VII.

304 41 6
                                    

O caminho do porto até a casa de Johnny - na verdade um apê perto da universidade - foi rápido, e a mão do maior ficou o tempo todo massageando a perna de Taeil. Esse se sentia nervoso, provavelmente devidas às grandes emoções daquela noite, mas o carinho o acalmava.

Ao chegarem, saltaram do carro e rapidamente se direcionaram à entrada da casa pois a chuva, que antes havia cessado, acabava de voltar a cair. Johnny destravou a porta e abriu espaço para que Taeil passasse, assim ambos parando na sala de estar. As paredes escuras constrastavam com os móveis brancos, muito confortáveis ao olhar. O mais velho abraçava o próprio corpo, sentindo o macio moletom do outro esquentando-lhe os braços.

- Obrigado. Por tudo. - Taeil se pôs na frente de Johnny e lhes entrelaçou as mãos, num toque carinhoso.

- Olha, Tae... Posso te chamar assim? - Ele assentiu. - Eu... Eu sei que a noite não terminou como a gente esperava e tal, mas quero que você saiba que o que aconteceu, lá no estacionamento da lojinha, foi importante pra mim. Uma luz fraca e milkshakes nunca significaram tanto. - Sorriu olhando para baixo, envergonhado. - Talvez, só talvez, eu já tivesse um crush em você desde antes de você ficar me secando enquanto eu jogava beerpong.

- Mentira! E você não me falou antes? - Taeil dava soquinhos no braço do outro enquanto sorria. Logo Johnny segurou a a mão dele e o puxou para um abraço, com o queixo descansando no topo de sua cabeça. Involuntariamente, começaram uma valsa delicada, apenas indo pra lá e pra cá lentamente.

Johnny poderia ficar assim por quanto tempo pudesse, mas o ato foi interrompido por Taeil, que se desvencilhou do abraço e se pôs nas pontas dos pés, assim alcançando o mesmo nível do outro. Palavras não foram encontradas mas eles sabiam exatamente o que estava sendo dito naquele momento. O laço entre eles era forte e ambos puderam sentir muito bem. Johnny segurava firme a cintura de Taeil, que fazia um carinho singelo nas bochechas dele com as mãos no seu pescoço.

Se aproximaram devagar - não tinham pressa - e seus lábios se tocaram com calma. O sentimento era de que aquele era o primeiro beijo deles, seus corações batiam forte mas ainda assim em sincronia e suas bocas se encaixavam perfeitamente como se tivessem sido feitas uma para a outra.

Assim que o beijo foi aprofundado e suas línguas começaram uma dança sem fim, ambos sentiam-se no céu. Johnny tinha certeza que um anjo estava em suas mãos e Taeil sentia-se encantado com os toques do outro. Caíram juntos no sofá sem desgrudar suas bocas.

Mas as imagens acertaram Taeil em cheio. E ele esqueceu que quem estava ali com ele era Johnny, e não Siwon. Porém era tarde demais. Ele já havia empurrado o outro pra longe e gritado para sair, fazendo-o cair no chão. Assim que percebeu, correu para ajudar Johnny, desculpando-se diversamente, tropeçando nas palavras e nas lágrimas que caíam.

Johnny só então havia lembrado do porquê do comportamento de Taeil e sentiu-se imensamente culpado por levar as coisas tão longe. Disse ao pequeno que não se preocupasse. Deu a ele roupas grandes e confortáveis, fez-lhe um chá calmante e, assim que vestiu sua calça de moletom para dormir, aconchegou-lhe em sua cama, já posta.

Johnny deu-lhe um beijo demorado na testa. Logo se direcionou a porta - dormiria no sofá - mas um chamado o parou.

- Johnny? - Taeil o chamou baixinho.

- Oi, Tae. - Voltou à beira da cama e ali se ajoelhou para nivelar-se ao outro.

- Você pode dormir comigo? - Escondeu o rosto assim que Johnny sorriu largo.

- Com certeza.

O maior deitou atrás de Taeil, com as costas dele em seu peito, numa conchinha perfeita. A respiração em seu pescoço fazia Tae sorrir e apertar mais os braços que o circulavam. Logo ela se tornou mais espaçada, dando a entender que Johnny havia caído no sono

- Boa noite, Johnny. Obrigado. - E então Taeil fechou os olhos.

Mas ouviu, num sopro bem baixinho atrás de sua orelha, e então sorriu.

- Boa noite, amor.

breathin • johnil Onde histórias criam vida. Descubra agora