31. Colegas de quarto

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Um perfume forte, com um cheiro que impregnava e viciava quem sentisse, foi aquele cheiro que me fez acordar durante a madrugada.

Eu conhecia bem aquele cheiro depois de passar uma semana com ele.

Ele tinha ido me ver.

Me levantei da cama rapidamente e corri até a porta, vendo ele andando na direção oposta, com passos não muito apressados.

— James!

Ele parou.

— Lily?

Corri na direção dele e quando ele se virou para mim, abracei ele com toda força do mundo e quase o derrubei no chão, se ele não tivesse me segurando teríamos caído os dois no chão.

Apenas a bengala dele caiu.

Ele retribuiu o abraço, me envolvendo nós seu braços e acariciando meu cabelo.

— Eu senti sua falta, me preocupei tanto com você...– Sussurrou, beijando o topo da minha testa.

— Eu tambem, senti tanto sua falta que você não imagina quanta falta você fez!

Ele sorriu.

— Fico imaginando como você fica com a roupa de paciente, deve ficar linda como sempre.– Ele continuou andando.

Segui ele.

— Claro, eu fico linda de qualquer jeito, mas me incomoda um pouquinho, sabe... fica mostrando minha bunda.

Ele riu.

Como foi bom ouvir aquela risada, sentir aquele perfume, ver aquele sorriso... eu senti falta de tudo.

— Pra onde você vai?– Perguntei estranhando ele continuando andando por aí.— E como você conseguiu vir me ver de madrugada? Não é mais horário de visita...

— Quando eu vinha te ver aproveitava e fazia uma consulta pra ver meus olhos, estava sentindo dor de cabeça e o doutor me internou.

— Mas você tá bem? James, sabe que tem que se cuidar...– Falei preocupada.

— Não se preocupa, é só até amanhã, amanhã eu dou o fora daqui. Vou só tirar esse treco dos olhos e ver se volto a enxergar.

— Acho que amanhã eu também recebo alta, espero...

Ele parou de andar.

— Você tá doente, porque tá me seguindo? Volta pro seu quarto, vamos, caminha!

Bufei.

— Tá bom, amanhã nos falamos, vai lá!

Dei as costas pra ele e estava voltando pro meu quarto quando vi uma maca no meio do corredor.

Olhei para a direção que ele tinha ido, antes de abrir um sorriso convencido.

— Você é maluca, não deveria ter feito isso!– James falou, bastante bravo e preocupado comigo

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— Você é maluca, não deveria ter feito isso!– James falou, bastante bravo e preocupado comigo.— Como você vem empurrando uma maca até aqui, você não podia fazer esforço!

— Relaxa, já usei o inalador e estou muito bem.– Falei como se não fosse nada demais.

Consegui colocar a maca no quarto e deitei nela, enquanto James deitou na sua cama, bastante emburrado.

Estávamos um ao lado do outro e a cama dele estava quase colada a minha maca.

Sabia que ele não me deixaria ficar de jeito nenhum, principalmente se eu tivesse que dormir na cadeira por isso arrastei a maca pelo corredor até o quarto.

— Nossa vida é uma loucura, né?– Falei, olhando para o teto.

— As vezes parece que estou vivendo em uma comédia romântica... ja parou pra pensar na teoria que na verdade nossas vidas são filmes passando no cinema e tem várias pessoas vendo tudo o que fazemos?

Ri.

— Já e acho uma loucura, mas se for verdade ainda bem que divirto as pessoas com todas as vergonhas que passo na minha vida.

Ficamos em silêncio por algum tempo.

Um silêncio constrangedor.

Pensei até que ele tinha dormido, mas decidi falar alguma coisa para não ficarmos naquele silêncio.

— Você caiu e bateu com a cabeça, depois fomos presos, então eu quase morri no meio do mato e agora por algum motivo estamos no mesmo hospital, a vida é tão louca!

— Você chama isso de vida, eu chamo isso de destino.

Ele estava de costas para mim, por isso eu não vi seu rosto e não sabia o que responder.

— Porque nossos destinos fariam a gente se cruzar várias vezes? Tipo... aconteceu tantos desastres para agora nós dois estarmos no mesmo quarto de hospital, o destino é tanto sofrimento assim?

Ele se virou para mim com as duas mãos erguidas.

— Essa mão aqui é você.– Acenou a mão esquerda.— E essa aqui sou eu.– Acenou a mão direita.— É como se o mundo fosse nosso palco de teatro e as coisas estão ligadas, os personagens são nossos amigos que estão conosco e acabam nos ligando.

— É uma loucura essa teoria...

— Para pra pensar, tudo começa com o Remo. Remo é um rapaz gay vindo de um país mulçumano, ele e o Sirius se conheceram em uma das viagens a trabalho do Sirius, mas o Remo já conhecia a Lene que é sua amiga, então Sirius é o seu vizinho e eu sou o amigo dele que opera e precisa de alguém pra cuidar dele, então você cuida de mim, mas tem os personagens secundários que são minha ex namorada e seu ex noivo.

Ri baixinho.

— Agora fecha os olhos.

Fechei os olhos como ele pediu.

— Se imagine de fora dessa história, sem conhecer nenhum de nós, você é apenas uma espectadora. Lily Evans cuida do James Potter e os dois estão de coração partido, brigam muito e tem muito o que aprender um com outro.

— Imaginei.

Até onde ele queria ir com aquela história?

— Agora me diz, você como espectadora dessa história de comédia que parece um filme romântico que as donas de casa assistem... O que você espera que aconteça com Lily e James depois de tudo?

Senti meu rosto ficar vermelho.

O que eu deveria responder?

— Eu espero que eles parem de enrolar e falem logo que estão apaixonados, então eles se beijem e role uma cena de sexo apaixonado e selvagem.

Aquela em que James Potter não enxergaOnde histórias criam vida. Descubra agora