Um ano mesmo novo

Prólogo

Beatrice

Junho 2000

Hoje estou radiante, é nosso baile de formatura e eu não poderia estar mais ansiosa. É um ciclo que se fecha. Vamos celebrar o que nos tornamos e o que daqui para frente iremos conquistar. Eu e meus amigos, a partir de hoje seguiremos caminhos diferentes, tudo será diferente a partir de hoje. Estamos indo em busca da nossa carreira. Uns farão medicina, outros farão direito, administração e eu realizarei meu sonho de cursar Relações Públicas. Meu sonho? Ter minha própria empresa de eventos. Eu amo ver o sorriso das pessoas quando o que elas tanto planejam se torna realidade.

- Preparada para seu discurso logo mais, Bea? – pergunta Linda, minha melhor amiga.

- Super! Acredito que vocês gostarão.

Estamos a caminho da nossa colação de grau no mesmo carro que estão meus pais, à noite será nosso baile de formatura e ansiamos por esta hora. Irei com Josh, meu namorado e capitão do time de Futebol Americano. Namoramos desde o primeiro ano do High School e decidimos que hoje daremos um passo importante em nosso relacionamento, segundo ele, ficarei marcada para sempre. Ansiedade? Sim. Desespero? Jamais. Acho que me preparei para este momento. Vocês devem estar se perguntando como uma pessoa de 17 anos sabe ou tem maturidade para, não é mesmo? Mas a minha mãe sempre fala que estou além do tempo. Eu já tracei todas as minhas metas de vida. Aos 17 quero me tornar mulher de verdade, aos 22 concluir minha faculdade e aos 25 a minha especialização. Aos 27 abrir meu próprio negócio. Se eu ainda estiver com o Josh, coisa que eu realmente espero, casar com ele aos 29, consolidar nossa carreira – Josh fará administração pública, quer seguir a carreira do pai, e sinceramente essa parte não me agrada muito. Aos 35 fazer com que nosso amor se transforme em vida e que a gente comece a formar nossa família. Viu só? Tenho tudo planejado. Só espero que Sr. Murphy (a lei) não resolva dar as caras.

- Chegamos!!! Vamos meninas, vocês ainda têm que tirar as fotos. – Fala mamãe.

- Linda, seu pai pediu que eu lhe entregasse isso como presente, há um carta para você também.

Os pais de Linda são diplomatas e sempre estão fora do país em alguma missão diplomática. Ela sente falta deles, acho que por esta razão adotou meus pais como sendo seus pais postiços, como ela fala. E eles adoram a minha amiga.

- Oiii gente! Vamos tirar fotos do nosso grupo? – Fala Susan, outra amiga nossa. – Steve e Richard estão nos esperando.

- Você já viu o Josh, Su?

- Ainda não. Mas se o Richard está aqui, ele também já deve estar.

- Certo! Vamos!

- Linda! – Chama mamãe – A pasta com seu discurso.

Pego a pasta e saio com minha amigas. Avistamos Josh no meio do caminho, conversando debaixo de uma árvore com Melanie Cahill. Como odeio essa líder de torcida, vive se oferecendo ao Josh, e odeia meu grupo. Depois eu vou perguntar o que tanto falam. Eu, Susan e Linda, não somos as populares da escola, somos consideradas as nerds. Fazemos parte do clube do livro, do jornal estudantil e da rádio do colégio. Apesar de não sermos as patricinhas, as pessoas gostam do nosso convívio. E por eu ser bem relacionada com todos, fui escolhida pela turma a ser a oradora hoje.

- Oi meninos! Preparados? – perguntei aos nossos amigos Richard e Steve que estavam rindo de alguma piada que provavelmente o Steve contou, ele é o mais engraçado de todos nós. A fera da informática.

Richard é irmão gêmeo do Josh, apesar disso, não se parecem em nada um com o outro. O Josh tem cabelo castanho escuro e ondulado, igual ao do seu pai e o Richard tem o cabelo loiro e liso, igual a sua mãe. Rich é meu melhor amigo, foi ele o meu cupido. Ele me apresentou seu irmão, quando cheguei à cidade. Eu era nova aqui, tinha vindo de Los Angeles para Hoboken, cidade próxima a Nova Iorque. Meu pai teve que vir para cá quando adquiriu um rede de supermercados. A daqui era a central e viemos então morar aqui. É uma cidade pitoresca, Frank Sinatra nasceu aqui e fica a poucos minutos de Manhattan.