Aquela em que James Potter não enxerga

14. Convite

Naquela noite James me ensinou a fazer macarrão, uma das coisas mais fáceis do mundo e que eu fiquei impressionada de nunca ter aprendido.

Deitamos na cama do quarto de hóspedes e eu peguei um travesseiro enorme para passar no meio, deixando limites para nós dois, assim não ficávamos grudados ou encostavamos tanto um no outro.

Estava com meu notebook no colo, procurando qualquer inspiração para escrever, mas era impossível, estava tendo um bloqueio criativo enorme.

— Estamos virando amigos, você gosta de mim ou está aqui apenas obrigada e não me suporta?– Perguntou após um tempo em silêncio.

Ele estava deitado de costas para mim, por isso eu não pude ver seu rosto, apenas suas costas nuas e que costas...

— Somos conhecidos e eu te suporto.– Pausei.— Estou aprendendo a gostar de você, antes achava que você era a pessoa mais chata do mundo mas agora vejo que não é tão ruim quanto eu pensava.

— Eu nunca achei que você fosse chata, mas sempre tive curiosidade sobre você, sempre quis te conhecer mais, sei lá, você é muito misteriosa.

— Sirius não dá sinal de vida desde há última ligação, então você vai ter muito tempo pra me conhecer.

— Você está falando apenas o necessário, é tipo a conversa que você tem com qualquer pessoa.

Estiquei a mão, tocando em sua testa para conferir se ele estava quente.

Não estava.

— Quando eu voltar a enxergar e você não tiver que ficar comigo mais por obrigação... você iria, sei lá, beber comigo?

Não esperava por aquela pergunta, me pegou de surpresa.

Um encontro?

Não, era impossível James estar me chamando para um encontro.

Iríamos para um barzinho, então ele paqueraria com outras e eu ficaria sentada, então eu teria que levar ele caindo de bêbado para casa e seria simplesmente irritante e estressante para mim.

— É, pode ser... seria legal.– Menti, sabendo que ele estava falando aquilo apenas por estar com sono e quando melhorasse nem ao menos lembraria daquilo.