3

243 50 7
                                    

Xue sentiu algo gelado contra o seu rosto e fez uma careta tentando empurrar seja lá o que fosse para o lado e só quando sua mão encontrou outra que ele abriu um pouco os olhos para espiar quem era.

-O demônio acordou.

A-Qing disse sorridente entregando uma vasilha com água para o irmão que molhou uma toalha e tentou voltar a limpar o rosto do Xue.

-Não fale assim, A-Qing.

O rapaz se afasta da mão de Xiao, chutando as cobertas sob as quais estava e sentando na cama.

-O que você está fazendo?

Ele olha ao redor do que parecia ser um quarto perfeitamente organizado e sem muitas coisas, era um ambiente bem simples, só tinha uma cômoda ao lado da cama e um guarda roupa na frente. O local cheirava a ervas e ele arriscaria dizer que estava no quarto de Xiao Xingchen, a questão é: por quê?

-Não se preocupe, não vou machucá-lo, preciso limpar as feridas ou elas irão infeccionar.

Xiao tenta se aproximar novamente com a toalha e dessa vez Xue não se afasta, deixando de que ele limpe o sangue de seu rosto.

-Por que me trouxe para sua casa, você não sabe quem eu sou?

Xiao continua limpando o rosto dele com um sorriso sem parecer se importar com aquelas palavras ou a forma brusca com que foram proferidas.

-Não, eu sei apenas o que as pessoas falam sobre quem você é, para mim você é a pessoa que salvou minha irmã.

A-Qing revira os olhos irritada murmurado que tinha tudo sob controle naquela situação, mas é ignorada pelos dois rapazes e sai do quarto para buscar alguma coisa.

-Você quer tomar um banho? Acha que consegue se levantar?

Xue acena com a cabeça antes de lembrar que o outro não veria de qualquer forma e suspira cansado. Ele se sentia um caco, seria legal tomar um banho em um banheiro privado com água quente para variar.

-Onde é o banheiro?

Xiao ajudou ele a se levantar e o levou até o pequeno banheiro do apartamento, ele deixou Xue sozinho, batendo na porta apenas para avisar que trouxe uma troca de roupa e uma toalha. A primeira coisa que Xue sentiu ao se secar com ela foi o cheio de Xiao e se pegou sorrindo sem motivo algum, apenas achou engraçado reconhecer o cheiro de outra pessoa daquela forma.

Xiao havia sido o primeiro a ver uma pessoa nele e lhe estender a mão duas vezes naquele dia, mas ele não é bobo o bastante para acreditar que iria durar, uma vez que as coisas voltassem ao seu lugar seus caminhos nunca mais se cruzariam e Xue voltaria às ruas sozinho.

O que há entre nósOnde histórias criam vida. Descubra agora