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here comes santa claus

Trabalhar no shopping na época de natal era terrível, muito mais quando você é uma das ajudantes do papai noel. A roupa que nós garotas tínhamos de usar era curta, e o papai noel tinha cara de tarado, mas valia a pena pelo dinheiro que recebíamos depois.

As crianças começaram a fazer fila para pedir presentes ao papai noel, e comecei a ficar nostálgica lembrando-me da época que eu acreditava em um papai noel, o bom velhinho gordo e amável. Claro que quando me contaram a verdade, eu não quis acreditar.

Talvez aquela história de "você precisa se comportar, senão o papai noel não te traz nenhum presente" tenha me feito uma boa menina, mas no segundo que descobri a verdade, eu já não era uma garota boazinha.

Eu poderia dizer a você que trabalhar ali, ao lado daquele papai noel fedorento, era um castigo por tudo que eu causei, mas eu sabia que era apenas o reflexo do que eu queria na minha vida: independência. Poder sair e ficar com quem eu bem quisesse.

Mesmo se essa pessoa fosse uma das ajudantes do papai noel.

Eu ergui os olhos para ela, que estava toda sorridente conversando com uma criança.

Lana e eu namorávamos há mais de dois anos, mas fazíamos tudo escondidas, porque ninguém aceitava que ficássemos juntas.

- Ajudante número dois - Lana me chamou quando começou o intervalo do papai noel. Eu olhei para ela e sorri, era impossível olhar para ela e não sorrir.

- Pois não, ajudante número quatro?

- Necessito da sua ajuda aqui - ela disse, apontando para um dos banheiros do shopping.

Fomos lado a lado até o banheiro. Nossas mãos sempre se tocavam levemente quando andávamos assim, esse era o nosso jeito de dar as mãos.

O banheiro do shopping estava praticamente vazio quando entramos, e ela me puxou para uma das cabines.

- Eu não aguento mais ficar longe de você - ela dizia enquanto me beijava.

Gostava dos beijos de Lana, pois sempre eram acompanhados de mãos bobas por todo meu corpo.

Ela mordia meus lábios, bagunçava meu cabelo, sentia sua mão gelada por dentro da saia de ajudante do papai noel.

Depois de alguns minutos, voltamos para o nosso lugar perto do papai noel. Ele me encarou quando me aproximei e disse:

- Você está com batom aqui - e apontou para minha bochecha.

Eu limpei rapidamente e senti os olhos de Lana em cima de mim.

Na hora do almoço, Lana e eu nos encontramos embaixo da escada rolante do shopping, onde não havia quase ninguém. Ela sentou-se no meu colo e me beijou o pescoço, bochecha e boca.

- Vou ficar suja de batom - eu disse, murmurando. Lana riu e começou a me limpar enquanto me beijava mais.

- Acho que vou ter de beijá-la onde ninguém vê - ela disse e afastou um pouco minha camiseta, para dar um beijo perto dos meus seios.

- Para - eu disse, afastando-a enquanto via o papai noel se aproximar de nós duas.

- Vocês poderiam fazer isso em outro lugar - ele disse, rindo - ho ho ho.