33. Aquela em que James Potter volta a enxergar

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James Potter

— Calma, relaxa... você está tremendo de nervosismo, não pode se estressar tanto.– Ouvi a voz dela, enquanto ela agarrava minhas duas mãos e colocava entre as dela, na tentativa de me acalmar.

— Não tem como ficar calmo.– Falei baixinho.— Depois de falar que gosto de você e você falar que tambem gosta de mim, esse é o segundo momento mais decisivo de hoje e também desse ano.

Ela colocou a mão no meu rosto, acariciando levemente.

— E eu vou estar aqui independente do que acontecer agora, eu sempre vou estar aqui.– Sussurrou e ela estava tão perto, tão perto que por um instante achei que ela fosse me beijar.

E talvez ela fosse, mas quando meu oftalmologista chegou senti ela se afastar.

— E aí, James, como vão as coisas?– Doutor Folman perguntou.— Tem sentindo alguma dor nos olhos ou dor de cabeça?

— Não sinto dor e as vezes vejo uma luz ou outra, mas não deve significar nada, ainda posso estar cego, não é?

— Não espero isso, ver a luz é um bom sinal, mas vamos lá conferir.

Ele tirou meus óculos escuros.

Eu tinha dois tampões tampando meus óculos e cuidadosamente ele foi retirando, puxou um pouco mas não doeu.

Apertava meus olhos, com medo de abri-los e não ver nada, descobrir que estava cego ou algo do tipo.

— James, abre os olhos.– Ele falou.

— Hey, está tudo bem.– Lily entrelacou nossas mãos, colocando a outra nos meu rosto.— Abre os olhos, você não disse esse dia que tava com saudades de enxergar? Apenas abre os olhos e tudo vai ficar bem... vamos dar um jeito em qualquer coisa, eu tô com você, lembra?

Parei de apertar os olhos.

Pisquei algumas vezes, vendo a luz e a claridade do hospital.

Demorei a abrir os olhos mas quando abri com certa dificuldade eu pude ver.

Olhei tudo, impressionado.

Fazia tanto tempo que eu não via nada, absolutamente nada e eu tinha ficado tanto tempo no escuro que voltar a enxergar foi uma maravilha para mim, foi como um presente divino.

— Você consegue ver, James?

No meio daquela claridade e daquelas paredes brancas, luzes brancas e absolutamente tudo em tons claros, algo me chamou atenção. Seus cabelos ruivos.

Ela estava linda.

Não lembrava que ela era tão linda.

Fiquei olhando para ela admirado, caramba... porque aquela mulher linda estava interessada em mim?

Já tinha visto ela várias vezes, de longe apenas mas nos últimos tempos ela estava bem perto de mim e eu não conseguia vê-la, mas ali, tão perto dela pude ver como ela era linda.

Meu Deus.

Eu tinha a mulher mais linda do mundo.

Sorri quando vi ela ficar vermelhinha envergonhada com meu olhar sobre ela, ela passou uma mecha do cabelo para trás da orelha, arqueando a sobrancelha enquanto me olhava timidamente.

— O que foi?

Coloquei a mão no rosto dela, olhwndo no fundo dos olhos dela.

Verde.

A cor mais bonita que eu já tinha visto em toda a minha vida e também a cena mais linda que eu já vi.

— James! O que foi?! Você está me deixando assustada...– Ela passou de tímida e envergonhada para uma Lily brava.— Para de sorrir e de me olhar e fala alguma coisa!

Mesmo vestindo a roupa do hospital que ela odiava, ela continuava linda, como diabos ela conseguia ficar linda de qualquer jeito?

— Só estava vendo como você é linda, é a cena mais bonita que eu já vi na minha vida toda.– Sussurrei, passando a mão entre seus cabelos.— A visão mais linda do mundo, você deveria ser eleita a oitava maravilha do mundo e eu dou graças a Deus de ter você.

Ela pulou no meu colo, me abraçando e me fazendo sorrir mais ainda enquanto acariciava seus cabelos.

Eu a amava tanto.

Aquela em que James Potter não enxergaOnde histórias criam vida. Descubra agora