32. Terapia de casal

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- Eu espero que eles parem de enrolar e falem logo que estão apaixonados, então eles se beijem e role uma cena de sexo apaixonado e selvagem.

Senti minhas bochechas ficarem mais quentes.

Não fui eu que falou aquilo.

Abri os olhos, vendo Mary parada no batente da porta, observando a gente com um sorriso no rosto.

James também estava vermelho.

- Quem diabos é essa?- Ele falou completamente desnorteado e envergonhado ao mesmo tempo.

— Eu sou Mary, estou no quarto ao lado da Lily e sou terapeuta de relacionamentos, estou internada há duas semanas sem trabalhar e é tudo tão entediante que estou prestando atenção na vida de vocês, ouço as coisas pelos corredores e observo os dois.

— Essa aí e maluca...– James sussurrou pra mim, me fazendo rir baixinho.— Não precisamos de terapia de casal, nem somos um casal.

— Vocês não são um casal por que você tem medo do seu amigo que não lembro nome roubar ela e ela te trair como sua ex?– Sugeriu.— Ou por que Lily acha que não é boa o bastante pra você?

Respirei fundo.

— É, talvez estejamos precisando de terapia de casal.

— Mesmo não sendo um casal nossa vida é maluca o bastante para precisarmos de terapia de casal.– James falou, aceitando também a terapia.

Ela sorriu, acendendo a luz.

— Eu quero que vocês dois fiquem sentados na cama, de costas um para o outro e com os olhos fechados...– Falou, se sentando na cadeira com uma prancheta em mãos.

— Eu posso continuar deitado, não estou enxergando nada mesmo.

Ela revirou os olhos.

— Se sentem de costas um para o outro e sintam a respiração um do outro, ouçam o que o outro quer dizes mas não interrompam e também falem como se fosse falar apenas para mim, sem o outro estar aí.

Me sentei de costas, balançando minhas pernas entediada enquanto James encostou suas costas as minhas.

Fiquei um pouco mais abaixo, encostando a cabeça no meio das suas costas por ser um pouco mais baixa.

— Não vou usar opinião que ouvi nos corredores ou na sala de espera, apenas usarei coisas vindas de vocês. Me digam agora, ambos estão de acordo em fazer terapia de casal?

— Sim.– Falamos ao mesmo tempo.

Fechei meus olhos enquanto me perguntava se aquilo realmente valeria a pena.

Mary era apenas uma senhora, terapeuta e entediada em estar no hospital, estaria mesmo disposta a tentar solucionar problemas nossos?

Aliás, terapia de casal seria útil quando nós nem ao menos éramos um casal?

— Vamos começar contando a história de vocês e vamos caminhando até chegar aos problemas que trouxeram vocês dois até aqui, quem se oferece para falar primeiro?

Senti a respiração de James ficar ofegante, ele estava um pouco nervoso e começava a suar.

Ficamos em silêncio.

— Vou ter que escolher um dos dois?

— Não, não... eu falo primeiro.– Ele se adiantou, se oferendo a começar.

Ouvi o barulho dele engolir a seco.

— Eu operei para poder enxergar sem óculos...– Ela o interrompeu.

Aquela em que James Potter não enxergaOnde histórias criam vida. Descubra agora