Capítulo 6

2.9K 257 82
                                    


"O amor é a única loucura de um sábio e a única sabedoria de um tolo". William Shakespeare



Quando abriu os olhos estava em casa, jogada ainda com as roupas da rua em sua cama.

Não se lembrava de como havia ido parar ali, olhou o relógio, era tarde, dormira praticamente o dia inteiro, e mesmo de pé ainda se sentia sonolenta.

Satisfeita por finalmente acordar e não se sentir nauseada foi até a geladeira e pegou uma fruta, comia calmamente enquanto caminhava tranquilamente para o banheiro.

Terminou de comer sua fruta e já no quarto começou a se despir, vestia-se como civil naquele dia já que a única coisa que fazia diariamente era ir até o hospital e trocar as roupas comuns pelo jaleco, retirou a blusa fina e branca que havia colocado de manhã e logo em seguida as calças compridas, se dirigiu até o banheiro acoplado e enquanto amarrava os fios rosados não pôde deixar de se observar no espelho, o sutiã a incomodava então tratou de retira-los rapidamente, quando seus olhos caíram para os seios eles pareciam maiores e os mamilos mais escuros. Novamente passou os dedos, estavam sensíveis.

Caminhou até o box e abriu a torneira, levou uma das mãos até a água morna que caía do chuveiro, notando a temperatura agradável se inclinou para retirar a calcinha.

Entrou no box e sentiu o jato forte da água lhe atingir as costas, o relaxamento foi instantâneo.

Pegou o sabonete na lateral e começou a esfregar as mãos nele para gerar a espuma.

O cheiro de pêssegos inundou todo o banheiro.

Sentiu uma pontada no estomago, bufou, enjoo de novo não...

Fechou os olhos e tentou relaxar novamente para que aquela sensação melhorasse.

Começou a passar a espuma espessa pelo pescoço, desceu as mãos até seu colo e logo em seguida para os seios, esfregou as mãos por toda a carne volumosa sentindo-os completar por inteiro suas mãos e ainda sobrar, estranhou, seus seios sempre foram menores que suas mãos, não se manteve muito ali pois a sensibilidade era alta, desceu e passou a espuma por sua barriga, por seu ventre, percebeu estar levemente inchada, talvez fosse a menstruação finalmente dando sinal. Desceu mais a mão até o vale entre suas pernas e tocou sua vagina, abriu os olhos.

Sentiu uma leve vertigem, segurou-se para não cair.

Respirou fundo e após se enxaguar rapidamente desligou o chuveiro.

Saiu do box e nem se preocupou em se secar, correu novamente para o espelho.

Limpou o vidro embaçado e pôs-se a se analisar novamente.

Aqueles sintomas...

Náuseas constantes, aquele sono que não passava, seus seios maiores e sensíveis e por último...sua menstruação que nunca antes havia atrasado tanto.

Se qualquer paciente chegasse até ela com esses sintomas, só pediria o exame de sangue para confirmação.

Havia algo errado, ela sabia, como médica ela tinha certeza, tentou se iludir achando que era por causa da missão, por preocupação mas...

Vestiu-se rapidamente e saiu de casa.

Era tarde, pouquíssimos funcionários estavam transitando pelo hospital e exatamente aquela hora era troca de plantão. Era sua chance, foi até o almoxarifado e pegou o material de coleta.

Correu até sua sala e trancou a porta, deu graças por ninguém ter percebido sua presença ali, sentou-se sobre a mesa e calçando as luvas procurava uma veia boa, amarrou a borracha no braço e deu dois tapinhas no mesmo, fazer aquilo com apenas uma mão era complicado mas nada que ela não tivesse prática, uma veia saltou e prontamente ela enfiou a agulha, a dor não incomodou mas a ansiedade a matava, retirou pouco sangue mas o suficiente para o exame.

Olhos VermelhosOnde histórias criam vida. Descubra agora