first day

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o sol parece ter nascido mais cedo do que o esperado, indicando que aquela era mais uma segunda-feira de uma longa semana, e se ainda não estava ruim o suficiente, havia como piorar. era a porra do primeiro dia de aula em derry.
os alunos arrastavam seus corpos cansados das férias e noites mal dormidas pelos corredores, deixando olheiras escuras e roupas amarrotadas visíveis para qualquer um que quisesse observar. bem, exceto por finn.

ele havia faltado pela primeira semana de aula inteira, acabou preso em sua cama, levantando-se apenas para comer baurus com queijo e tomate, vez ou outra, sempre evitando contado com a maldita luz, o colégio acabou ligando para mary, sua irmã mais velha e responsável pela sua guarda, que se explicou embaraçosa alegando uma terrível dor de garganta do garoto, mas garantindo presença de finn na semana seguinte.

mary chegou cansada em casa na madrugada de sexta-feira, e se dirigiu ao quarto de finn, adentrou sem bater, observando wolfhard debruçado em um livro velho.

— você mentiu finn, eu odeio isso. odeio mentiras e eu te dou a porra da liberdade para me contar tudo, eu entenderia se me dissesse que não queria ir para a escola na primeira semana, eu já fui uma adolescente e eu sei como é isso, eu espero que isso não se repita. segunda te levo para a escola, não se atrase. — mary saiu sem que finn pudesse responder, por que ela sabia que ele não o faria, apenas a olharia com uma cara de garoto arrependido e inventaria mais uma desculpa esfarrapada.

finn suspirou pesado e se dirigiu a sua mochila, separou um dinheiro em cima da cômoda para comprar uma caneta e um lápis no dia seguinte e deitou-se na cama, na intenção de dormir mais uma vez naquela tediosa madrugada sem vida e cor. tudo estava quieto, os cachorros barulhentos da vizinha resolveram se calar no pior momento. wolfhard se sentiu fraco e vulnerável, assustado como uma criança perdida.

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