9. Acidente

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Acordei com o sol invadindo a porta da varanda, me fazendo piscar algumas vezes lentamente, tentando me acostumar com a claridade.

Olhei para o lado, esperando ver James ainda dormindo, mas ele não estava mais ali.

— James?– Chamei, me levantando preguiçosamente do sofá.

Fui até a cozinha, mas ele não estava lá.

A chave ainda estava no mesmo lugar e a porta fechada, o que significa que ele ainda estava dentro do apartamento.

Fui aos dois quartos e ele também não estava, foi quando ouvi o barulho do chuveiro na suíte das visitas, que era o quarto que ele estava ficando.

Pra não invadir a privacidade dele fiquei sentada na cama, esperando ele sair, mas ele demorou.

Por um instante eu achei que talvez ele estivesse batendo uma punheta no banho, mas depois me lembrei que ele estava cego e poderia ter caído no banheiro e estar morto nesse exato momento.

Bati na porta, timidamente.

— James?– Chamei.— Está tudo bem aí?

E eu não tive resposta, o que me deixou desesperada.

Continuei batendo, mas percebi que a porta estava aberta, então empurrei ela.

Vi ele sentado no chão, encostado ao box do banheiro e com a mão na cabeça, nu e com muito sangue na cabeça.

Merda.

Merda.

Eu tinha sido muito descuidada.

Estava tão assustada e preocupada que nem me toquei de desligar o chuveiro, apenas entrei no box rapidamente e me sentei no chão junto com ele, me molhando e me sujando de sangue.

— James?– Cutuquei ele, na tentativa de acorda-lo, mas ele estava apagado.

Estava sem óculos e dava pra ver machucados nos olhos, machucados que eu não sabia se ele tinha feito na cirurgia ou na queda.

Eu tremia assustada.

Não foi muito fácil tirar ele do box, ele era o dobro da minha altura e mais forte, ele era musculoso e ele tinha um baita corpão.

— Me ajuda por favor James, eu não aguento sozinha!– Reclamei, mais para mim já que ele estava inconsciente.

Tive que usar toda minha força pra tirar ele daquele banheiro e era constrangedor já que ele estava completamente nu.

Várias vezes ele quase caiu em cima de mim, por isso mudei a nossa posição, virando ele para mim ir meio que empurrando.

Eu empurrava e segurava ao mesmo tempo e ainda por cima eu chorava, chorava desesperada.

Quase não consegui colocá-lo em cima daquela cama, mas assim que consegui deitar ele na cama, enrolei uma toalha ao redor da cintura dele pra cobrir o tronco nu dele que acidentalmente eu já tinha visto e tocado (nada a declarar, situação constrangedora).

Estava nervosa, dolorida por ter que colocá-lo na cama e principalmente chorosa.

Eu chorei de soluçar, morrendo de medo que ele não conseguisse sair daquela situação.

Mil coisas poderiam acontecer, de uma hemorragia, traumatismo craniano a coisas mais graves.

Minha mão tremia enquanto eu ligava para a ambulância.

Quando James foi em uma maca com salva vidas eu ainda estava ali, parada no meio do apartamento, completamente molhada, suja de sangue e tremendo enquanto chorava.

Tudo que eu tinha sobre controle tinha saído do controle e eu estava completamente perdida, se James não saísse daquela situação eu nunca me perdoaria.

Aquela em que James Potter não enxergaOnde histórias criam vida. Descubra agora