ANTONY Uma noite * livro 1 DEGUSTAÇÃO

Capítulo 6

HALSEY

Ele pede passagem com a língua empurrando lentamente, suas mãos seguram meu rosto com firmeza e o toque quente dela contra a minha pele é maravilhosa. Abro mais a boca permitindo que nossos mundos se encontrem e por um momento, não preciso de mais nada.
Nossos corpos, mesmo naquele lugar apertado, encontra uma forma de se encaixar, como se fossemos um quebra-cabeça, enfim montado.

— Miller. — diz ofegante, mas eu não queria ouvir, não queria parar o beijo, porque se isso acontecesse, o barulho no meu peito daria espaço a realidade e eu não poderia lidar com isso agora.

Levanto os olhos e o vejo me encarando, talvez esperando ver o arrependimento nos meus olhos, mas a única coisa que nublava minha visão era a luxúria, o desejo por mais, eu aceitaria o que ele quisesse me dar agora, precisava dele mais perto.

Antony desliza a mão pelo meu rosto novamente e fecho meus olhos. Seguro seu punho e deposito um beijo ali. Ele tem que saber que também quero isso.

— Foda-se. — o ouço murmurar ao diminuir a distância entre nós e me beijar com vontade, sinto a urgência, a necessidade em cada passeio das suas mãos pelo meu corpo, como se eu fosse a água no deserto em que ele está agora, é a sensação mais erótica da minha vida.

Diminuo ainda mais o espaço entre a gente, passo a língua pelo seu lábio inferior e o sinto arfar, o que faz todo meu corpo estremecer.
Seu perfume inebria a minha mente e leva embora o resto de juízo que eu ainda tinha. Encosto minha testa na dele e ficamos assim, meu peito subindo e descendo com a respiração acelerada e ele com os olhos fechados, perdido.

— É melhor eu entrar. — digo, após um tempo. Ele se afasta, apoia a cabeça no volante e fica em silêncio. Pego minhas coisas e saio sem dizer nada.

Antony continua parado, talvez esperando que eu suba, não sei, mas assim que passo pelas portas, ele dá partida no carro e vai embora, deixando um vazio em mim que antes não existia.

Passo o resto da noite no sofá, mudando de canal sem realmente me atentar a nada, não sei aonde a mente dele o havia levado, mas ele permaneceu lá, foi como, se em algum momento, ele tivesse se dado conta do que estávamos fazendo e permitiu que uma barreira de gelo se erguesse sobre nós, o que eu, sinceramente, não entendo.

Não consigo impedir meus pensamentos, o que quer eu faça, acabo voltando para o interior daquele veículo e revivendo o que aconteceu.
A forma como seus lábios ficaram inchados depois do nosso beijo ou os olhos fixos nos meus enquanto arrastava os dedos pelo meu braço, de uma forma lenta e sensual, me torturando.

Adormeço ali mesmo e acordo com o som do despertador. Busco pelo meu celular e não vejo nenhuma mensagem do Sr. Carter, nenhuma notificação dele. Confesso que isso me decepciona um pouco, mas jogo o aparelho no sofá e vou para o banho.

Chego na empresa um pouco mais cedo, aproveito para ler os e-mails e adiantar algumas coisas. A manhã passa tão rápido, provavelmente porque me ocupei de todas as coisas possíveis, dessa forma, não tinha tempo para pensar nele e no que aconteceu ontem.
Saio para almoçar com os meninos e foi o ponto alto do meu dia. Eles são super engraçados e barulhentos, chamaram a nossa atenção algumas vezes no restaurante e não nos importávamos. Nossa conversa era mais interessante.

— Então, Halsey, tem namorado? — Brian pergunta.

— Não. — respondo rapidamente.

— Por enquanto. — Brian comenta me mandando um beijo e todos caem na risada novamente. Idiota.

Na parte da tarde, volto a me ocupar tanto que as horas passam em um piscar de olhos, quando percebo já está a noite e acabei fazendo horas a mais. Confiro se a chave está na minha bolsa e resolvo ir andando para casa de novo, por mais que seja cansativo, é uma boa forma de colocar meus pensamentos em ordem.