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Estou no carro com minha mãe já vai fazer muito tempo, eu já não consegui decorar o caminho.

-Onde estamos indo mamãe?

-Você já vai saber filha -ela diz olhando para rua

Eu só concordo com ela, e em pouco tempo, ela vira a rua e paramos em frente a um prédio grande branco, com portões de aço e alguma coisa escrita, mas eu não seu ler, ainda não fui para escola depois do acidente, então não aprendi a ler.

Mamãe sai do carro e vai até a porta de trás, me solta da cadeirinha e pega eu no colo

-Que lugar é esse mamãe? -pergunto um pouco assustada

-É onde você vai morar querida - ela responde sorrindo amarelo Entramos naquele lugar e ela vai até a moça da recepção e elas começam a conversar

-Olá Lydia -diz a mulher a mamãe -Vejo q tomou a decisão certa -ela diz me olhando -Ela tem quantos anos?

-7 anos e meio -responde mamãe

-Nome completo da nova paciente

-Angela Petrissone Oswald -diz
minha mãe

-Por quanto tempo ela vai ficar aqui? -a mulher pergunta e minha mãe não responde, apenas olha para mim -Entendi

-Vamos ficar aqui mamãe? -pergunto -Essa casa me da medo, parece um hospital.

-Você vai ficar aqui, Angela - diz mamãe com a voz calma e eu começo a negar com a cabeça quase chorando - A mamãe precisa ser feliz filha, eu não preciso de gente com problemas mentais como você comigo

-Não mamãe! - eu começo a gritar e abraçar ela - Eu preciso de você comigo mamãe - as pessoas já estavam vindo me tirar se cima dela - Eu amo você! Não me deixa! MAMÃE!

Acordo em um pulo e sinto minha cabeça rodar e fecho os olhos por uns instantes.

Sempre que eu tomo os remédios injetáveis, eu tenho pesadelos de quando eu vim parar aqui.

Já vai fazer mais de 10
anos que eu não vejo mais a minha mãe, exatamente 12 anos ela me deixou aqui, sozinha.

Está de madrugada, por que no relógio marca 03h45 a.m. e essa é a hora em que eu gosto de ir ao jardim. Não aquele que tem na frente do hospício, que é cheio de flores, eu gosto daquele outro, nos fundos - perto da floresta - onde as flores estão secas e com cores opacas. Sempre achei flores assim mais bonitas.

Desço da minha cama e calço a minha pantufa velha, que já está suja. O que antes tinha sido azul claro, hoje está cinza.

Abro a porta do quarto o corredor em silêncio e vazio e os outros quartos com a porta fechada.

Começo a andar fazendo o mínimo de barulho possível até que chego a porta da frente do Hospital Psiquiátrico Salvação e ando até os fundos e me sento no chão do velho jardim, em frente a algumas flores secas.

Ouço um barulho vindo da floresta, um barulho sutil e diferente daqueles que os coelhos fazem.

Agora é sua chance, Angela - Diz a voz constante em minha cabeça

Me levanto e corro em direção a floresta. Pulo o muro com muita dificuldade e corro.

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MAIS UM LIVRO GUYS!

Espero que gostem

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JackOnde histórias criam vida. Descubra agora