Aquela em que James Potter não enxerga

49. Eu os declaro casados

— Mi hija!— Meu pai falou, me abraçando.— Senti tanto sua falta!

— É bom te ver, papai.— Falei sem jeito, olhando estranho para aquela dupla parada na porta do meu apartamento.

Eu esperava qualquer pessoa tocando a campainha naquele horário, menos meu pai e meu ex, era bem aleatório ver aqueles dois juntos.

— O que vocês fazem aqui?— Perguntei fechando um pouco da porta para eles não verem nada no apartamento e nem notarem que eu apenas vestia o roupão.— Olha, se for pelo processo deixo bem claro que eu fui inocentada e não falo sem meu advogado...

Meu pai me interrompeu, rindo.

— Mi hija, sempre achando que as coisas só se tratam de negócios...— Ele deu um tapinha nas costas.— Vim falar sobre a família.

— E porque veio com esse aí?— Apontei com a cabeça para Hector.— Não tenho nada a tratar com ele.

Ele se adiantou, agarrando minha mão carinhosamente e olhando nos meus olhos.

Estava mudado, arrumado e com a barba feita, roupa cara e um perfume caro.

— Lily, nós precisamos conversar, preciso te pedir perdão por tudo. Por favor, pelos bons tempos que vivemos.

Olhei para o meu pai, vendo o olhar exigente dele e o olhar pidão de Hector.

Suspirei, me dando por vencida.

— Não vai nos convidar para entrar?— Meu pai perguntou, se adiantando, passando por mim e abrindo a porta.

Na sala do apartamento estava o terno do Remo, o terno do James e as alianças, algumas flores e decorações que eu levaria para o local do casamento e também o meu vestido.

— O que é tudo isso?— Meu pai perguntou, fuçando nas coisas.

Torci o nariz.

— Um casamento de amanhã que vou realizar.— Fechei a porta atrás de mim depois de entrarmos.— Podem se sentar, vou na cozinha pegar um suco, querem? Tem comida também se quiserem...

— Não viemos essas horas na sua casa para um lanche, viemos conversar.— Meu pai se sentou e Hector fez o mesmo.

Me mantive em pé, olhando pra eles desconfiada.

— Lily, eu quero que você volte pra casa.

Aquilo me fez rir.

— Casa?

— Sim, eu te quero em casa.

— Quer que eu vá para o México ou para a Inglaterra? Quer que eu volte a ver você e a mamãe brigando por dinheiro? Quer que eu continue aturando Petúnia estourando seu cartão com besteira? Faça-me o favor!

— Lily...— Hector me repreendeu.

Olhei pra ele.

— E quem você acha que é pra me repreender? Você não tem moral nem com um cachorro! Tomem vergonha na cara! Eu não voltarei!

Estava irritada, algo que só meu pai e Hector conseguiam me causar.

— Lily, mi hija, você precisa de um homem como o Hector, você veio para Los Angeles pra ser uma mulher bem sucedida me contrariando, mas você precisa ser uma mulher do lar.

Fiquei séria, incrédula com aquilo.

Hector se levantou, agarrando minha mão e a acariciando.

— Estou disposto a me casar com você, eu te perdôo por tudo.

Tirei a mão dele de cima da minha.