Velhos Segredos De Uma Velha Capital - Part I

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O dia surge repentinamente para a maioria dos caçadores, aquela sensação de não ter dormido direito com os olhos ardendo e aquela leve dor de cabeça se encontrava em dominância. A manhã para eles, com o sol nascendo pelo sul com aquele céu vermelho sangue, alguns filhos de sonhadores tinham a sensação de que era um mau presságio. Já outros se sentiam calmos como o céu ainda estrelado que se via no norte, a mágica desse continente ao se ver a mescla do amanhecer, sol e lua podem se ver frente a frente por um pequeno tempo.

Os caçadores já tinham partido, com as palavras de boa sorte de Rob e Kannandis, que desejaram a eles, do fundo de seus corações, uma boa viagem e sucesso na caçada guiada.

Na primeira noite de viagem, enquanto os 8 caçadores repousavam na floresta sobre a vigilia de Luna e Acsa, lá na Academia, o portão se abre – do seu grande centro, apenas uma figura branca saí e num rompante veloz se apressa a correr entre a floresta, em direção a Velha Capital. Infelizmente, não era Bacchiro e Sayuri que ainda estava de cama por causa dos terriveis ferimentos da batalha.

A primeira manhã fora da academia se seguiu em ordem e seria, os caçadores não estavam muito animados para conversar alegremente. Todos pareciam um pouco sombrios, envoltos em pensamentos e, por isso, o dia fora meio demorado.

Ao pôr do sol, enquanto eles arrumavam o acampamento para passarem a segunda noite da viagem, o portão da academia se abre e uma dama saí num rompante veloz em direção a Velha Capital. Nessa segunda noite, Alfred e Maylinn ficaram de vigia, é claro, eles tiveram seu momento íntimo conforme a oportunidade o deixavam.

Durante a segunda noite, outra figura saí dos portões da Academia seguindo mais veloz que uma lebre para a Velha Capital.

O terceiro e última dia de viagem já fazia com o que o grupo disse um semblante mais alegre. Dois dias inteiros de caminhada e no terceiro, eles andavam em algo macio, diferente da terra, lama ou grama molhada, eles andavam na neve. Rodeados de uma paisagem branca e esplêndida. Então, como profissionais que vinham a neve pela primeira vez, eles andavam naquele belo e frio cenário com sorrisos no rosto.

— Ei, como você está em relação ao que aconteceu com Dilo? — pergunta Mozart, se aproximando lentamente de Luna. De certo modo, ele sentia que faltava algo a ser dito, como se um consolo ou conselho estivesse pairando entre eles. Entre a amizade deles. Ou se esse vazio, fosse apenas o sangue do Rei o afastando de todos.

— Eu já sofri pela morte dele. Mas, desde pequeno a gente sabe que a sina de um caçador, seu objetivo final é morrer para demônios – sua voz era calma e terrível.

— Não Luna... O que nós, como caçadores fazemos, é massacrar demônios.

Ao ouvir isso ela parou de andar e fitou Mozart. Principalmente, os olhos vermelhos dele. Ele também a fitou, principalmente, os lábios dela.

— Ei, não podemos parar de andar, estamos quase lá — disse Yunkay, chegando até eles e os levando pelos ombros.

Na frente do grupo, tinha uma duna de neve e quando Acsa subiu acima dela, pode vislumbrar uma pequena trilha que descia em direção a uma grande cidade velha.

A Velha Capital se localiza entre um vale, tendo apenas uma entrada sendo a trilha em zigue-zague ao norte. Em ambos os lados, grandes elevações de pedra se tornavam muralhas naturais e no sul, o brabo oceano retumbava um rugido natural e hostil.

Os caçadores apreciavam com um peito cheio de ansiedade a capital em sua frente. Casas velhas de madeira destruídas ou com portas quebradas, o ranger fúnebre que algumas soavam ao serem transpassadas pelo vento frio.

Um Caçador: Humano ou Demônio?!Onde histórias criam vida. Descubra agora