XII - Encontro a meia-noite

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Reino: PiscesCapital: AlrishaCidade: Alpherg, lado terrestre

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Reino: Pisces
Capital: Alrisha
Cidade: Alpherg, lado terrestre

A MEDIDA EM QUE o dia do juramento à Deusa Oceana se aproximava, Olianna tinha mais dificuldades em dormir, estava inquieta, angustiada e com uma assustadora sensação claustrofóbica de como se aquele lugar se tornasse mais pequeno a cada dia que passava, e em vez de protege-la, estivesse prestes a esmaga-la.

Ela sabia que algo estava errado pois já não se sentia como ela mesma, executando quase que de forma robótica a mesma rotina de sempre, e naquela manhã não foi diferente. Acordou antes dos primeiros raios de luz aparecerem, organizou sua cama, tomou um banho e vestiu algumas das roupas verde-escuras que tinha em seu armário.

O cabelo liso azul, com mechas rosas na parte da frente, estava trançado, embelezado com diversos anéis ao longo das tranças que desciam até a nuca, terminando em seus ombros, então limitou-se em cobri-lo com um lenço da mesma tonalidade de suas roupas de sacerdotisa, e finalizou o seu costumeiro ritual com pinturas sob a pele morena em um tom avermelhado, acrescentando acessórios, como os habituais brincos que rodavam as orelhas em um formato que lembrava muito a espinha curvada de um peixe, e um bracelete no antebraço direito.

Ela não levava sapatos, assim como todas as sacerdotisas do templo, seu pé estava apenas coberto por uma meia — do mesmo tecido especial das suas roupas que não molhavam — que deixava os seus dedos amostra, terminando a poucos centímetros abaixo do joelho, continuando com uma fita verde com detalhes dourados que subia até a coxa, conectando-se com o calção curto por debaixo da saia que deixava a perna amostra através de uma fenda.

Após lançar um último olhar ao espelho, Olianna abandonou o aposento carregando consigo seu Shakilé, uma pedra plana com efeito marmorizado, que não afundava, e as sacerdotisas em Pisces usavam-na para se sentarem e poderem fazer suas meditações e orações.

Embora aquele dia tivesse começado exactamente como os outros, ele seria um pouco diferente já que elas sairiam do mosteiro, depois de tanto tempo, e iriam para o centro da cidade. Com os preparativos do festival da água, as pessoas já tinham montado as suas bancadas de artigos únicos e comidas.

Tencionava aproveitar a oportunidade para comprar algum presente para os seus pais, ver sua melhor amiga, Pualani, e mais outro amigo que conheceu recentemente e se comunicavam por cartas, já que as sacerdotisas não usavam dispositivos de comunicação. Essa era a última oportunidade para vê-los porque na manhã seguinte, bem cedo, elas iriam para o templo principal, para a comemoração do novo ano celestial, o ritual de purificação e o juramento.

Ela dirigia-se ao templo do mosteiro seguindo o fluxo de sacerdotisas que também iam naquela direcção para fazerem a primeira oração da manhã. Duas cores de vestes se destacavam: o verde-escuro, das que ainda não tinham feito o juramento, e o azul da cor do mar, das que já o tinham feito. Havia também as que usavam a cor roxa, mas eram pouquíssimas, já que essas lidavam directamente com a Alta Sacerdotisa.

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