28. Ao resgate

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Marlene McKinnon

Lily e eu andávamos toda aquela mata na tentativa de achar sinal para o celular.

Eu carregava nossas mochilas e uma bússola e o celular e Lily apenas se levava e isso já era difícil para ela, a única coisa que eu ouvia era o barulho dos grilos e a respiração ofegante dela.

Cri cri cri.

Odiava aqueles malditos cri cri cri que os bichos do meio do mato faziam.

Pernilongos, mato passando nas nossas pernas e fazendo a gente coçar e o medo de andar no escuro.

Carregar tudo e ainda uma lanterna era impossível, mas eu tinha colocado Lily naquela situação e tiraria ela.

Porque eu não sugeri um SPA?

Eu tinha colocado a vida da minha melhor amiga em risco e agora eu tinha que dar um jeito de sair daquela situação.

Mesmo sem saber se teríamos sinal em breve ou não mandei nossa localização para todos os contatos e uma mensagem explicando a situação.

A localização era apenas informações: mato, mato, mato, sem nada, com nada, mato e árvores.

Os filhos da puta não ofereceram nem uma carona pra gente, só lançaram a gente no meio do mato.

Estava arrependida de ter levado Lily até ali, praticamente forcei ela achando que era o melhor pra ela mas acho que Peter e eu estávamos enganados.

Seja lá quem seja esse James era errado afastar um do outro, princi porque Peter disse que ele estava triste e cabisbaixo e Lily estava do mesmo jeito.

— Eu não aguento mais, Lene.– Foi a primeira vez que ela falou, me fazendo parar de andar para olhar pra ela.

Ela se sentou no chão, parecendo esgotada.

— Hey, hey, não pode desistir, não aqui, não comigo e eu não vou te deixar desistir!– Me agachei até ficar na altura dela.— Vamos continuar, nem que eu tenha que te levar no colo ou arrastando os cabelos!

— Eu não aguento mais, tudo dói.– Murmurou, começando a piscar lentamente.

Ela ia dormir de fraqueza.

Toquei no rosto dela, sentindo ela queimar de febre.

— Se você morrer aqui eu não vou te perdoar de jeito nenhum, tá entendendo?– Reclamei, esticando as pernas pra deixar ela deitar como se fosse um travesseiro.

Arrumei ela e respirei fundo.

Seria uma longa noite.

Ainda estava escuro, o celular tinha descarregado e Lily dormia exausta

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Ainda estava escuro, o celular tinha descarregado e Lily dormia exausta.

Não consegui dormir com medo de qualquer animal mexer com ela.

Já tinha pensado em mil jeitos de sair dali, mas era impossível.

Acabei recorrendo a Deus, orando e pedindo uma luz, qualquer coisa que nos tirasse dali.

Passou muito tempo, muitas horas e eu estava perdendo todas as minhas esperanças, estava quase pensando em como seria nós duas morrermos ali no meio do nada quando ouvi um barulho alto.

Demorou um pouco, mas logo depois uma luz iluminava nosso rosto.

As luzes do farol do carro.

Alguém abaixou o vidro e eu não conseguia ver a pessoa, mas reconheceria aquela voz em qualquer lugar.

— Alguém pediu uma carona?

Aquela em que James Potter não enxergaOnde histórias criam vida. Descubra agora