ANTONY Uma noite * livro 1 DEGUSTAÇÃO

Capítulo 14

HALSEY

— Vou ao banheiro. — falo enquanto termino de me vestir. Gostaria de repetir isso mais algumas vez hoje, mas preciso ir embora, colocar os pensamentos em ordem. Hoje foi um dia muito intenso. Antony assente e permanece encostado na parede, a satisfação brilha naquele rosto esculpido e santo Deus, ele está pronto para a próxima, desvio o olhar e corro em direção ao corredor.

— Não demore, Miller. — grita de forma autoritária ao me ver saindo e sorrio sem que ele perceba.

Fecho a porta e sento na privada, meu corpo está todo quente, borbulhando com vontade de outra dose dele. Um suspiro escapa dos meus lábios ao fechar os olhos e relembrar algumas partes e sei que estou perdida, essa realidade que criamos é deliciosa.

Passo uma água pelo rosto tentando acalmar meu coração, ajeito um pouco o cabelo e volto para a sala.

— Sim, para dois, por favor, obrigado. — ergo a sobrancelha o encarando.

Ele está de cueca, o que não melhora muito a situação, já que o volume continua ali me provocando. Ele é lindo e não me canso de admirá-lo.

— Estava pedindo almoço. Estou faminto. — ele abaixa a voz e dá uma piscadela sem vergonha. Reviro os olhos e retruco:

— Você nem sabe do que eu gosto. — ele passa a mão pelo queixo e me observa atenciosamente.

— Miller, Miller, me dê algum crédito, querida. Pedi hambúrguer, ok? Quem não gosta? — ele fica sério, mas é óbvio que está curtindo essa brincadeira.

— Justo. - comento afirmando, até que ele tem um pouco de razão.

Ele se aproxima com aquele andar malicioso, como se fosse dono no mundo. Meu corpo reage instantaneamente e agora com motivo.
Antony está quase nu, seu cabelo está desgrenhado e a cueca box preta que está vestindo não deixa muito para a imaginação, posso claramente, ver cada contorno do seu corpo definido.
Que Deus me ajude.

— Vou tomar um banho rápido. — diz e eu fico parada em silêncio, enquanto ele caminha para longe — Isso foi um convite, Miller. Às vezes você é bem lenta. — ele ri da própria piada e continua andando.

— Engraçado. - resmungo e vou para o sofá.

Ouço o barulho do chuveiro ligando e minha mente logo é atraída para lá, imagino minhas mãos percorrendo aquele peito e descendo pela curva da barriga, seus olhos famintos implorando por um toque meu e nossas respirações altas e descontroladas, se misturando ao vapor da água. Céus, que poder é esse que ele tem sobre mim? Sinto um formigamento me dominando e quase sou vencida pela vontade de correr até ele, quando o interfone toca.

Droga.

Libero a entrega e vou para a cozinha organizar a mesa.

— Por que está corada, Miller? Estava pensando em mim? — ele arqueia uma sobrancelha e estou tentada a abaixá-la permanentemente com a faca que estou segurando.

— Não seja ridículo. — retruco mentindo novamente, isso está ficando comum perto dele.

— Certo. — responde sorrindo, porque sabe que estou faltando com a verdade de novo.

— Vamos comer então. — encerro o assunto, porque ele já ganhou essa de qualquer forma.

O silêncio entre nós é agradável, não fica constrangedor e nem me sinto obrigada a puxar qualquer conversa, nosso entrosamento é bem legal, não posso reclamar. Antony tem um humor admirável, isso vale muito para mim, de verdade, mas agora sei toda a bagagem que carrega, a tristeza e a culpa que está alojada no seu coração, fico me perguntando quais desses sorrisos são realmente verdadeiros e qual faz parte da máscara, eles são sempre intensos e cheio de malícia, fica bem mais difícil discernir.