Capítulo XI

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Escola Birdsfly, 10 de Novembro

A chuva ricocheteia na janela. Meus dedos deslizam junto com o lápis sob o papel do meu caderno. Não presto atenção no que a professora fala, meus pensamentos estão em outra coisa. Ross Vandijk. Faz dois dias que eu consegui comprar os ingressos — o que foi um milagre, já que eles estavam acabando — e não vejo a hora de ir ao show.

Um trovão ruge no céu cinzento e eu estremeço, fazendo minha mão escorregar e errar meu desenho.

— Hoje Zeus está com tudo. — minha professora fala, o que faz com que algumas pessoas riem.

Se eu não me engano, ela estava explicando sobre mitologia grega, por isso a piada. Ela continua a explicação e a chuva aumenta; o céu, agora, está escuro que parece ser noite. O sinal toca e todos se levantam para ir para as outras aulas.

— Só mais três, só mais três. — murmuro para mim mesma e sigo para o corredor.

O corredor está cheio de alunos e o barulho é muito. Não ouço quando alguém me chama e me toca no ombro. Congelo, já sabendo quem é.

— Não é legal ficar ignorando as pessoas assim, Cath. — Éthan comenta.

— Eu não ignorei, só não ouvi. — pego sua mão e a tiro do meu ombro.

— Hmm okay... — começa, limpando a garganta. — Então, hoje eu vou dar uma festa lá em casa e, como você já sabe, está convidada.

— Olha Éthan... — tento formar uma desculpa.

— Você pode trazer quem quiser, quantas pessoas quiser. — Éthan me interrompe, desesperado.

— Eu vou ver.

— Por favor, Catherine. — ele me olha nos olhos.

— Tá, eu vou. — respondo, irritada.

— Obrigado, sério. — ele sorri e vai embora.

Suspiro e saio para a próxima aula. Estou mais irritada do que o normal; Éthan insiste que eu vá a algo que eu não gosto e não me deixa em paz depois de tudo que eu disse para ele há um ano atrás. Minha testa fica franzida de raiva, até o final da aula quando Maggie pergunta o porquê da testa franzida.

Explico para elas o que Éthan me disse, Marrie franze a testa, Maggie revira os olhos e Louise cora.

— Ah, e você não vai? — Louise pergunta, fazendo bico.

— Claro que não. Por que eu iria? — olho para ela, tentando entender por que ela gosta tanto dele.

— Porque ele te convidou, oras. — ela responde como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.

— E-Eu não sei. Pronto. Talvez eu vá, mas não prometo nada.

— E se você for, tem que levar a gente. — Marrie fala.

— Isso. — minhas outras duas amigas concordam.

......****......

Termino de colocar milho para as galinhas quando escuto um barulho de carro e a garagem sendo aberta. Não, não, não. Era pra eu estar bem longe daqui quando ela chegasse.

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