blue boy + fack

friend

mary não atendeu, finn também não fez questão de insistir na ligação, ela provavelmente estava ocupada demais embarcado em um voo para algum país distante com o namorado velho dela.

— nós vamos morrer aquiiii — jack disse se desesperando logo que a chamada deu-se por "não atendida"

finn riu, mas por dentro estava relativamente preocupado. não com ele, mas sim com o pequeno garoto a sua frente que parecia com fome sede e frio.

grazer decidiu entrar no carro e dar ré, mesmo com apenas o mínimo de conhecimento sobre aquela engenhoca na qual ele temia tanto. ele reprovou na alto-escola sete vezes, mas naquele momento só queria se deitar em uma cama confortável, então faria o impossível se necessário para sair do meio do mato. bem, e ele conseguiu. o carro não estava danificado, era apenas algo superficial.

—finn wolfhard, você me fez esperar por quatro horas sentado em um tronco de madeira desconfortável enquanto você só precisava ligar essa porcaria e dar ré? — o pequeno reclamou muito, mas era jack grazer, se ele não reclamasse de algo o mundo provavelmente acabaria.

— você parece um pincher bravo!

— você parece um drogado — Jack rebateu a provocação como uma criança na quinta série.

— não quer ir embora logo sr. estresse? então dirija para casa sozinho — finn continuou a irritar seu amigo

grazer ficou sem palavras e acabou se emburrando, indo até o banco do passageiro e sentando-se lá, olhou bem no fundo dos olhos de Wolfhard e sussurrou um "você venceu". finn deu um sorrisinho de canto e entrou no carro, com a cabeça erguida e olhou para o pequeno, que estava com os olhos marejando

—  oque aconteceu jack? por que você está chorando? foi por causa da discussão que você perdeu? se quiser a gente pode começar de novo e eu posso te deixar ganhar — o de cachos perguntou preocupado falando tudo rapidamente, curvando seu corpo na direção de dylan afim de ver seu rosto melhor

— eu não posso voltar para casa — grazer disse limpando as lágrimas teimosas que insistiam em caírem em seu rosto branquinho

— voce pode ficar na minha, sabe disso. quer conversar sobre o por que não pode retornar para casa? — finn disse tudo de maneira calma e sútil, assim como a psicóloga do colégio costumava fazer com ele quando pequeno

— meu pai está lá, ele voltou, faz três semanas. liberaram aquele monstro da cadeia mesmo eu ainda tendo marcas pelo meu corpo, finn, ele não ficou nem dois meses na porra da prisão! — wolfhard entendeu oque jack queria dizer mesmo sem ter tocado diretamente no assunto, por que ele também havia pesado pela mesma coisa. papais problemas não era lá algo tão incomum.

— você não vai voltar pra lá tá bom? fica calmo, respira, aquele homem vai pagar por tudo. — finn disse mesmo sabendo que aquela era uma doce mentira, por que homens influentes e ricos não pagam por seus erros.