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Com quase um ano e três meses de guerra, chegou aos nossos ouvidos a noticia de que graças a interferências mundiais ela chegaria ao fim.

O estado Africano? Bom, o mesmo continua pertencendo à África e a mais ninguém.

Maravilhoso, não? Tantas mortes, tanta injustiça, tantas famílias separadas para não se chegar a resultado algum.
O homem é definitivamente o lobo dele mesmo.

À volta para casa não foi tão boa como era de se esperar. Os países, principalmente os do lado de Joshua, encontravam-se em uma crise sem fim, uma vez que todo o dinheiro fora gasto inutilmente na guerra. Soldados voltavam mutilados, sem vida e atordoados para casa. Famílias choravam a perda de seus entes queridos e mulheres a perda de seus amados.

Depois do beijo que eu e Joshua demos, não nos vimos mais. Não deixei de ajuda-lo de maneira alguma. Diarra e as outras enfermeiras iam a seu barracão sempre que precisavam e, secretamente, ela me mantinha atualizada sobre sua situação. Se comia, bebia, se estava bem... Não tive coragem de vê-lo nos olhos novamente, mas jamais o deixei desemparado.

Assim que coloco meus pés em solo Espanhol novamente, meus olhos enchem-se d'água. É quase inacreditável estar aqui, saber que venci um dos momentos mais difíceis da minha vida. Ter sobrevivido à guerra, é a prova de que sou capaz de qualquer coisa.

Quando saí do avião disseram-me que alguém do Instituto viria me buscar e levar-me-ia para casa. Dessa forma, assim que coloco meus pés para fora do desembarque, meus olhos revistam o local em sinal de alguém conhecido ou de algum papel escrito meu nome, mas o que vejo me faz acelerar o coração.

Sina, Noah, Rafael, Krystian e Zain me esperam com cartazes escritos "Seja bem vinda!", "Amamos você!", "Sentimos sua falta!" e vários balões de coração.

Logo que me viram, vieram correndo até mim e, tudo o que consegui foi chorar, enquanto recebia o conforto de meus amigos após tanto tempo.

— Dindinha, por que você está chorando – Rafa, que agora devia ter 4 anos de idade, me pergunta.

— Porque a dinda estava com muitas saudades do príncipe loiro dela – largo minhas coisas no chão e o pego no colo sorrindo – A dinda te ama tanto, meu amor! – abraço-o e me ponho a chorar silenciosamente novamente.

— Venham, vamos para casa, Any precisa descansar – Noah diz e vamos em silencio até o carro.

Rafael não soltou minha mão hora alguma e me fez sentar ao lado de sua cadeirinha durante todo o trajeto para a mansão dos Urrea.

Les Lignes de L'amourOnde histórias criam vida. Descubra agora