Capítulo 16

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"A medida do amor é amar sem medida."

Santo Agostinho


Era início de madrugada, após desistir de lhe atormentar questionando o que teria acontecido, Juugo havia o deixado em paz, mas agora parado diante da porta do quarto fechada sentia o chakra no mesmo lá dentro, fazendo companhia ao dela que variava devido a condição em que se encontrava.

Estava hesitando em adentrar no aposento...

-Obrigada Juugo

Foi tudo que ouviu quando o enorme ninja finalmente abriu a porta e saiu.

-Sasuke-sama!

Ele se surpreendeu com a presença do Uchiha

Devido a seu passado, achou que o mesmo passaria a madrugada fora.

O moreno apenas o mirava

-Trouxe algo para Sakura-chan comer, ela não deve ficar sem se alimentar, trouxe Umeboshis* para ver se ela conseguiria comer....teve desejo esse dias.

O ruivo comentou e sorriu levemente.

Observando a falta de resposta do outro seu sorriso morreu

-Boa noite Sasuke-sama.

Disse já se retirando para seu quarto mais adiante, deixando o moreno novamente de cara com a porta.

Aquela porta que o separava de suas dores.

Por fim adentrou no recinto sentindo a escuridão o envolver. Ela estava deitada sobre a cama, como ficara praticamente o dia inteiro, nem se mexeu diante de sua presença.

Sabia que ele estava ali, sentiu sua presença desde o momento que esteve parado por detrás da porta, e mesmo agora de olhos fechados tentando passar a impressão que dormia, sentia a movimentação do mesmo pelo aposento escuro.

Ouviu o mesmo ir até o banheiro e voltar instantes depois se ajeitando no futon sobre o chão, o mesmo em que dormiu durante o tempo de recuperação de Suigetsu em seu quarto.

Após tudo ficar no mais profundo silêncio abriu os olhos novamente deixando-se mergulhar naquele vazio apesar de estar acompanhada.

Não sabia o que as revelações de mais cedo haviam causado nele, mas realmente não se importava, tudo que lhe segurava ali, lhe mantinha estável e com sanidade era aquela criança que levava em seu ventre.

Já era um hábito comum encontrar a cerejeira acariciando a pequena barriga do primeiro trimestre de gestação.

Fechou os olhos por um instante, não conseguia vislumbrar um futuro feliz em tudo aquilo, em que tudo se resolvesse, em que ela e sua criança fossem felizes.

Não se dependesse daquele homem deitado a poucos centímetros dela.

Talvez o irmão errado tivesse morrido...

Sentiu um enorme frio ao pensar aquilo e apertou a barriga com mais intensidade.

Aquele irmão que conheceu, o que estivera com ela concebendo aquela criança...aquela era uma pessoa talvez para se amar.

Não parecia o assassino cruel

Parecia uma pessoa sedenta, tanto quanto ela.

Se lembraria para sempre dos toques, dos gemidos, das sensações.

Independentemente de qualquer coisa aquele bebe foi sim feito com amor, com muito amor.

Mesmo não tendo sido real

Olhos VermelhosOnde histórias criam vida. Descubra agora