Fazenda dos Sallow, 7 de novembro
Minhas pernas não me aguentam mais. Faz quanto tempo que estou andando? Duas ou três horas? Rex late e corre no campo aberto.
Eu o deixei sair da coleira para dar mais espaço entre mim e ele, mas com certeza isso foi um erro. Meus pés estão ardendo dentro do tênis e meu rosto está suado e vermelho.
— Rex! Rex, quer parar de correr só um pouco? — cambaleio indo atrás dele.
Por sorte o campo é aberto, o que facilita muito para eu correr atrás dele sem me aguentar ficar em pé. Rex corre mais rápido quando percebe que estou indo atrás dele prendê-lo, minhas pernas cedem e eu caio na grama.
— Deixa eu só... descansar um pouco aqui... — digo, arfando.
Eu nunca gostei de correr muito, nas aulas de esporte eu corria o mínimo possível para não poder me cansar, mas agora vejo que aquelas aulas estavam me preparando para isso.
— Droga. — murmuro, me virando de bruços e olhando o céu azul.
Algo se move na grama e vem na minha direção. Acho que é Rex se rendendo, mas acho que ele não poderia falar.
— Finalmente te achei. — é a voz de Ross. — Sabe quantos quilômetros você andou?
Olho para ele com uma expressão de que nem preciso saber, porque eu terei que voltar o caminho inteiro.
— Cadê Rex? — ele se senta ao meu lado.
— Não sei e não quero saber. Ele já me deu muito trabalho. — cruzo os braços.
— Eu vou procurá-lo, você fica aqui. — Ross se levanta e sai à procura do cachorro.
Fecho os olhos e espero os dois voltarem. Não se passa tanto tempo até que eu escute um latido e a risada de Ross.
Me levanto, à contragosto, e sigo os dois. No caminho, Ross não para de tagarelar sobre qualquer coisa que surja em sua mente; eu não falo nada, ainda estou arfando.
— Por que veio atrás de mim? — pergunto, não conseguindo mais me segurar para saber.
— Primeiramente você passou a manhã inteira passando por aí, então achei que tivesse caído num buraco. E em segundo, sua mãe me pediu para te chamar para falar algo com você.
— Aham. Eu não caí num buraco e não fiquei a manhã inteira passeando. — retruco.
— Você estava quase caindo em um. — Ross rebate com um sorriso irônico.
— Eu só estava descansando.
— Você quem sabe, mas se você não reparou, tinha mesmo um buraco a uns três metros de onde estava deitada.
Não respondo, estou irritada e cansada para pensar em qualquer resposta. Depois de muito andar, finalmente vejo a fachada de trás da minha casa, corro o máximo possível até entrar nela e me jogar numa cadeira.
— Cadê o Ross? — a voz da minha mãe, pergunta.
— Deixei ele para trás. — minha mãe me olha assustada. — Ele está vindo. Diferente de mim, ele tem muita energia ainda.
— Tristan me disse que encontrou uma trilha muito boa para podermos caminhar amanhã e você vai. — acrescenta ela.
— O quê!? — arregalo os olhos, depois dessa caminhada que eu fiz não vou querer fazer nenhuma por um bom tempo.
— É. E o Ross também vai. — ela olha para a janela com se refletisse um pouco. — E também, Catherine, ele e você vão no supermercado agora para comprar as coisas para amanhã.
Que ótimo. Eu só queria tomar banho e me deitar em algum lugar, mas acho que não será possível.
Ross aparece na cozinha todo sorridente e vermelho, como se não tivesse perdido nenhuma e energia. Minha mãe explica para ele tudo o que disse para mim, ele assente e me olha.
— É para ir agora, mesmo? — pergunto.
— Sim, e como Tristan pegou o jeep e Ross não sabe pilotar uma moto, terão que ir a pé. — ela fala.
Só de falar as palavras a pé minhas pernas tremem. Não abro a boca para reclamar, mas saio mancando, propositalmente, para minha ver o quanto estou cansada de andar.
Ross e eu saímos andando até o supermercado e desta vez ele está calado. O caminho é estranhamente silencioso quando se trata do Ross e eu não ajudo em nada continuando com a boca fechada.
Entramos pela porta automática e o ar condicionado beija a minha pele quente.
— Ross — chamo — só um minuto.
Ele para e se vira para mim. Estou debaixo do ar condicionado da porta impedindo que esta se feche. Fui atrás de cobre e acabei encontrando outro. A segurança que está na porta me olha com um olhar preocupado me fazendo sair do paraíso e ir atrás de Ross.
Pego a lista do meu bolso e leio.
— Hmm pelo o que diz aqui precisamos de batatinhas, suco, e doces. — comento.
— Oi? Isso é exatamente o que não tem aí. — Ross responde indo para o setor de bebidas.
— É, sim.
— Cath, eu li o papel.
— Ah, droga. — minha boca se franze.
— Tá bom, precisamos de chá, pão e algum patê.
Atrás dele, monto um plano para conseguir pelo menos as batatinhas. Falo que vou atrás do pão e ando até o setor do pão depois de ter pego as batatinhas. Coloco, discretamente, na sexta do supermercado e finjo que nada aconteceu.
Ross olha para a sexta e depois para mim.
— Cath, o que é isso? — ele aponta para as batatinhas.
— Batatinhas? — me seguro para não rir.
Ross suspira, mas não diz mais nada. Enquanto ele pega as coisas da lista da minha mãe, eu coloco as coisas da minha lista. A sexta fica cheia de comida e finalmente a lista acaba e seguimos em direção ao caixa.
Depois de pagar e sair do supermercado, Ross finalmente abre a boca.
— Sua mãe vai te matar e você sabe disso.
— Não, ela vai nos matar. Afinal, você não me impediu de comprar nada.
Ele sorri como se a ideia de estar juntos em algo fosse bom.
— Se ela me perguntar eu falo que você pareceu uma criança de cinco anos que não aguenta um "não".
Sorrio com essa resposta e seguimos para a minha casa.
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Love Again
Novela Juvenil» LIVRO 02 DA SÉRIE LOVERS Catheterine Sallow é fanática pelo cantor Ross Vandijk. Ok. Todo mundo é fã de Ross Vandijk, mas para Cath, ser fã depende da sua vida. Ela vive escutando e escrevendo fanfics no seu blog famoso: "Viciados no Ross". Ela é...