sinners christmas

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Era natal no internato e alguns alunos não tiveram a sorte de ir para a casa, então tiveram de ficar e aproveitar a ceia da escola. O internato entrou no clima de natal, a partir do final de novembro já é possível ver algumas luzes piscando pelos corredores escuros. Frederick encarou o corredor do seu dormitório, normalmente tão cheio de garotos em seus uniformes, e naquela noite de dezembro, não havia ninguém. Ele respirou fundo, sentia solidão e liberdade. Sentia-se incomodado, pois novamente não veria seus pais, mas aliviado porque Lorenzo ficaria ali naquela noite.

Não seria um natal comum, com presentes e um jantar bonito em família. O refeitório estava repleto de adolescentes tristes e famintos, a comida era farta: o peru, grande e dourado no centro da mesa; torta fria; arroz de diversos gostos pela mesa; e diversos tipos de salada. Alguns alunos torceram o nariz, não estavam acostumados àquele tipo de refeição de natal, outros estavam agradecidos por estarem ali.

Frederick sentou-se ao lado de Valerie, que já estava repetindo sua janta.

- Não é igual o da minha mãe - ela disse, apontando para a comida em seu prato, ela pegou tudo que podia. - mas tá uma delícia.

- Porque você não quis ir pra casa? - Frederick perguntou, encarando seu prato. "Pela primeira vez vou comer alguma coisa boa nessa escola", ela pensou, mesmo sendo ingrato da sua parte, então logo repreendeu o pensamento.

- Meu padastro está lá - ela disse, simplesmente. Seu padastro sempre estava lá, por isso ela não ia para a sua casa.

Lorenzo sentou-se ao lado de Frederick e apoiou seu braço no seu ombro.

- Eu comprei um presente pra você - ele disse, sussurrando em seu ouvido. Frederick corou com a aproximação e Valerie sorriu para os dois.

🎄

Louis estava em seu quarto terminando de se arrumar para o natal quando sua mãe entrou no quarto.

- Um tal de Ramon está ligando - ela disse, desconfiada. Louis corou e murmurou "explico depois".

- Você tem planos para me ver hoje? - Ramon perguntou, assim que Louis murmurou um tímido "oi" perto da sua mãe.

- Não - ele respondeu, pois sua mãe continuava o encarando, na expectativa.

- Eu estou aqui na frente da sua casa.

- Ramon... - ele começou, mas devolveu o telefone para sua mãe e correu até a porta para encará-lo.

- Como você tem coragem? - Louis murmurou - você sabe que eu não contei nada para eles! Eu nem te apresentei para eles meses atrás, lembra? - ele estava sussurrando, um sussurro raivoso e Ramon ergueu as mãos, como se pudesse se defender daquela fúria do seu pequeno namorado.

Ramon riu. Louis parou de falar e o encarou, com o cenho franzido.

- Eu te amo - Ramon disse simplesmente, e aquilo desarmou Louis.

Mas não sua mãe.

🎄

Valerie encarou Natasha enquanto ela se aproximava da mesa. Seu olhar brilhava no natal, dava para sentir o quanto ela amava aquela data, tanto quanto amava suas tintas.

- Você tá brilhando igual o natal - Valerie disse, casualmente. Natasha riu, porque ela amava os elogios da Valerie.

- Espero que tenha comprado meu presente de natal - Natasha levantou uma sobrancelha para Valerie, que apenas deu de ombros e murmurou: seu presente sou eu.

Natasha corou, ficou quase da cor do seu cabelo. Valerie sorriu de lado e seu coração acelerou, Natasha a deixava assim, e Valerie sentia-se muito vulnerável naquela data.

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