↳ 𝐀𝐌𝐁𝐖 ↬ 𝐓𝐚𝐞𝐡𝐲𝐮𝐧𝐠 + 𝐟𝐞𝐦𝐚𝐥𝐞 𝐜𝐡𝐚𝐫𝐚𝐜𝐭𝐞𝐫
Acredite em mim, princesas dotadas de uma sublime perfeição em uma torre sendo resgatadas por príncipes de índole impecável não são o que se pode chamar de reflexo da realidade.
As verd...
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Quando mais nova a coisa que Grace mais gostava de fazer, no mundo inteiro, era quando o sábado e o domingo chegava e ela sabia para onde iria no final de semana. Para a residência dos avós. A mãe de Grace costumava brincar, dizendo que em algum momento a filha não mais caçula iria se mudar para lá e nada a tiraria de lá. A menina grudava na janela do carro vendo os grandes prédios sendo mudados por grandes árvores, como um quadro verde.
Via Delle Campora não era longe, o contrário, era bem perto do coração de Florença mas era como se fosse outra cidade. Via Delle Campora era considerada a roça dos ricos, com casas bem afastadas umas das outras e rodeados de verde, mas a diferença era nas mansões que ocupavam os terrenos. Sim, mansões, mais como palácios, grandes, com jardins cuidados por umas 10 pessoas e lustres até nos banheiros. O carro parava e Grace saia arrastando a irmã mais nova, que tentava pará-la mas ao mesmo tempo ria, se divertindo com a situação.
Elas eram as princesas daquele enorme palácio, que os avós insistiam em dizer que um dia, aquilo tudo, seria delas. Grace era sempre a mais animada das duas, dizia que seriam as primeiras princesas negras de Florença. Os pais e avós riam das duas crianças, enquanto os dois irmãos mais velhos achavam aquilo uma grande besteira. Crianças.
Pelo retrovisor do carro, era possível ver Amélie agarrada a janela, assim como ela quando tinha 6 anos. A viagem não demorou muito, apenas meia hora e já era possível enxergar a enorme casa ao lado esquerdo da estrada. Fazia um bom tempo que elas não passavam por ali, então entendia a felicidade de Amélie, que estava tão animada que não conseguia se desprender do cinto de segurança. No momento que ela se viu livre — graças a mãe —, correu pela enorme entrada e Grace agradeceu por não ter casas por perto, com certeza os gritos de animação da criança incomodaria alguém. Mas não era como ela se importasse. Eram gritos de quem iria passar o final de semana com os avós.
Infelizmente surgiu um problema de trabalho e Yurie teria que substituir no final de semana, fazendo acontecer a impossibilidade de ficar com Amélie. Mas não foi nada que chateasse a criança, parece que ficar com os avós era bem mais legal.
Mesmo tendo vivido ali por mais de 20 anos, não conseguia esconder a surpresa por ver o lugar ainda bonito e muito bem conservado. Grace carregava a mochila de viagem da filha, quando presenciou a cena de Amélie se jogando nos braços da avó, que com sucesso a agarrou firme. Elas ficaram se abraçando e murmurando palavras fofas uma para outra, até Amélie implorar para descer do colo pois precisava fazer o número um.
— Oi, mãe.
Todo aquela alegria de ver a neta, havia ido embora e dado lugar para uma expressão séria, com os olhos franzidos e braços cruzados na altura do peito.
