Capítulo 29

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(Seis anos atrás, ano da lebre)

Apesar de mostrar a todos uma aparência frágil e desinteressada quanto mais os anos passaram a beleza da gōngzhǔ mais velha aumentava bem como sua inteligência e astúcia, aos dez anos é intuitiva e sua mente se mostra mais aguçada que de muitos de meus generais porém aos olhos de outros se esconde em uma mascara de indiferença e ressentimento.

Vejo que os anos transformaram os muros um mundo limitado de mais para ela bem como suas irmãs mais novas mas não suportaria perdê-las também. Suspiro enquanto caminho pelos corredores em direção ao jardim leste quando vejo um vulto rosa passar correndo por entre as árvores sorrio antes de a ver perder o equilíbrio e cair, porém quando vou ir a seu encontro para a erguer vejo de canto de olho outro movimento, enquanto os guardas correm para socorrer a princesa e ver se ela se machucou outra pequena figura sai discretamente por uma janela carregando alguns livros, Yáng Shun corre para longe e mesmo a distância vejo que Líang Mei estava o observando e assim que ele some de vista ela levanta e para de chorar, não escuto o que ela diz mas não contenho meu sorriso ao ver a grande imperatriz que ela será quando se casar.

- Guarda imperial.

Chamo e um rapaz alto corre em minha direção se curvando, consigo o ver tremer.

- Xià.

Ele fala com a voz tremula de uma criança, todos crianças entediantes com o único proposito de servir.

- Quero que a cada duas luas vá atrás de novos livros com regras militares, estrategias e filisofia, traga todos que encontrar e de todos os grandes sábios. Os guarde na biblioteca principal e quero que troque a posição dos guardas em todo lado leste no mesmo período.

Dou a ordem e vejo a expressão confusa do guarda antes dele baixar a cabeça e pronunciar um baixo sim, viro minhas costas e volto a caminhar sozinho pelos corredores quando viro em um corredor e Mei quase se choca contra mim, dou um passo rápido para trás para evitar.

- Saudações pai imperial.

Vejo os olhos dela desviarem dos meus logo que ela se curva, a ajudo a se levantar rápido e olho sério para ela.

- Onde está sua serva?

Me orgulho de ser tão esperta mas ela também precisa aprender a obedecer e deveria estar agora com sua serva pessoal aprendendo e não correndo por ai, vejo um arranhão em sua mão antes que ela a esconda.

- Desculpe.. eu só estava brincando, é muito chato ficar com ela.

Ela diz baixinho enquanto meche com os pés de forma engraçada.

- Muito chato.. ah entendo, então apenas hoje vou fingir que não a vi aqui. Vá!

Vejo ela sorrir tímida e sair correndo antes que eu possa dizer mais alguma coisa. Volto a caminhar, o ar fresco que passa pelas janelas me deixa revigorado antes de outra seção com os oficiais, e faz com que as preocupações e perigos fora dos muros se torne menor, a imagem em minha mente de uma Líang mais forte dominando o mundo me trás ainda mais alegria.

- Xià!

Escuto a suave voz feminina bem familiar atrás de mim e me viro para vê-la.

- Mèng Ting, está saudável?

Ela sorri por tão simples palavras, não me aproximo, não consigo sentir nada por tal mulher.

- Sim, apenas me preocupo com sua saúde Xià.

Ela fala docemente fazendo outra reverencia.

- Busque a segunda gōngzhǔ e me acompanhem em um chá.

Proponho por curiosidade já que a semanas não vejo minha segunda filha que diferente de Líang Mei, obedece a todas as regras e se mostra talentosa na arte de pintura e poemas bem como dança e apesar de ser apenas alguns meses mais nova mostra a postura de uma senhorita melhor que sua irmã mais velha. Sem ao menos escutar a confirmação alegre da consorte me viro a vou até outro guarda antes de voltar.

- Quero que se livre da serva pessoal da primeira gōngzhǔ e encontre alguém mais competente, faça discretamente.

A única tarefa dela era manter a gōngzhǔ em segurança e educá-la e ela falhou e por isso minha filha se feriu sua mão.

A queda de LíangOnde histórias criam vida. Descubra agora