Primeira Prova - Parte II

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— Estou aqui por vingança. Meus pais foram mortos por esses demônios. Depois de ser acolhido pelo Partanne. Ele nutriu em mim a vontade para não perecer, então, aqui estou eu. Comecei por vingança e agora, sinto que tenho uma divida a pagar com ele. – esbravejou Bacchiro.

Todos aplaudiram ele. Mozart e Yunkay se identificaram um pouco com aquelas palavras.

— Próximo.

Sayuri levantou e ajustou o sobretudo. Ela estava visivelmente constrangida com a situação, mas seu sorriso inocente e o brilho em seus olhos indicava o desejo de falar.

— Eu quero me tornar uma caçadora desde de pequena. Meus pais eram uma inspiração e força para mim, eles me encorajavam a isso. Depois da morte deles, me apeguei ao Bacchiro mais ainda e quando ele me pediu em casamento, eu decidi viver uma vida de Caçadora ao seu lado. 

Só assim eu poderia proteger ele. Estou aqui por você, Bacchi.

— Fofos. - comentou Mozart.

Sayuri corou e foi até Bacchi, pulando em seus braços e se sentando aninhada ao lado dele.

Mozart já levantou, empertigou as costas e sorriu para as pessoas.

— Eu nasci em Corvo Branco. Desde pequeno conheço Yunkay e somos amigos a muito tempo, quando os demônios atacaram e nosso lar foi destruído, fiquei perdido. Yunkay me consolou e Marino me acolheu. Conheci Luna e Dilo e adoro eles. Bom, não foi algo tão físico quanto um corte no rosto. Eu quero ser um caçador para lutar ao lado de Yunkay e conquistar algum mérito próprio.

Uma salva de palmas para o Mozart foi feita. Alfred e Kendrick se entreolharam assustados, a menção do Mozart ao corte no rosto poderia ter sido uma piada. Porem, se não fosse, como ele descobriu o juramento dos irmãos?

— Não tenho muitas coisas diferentes para dizer. Cresci junto do Mozart e nossas histórias são iguais. Estou lutando para proteger ele e Luna, proteger o povo e nossa história. Eu estou lutando para conquistar de volta o sonho das crianças, que elas não temam mais ao que se esconde na floresta! – conclui Yunkay.

O discurso dele fora motivador e cativante, as últimas palavras encantaram Dilo e Alfred mais que os demais e os mesmos, aplaudiram com respeito e admiração.

— Bom, Marino me chamou para treinar e eu fui por curiosidade, conheci Luna e me apaixonei rapidamente. Ela me encantou e me motivou, antes dela, eu iria me tornar um fazendeiro. Agora, quero usar minha espada em prol dela. – disse Dilo.

— Eu estou feliz por ter te conhecido, Dilo. Quero me tornar Caçadora para honrar meu pai, o Barão Marino e minha mãe, a diretora Kanandis. – falou Luna.

A súbita revelação dos pais grandiosos de Luna surpreendeu a todos, menos aqueles que já sabiam e moravam com ela.

Kendrick levantou e o clima ficou instável. Por poucos segundos, pareceu Uriel ao lado dos jovens e alguns dele sentiram isso. Entretanto, Uriel não sorriria tão gentilmente quanto Kendrick estava.

— Um brinde aos nossos dois casais noivados. – propôs ele.

Todos levantaram a caneca de cerveja escura e deram uma golada forte. Um sentimento momentâneo percorreu todos que bebiam, como uma força em conjunto com seus companheiros. Ali, naquele almoço, todos deram um passo a frente e se tornaram mais próximos, mais como irmãos do que amigos. Suas energias renovadas e sua animação restaurada, os corações fortes deles piscavam esperança vertiginosa e como um colossal e voluptuosa era a força da aura que eles exalavam. Algo mágico e metafísico encantavam todo o salão e até os professores sentiram. Um grupo de oito conseguiram consolar e alegrar um salão inteiro.

Um Caçador: Humano ou Demônio?!Onde histórias criam vida. Descubra agora