas chances.

Mas, claro, ninguém contava que isso um dia iria acontecer.

Bailey tampou os olhos com as duas mãos e rapidamente Emma o abraçou. Noah e Sina se olharam. Foi então que, o silêncio chegou ao fim com o soluço alto de Shivani. Todos a olharam. Seu choro repleto de dor fez Sina rapidamente abraça- la  e Bailey olha-la. Ele engoliu em seco e rapidamente se levantou. Seus passos firmes e decididos não mostravam como ele estava por dentro depois de tudo;

- ei... - ele disse, baixo, e se agachou de frente a ela. Shivani fechou os olhos com força e os soluços de sua garganta não paravam de sair. Bailey então levantou a sua mão esquerda, e trêmulo, acariciou a bochecha dela, um gesto cheio de amor que já fazia parte deles dois. - Shivani, por Deus! Você não pode ficar assim por minha causa! Eu estou pagando pelo o que eu fiz! - sua voz saiu quase inaudível. - por favor, não deixa as coisas mais complicadas... Por favor. - suplicou

- eu sinto muito. - Simon pontuou, e deu as costas, ele sabia que eles precisavam de um tempo.

A sala voltou a ficar silenciosa. Emma, totalmente sozinha no canto da sala observava tudo em silêncio. O plano tinha ido alem do que ela imaginava. Tinha saído um milhão de vezes melhor. Sorriu, e arqueou as sobrancelhas enquanto fixava o olhar em Bailey e Shivani. Bailey fora do NU? Ótimo. Lá se foi um passo incrivelmente grande...com certeza poupou ela de muita coisa. Levantou o queixo e em uma postura impecável, caminhou até os demais.      
Bailey e Shivani se olhavam nos olhos. Um olhar cheio de dor perante a decisão que iria mudar a vida deles.

Afinal, o que irá acontecer depois?

•Shivani

Olha- lo nunca me causou tanta dor.

Agora mais do que nunca percebo o quão vulnerável sou em relação a ele. Cada centímetro meu dói. Como será a partir de agora? Eu não acharia que poderia ficar pior.
  Volto a sentir o meu queixo tremer e sem aviso, pulo em seus braços. Em prantos, o abraço apertado, com toda a força que ainda me resta. Choro. Choro sem me importar com todos que estão a minha volta. Tudo em mim está quebrado.

- m-me desculpa? - imploro - e-eu...eu não me lembro do que aconteceu... Juro que...me desculpa? Por favor?

- não. Eu não posso te desculpar porque quem quase o matou fui eu. - ele se afasta de mim, me deixando inteiramente vazia e fica de pé.

Meu olhar se ergue em sua direção e então, percebo seu rosto se fechar de uma forma que nunca havia visto antes. Ele volta a puxar o capuz do moletom preto pra cabeça e engole em seco;

- escutem todos! - grita - Eu sei a merda que fiz e sei que tenho que pagar! - bate no peito - não sou nenhum coitado! Sei que quase matei o Nicolas e agradeço por não está atrás das grades nesse momento! Eu errei! Fiquei cego pelo ódio! Afinal, não é todo o dia que você vê a sua namorada... - nos olhamos e é como se o mundo todo caísse em cima de mim. - eu mereço isso. Então, peço que por favor, não lamentem a minha saída, porque se tem alguém que precisa disso é ele, que está em um hospital, cheio de aparelhos, por minha causa! Eu não sou o mocinho! Agradeço tudo o que vivi, agradeço aos amigos que fiz...e agradeço a você, Shivani, por ter feito parte disso. Mas, já deu pra mim!