Dark Paradise

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Atrasei? Atrasei!
De novo? De novo!
Vão me desculpar? Não sei kkkkk
Mas o cap tá aqui kkkkk

Boa leitura moreees!





03 de junho, 2016

Brunna acordou lentamente, respirou fundo e passou a mão pelo rosto, fazendo uma careta ao sentir o gosto ruim em sua boca. Piscou algumas vezes para se acostumar com a claridade que, insistentemente, invadia o quarto por entre as cortinas. Bocejou antes de tentar levantar-se, apenas para notar o corpo de Ludmilla entrelaçado ao seu.

Brunna permitiu-se sorrir suavemente. Ludmilla estava da mesma maneira da qual sempre fora acostumada, o corpo encaixado perfeitamente ao dela, em forma de concha, enquanto uma das pernas estava entre as da loira e uma mão, possessiva, cobrindo-lhe a barriga. Brunna suspirou. Seria trabalhoso sair dali.

Lentamente retirou a mão de Ludmilla de sua barriga e tentou desentrelaçar suas pernas sem acorda-la, entretanto, falhou. Bufou frustrada, pois pretendia sair sem despertar a namorada.

- Onde você vai? – Ludmilla questionou, antes mesmo de abrir os olhos. Brunna sempre achava aquilo adorável.

- Estou enjoada. – Disse sentindo seus dedos acariciarem, automaticamente, o rosto da mais nova. Ela soltou o ar com um suspiro contido e profundo, abrindo os olhos extremamente verdes.
Ludmilla a encarou, preocupada, mas a loira apenas sorriu para tranquiliza-la.

- Está tudo bem, volte a dormir, que eu vou tomar um banho e venho te acordar na hora certa. Pode dormir mais um pouco. – A loira falou fazendo carinho nos cabelos da namorada, que aos poucos foi fechando os olhos lentamente, até voltar para o sono profundo.

Brunna sentou-se sobre a cama, sentindo alguns de seus músculos doerem. Manteve o lençol enrolado ao corpo, enquanto observava os pingos de chuva que caiam sobre a janela.

Gemeu em satisfação pela água quente que saía do chuveiro e escorria pelo seu corpo. Ela tomou um banho sem qualquer pressa, aproveitando para escovar os dentes ali mesmo, desembaraçar todo seu cabelo e até mesmo retirar quaisquer resquícios de maquiagem da noite passada. A loira ouviu alguns passos fracos vindo em direção a entrada do banheiro, para logo constatar Ludmilla lavando o rosto preguiçosamente atrás do vidro do box transparente, na intenção de tirar a preguiça do corpo.

- Você está bem? – Perguntou a negra, pegando a pasta de dente e colocando um pouco na sua escova.

Brunna murmurou um sim manhoso, enquanto procurava o shampoo em uma das prateleiras de metal.

Ludmilla saiu do cômodo e depois de alguns minutos, voltou com duas toalhas brancas macias. Brunna não pôde deixar de sorrir ao assistir a garota tirar suas roupas de maneira preguiçosa e entrar no box.

-  A cama é meio vazia sem você. – Brunna negou com a cabeça e puxou a mais nova pela cintura para baixo do chuveiro, fazendo os lábios de Ludmilla colidirem rapidamente com os seus.

A língua de Ludmilla invadiu a boca da mais velha, enquanto seus polegares acariciavam as bochechas da mulher e seus narizes se roçavam vez ou outra durante o beijo. Com pequenos selinhos, Ludmilla se afastou e deu um sorriso torto. As duas ficaram mais dez minutos em baixo do chuveiro, enquanto Ludmilla, literalmente, dava banho em Brunna, que parecia mais manhosa e preguiçosa que o normal e ainda parecia estar dormindo em pé, algumas vezes, lhe causando risadas e alguns resmungos de sua parte.

Ludmilla se enrolou na toalha, enquanto Brunna secava os cabelos com a sua, não se importando em sair do banheiro sem roupa alguma, para ir até seu armário e se vestir. Em poucos minutos, a negra se encontrava vestida e com os cabelos úmidos soltos, olhando para uma visão de Brunna ainda nua, cheia de preguiça para terminar de escovar os cabelos.

- O que deu em você hoje? – A garota perguntou com um sorriso no rosto, enquanto se aproximava do rosto da loira, lhe dando alguns beijos na bochecha.

- Eu só acordei mais cansada que o normal. Coisas de grávida. Não precisa se preocupar, Lud. Está tudo bem. – Ludmilla concordou, vendo-a se inclinar para pegar um sutiã em sua gaveta, colocando-o alguns segundos depois junto a uma regata branca.

- Vou descer e fazer seu café da manhã. – A loira assentiu, recebendo um beijo nos lábios e vendo a negra sair do quarto.

Após terminar de se arrumar, Brunna desceu as escadas já sentindo o cheiro maravilhoso de café que entrou por suas narinas. A loira pôde ver sua linda garota de costas para ela, terminando de arrumar o café da manhã na mesa. Antes que Ludmilla pudesse se virar, a loira a agarrou por trás e ficou ali sentindo o cheiro gostoso natural de Ludmilla, misturado com o cheiro gostoso de Ludmilla pós-banho.

A negra respirou fundo, sua camisa foi levantada aos poucos e ela sentiu as unhas latinas arranharem, superficialmente, a sua cintura. Sentiu os pelos do seu corpo começarem a se arrepiar e Brunna roçou seu nariz no seu ouvido.

- Você é tão cheirosa... – A voz da mais velha soou pela cozinha. – Desculpa te acordar, você parecia estar num sono tão gostoso...

- Tudo bem. – Sussurrou virando de frente para a namorada. – Não me importo de ser acordada desse jeito. – Sua língua percorreu o lábio inferior da professora, antes de suga-lo com vontade, a fazendo fechar os olhos com força sentindo seu lábio ser levemente mordiscado.

- Ludmilla! Não me diga que esse cheiro são... hummm!!!
Sua frase não foi completa, pois no segundo seguinte ela já havia enfiado metade do doce na boca, fazendo a negra arregalar os olhos para a cena e rir,

- Waffles!! Eu estava com desejo de comer isso. Não sei com você adivinhou. – Falou animada.

- Eu pressenti, baby. – Ludmilla deu um beijo na bochecha na loira. Brunna sorriu feliz, sentando-se em uma das cadeiras.

- O que foi? – Brunna perguntou confusa.

- Está sujo aqui. – Ludmilla limpou o canto da boca da mulher, que estava sujo de açúcar. Sua outra mão se deslocou da cintura até sua barriga, onde acariciou devagar, sentindo o calor daquela região tão importante. – Você é linda.

Brunna sentiu seu rosto esquentar. Tinha certeza que suas bochechas e as pontas de suas orelhas deveriam estar vermelhas.

- E você fica ótima em minhas roupas. – Ludmilla beijou a testa da mulher, depois de olhar dos pés à cabeça, notando como sua blusa ficava em Brunna.

- Pare com isso! – Falou envergonhada.

O café da manhã foi bem tranquilo, Ludmilla deixou Brunna bem feliz e bem disposta com aquele café da manhã, lembrando a loira de tomar suas vitaminas pré-natais. Elas conversaram sobre diversos assuntos, até que a loira se lembrou de um dos assuntos mais importantes e começou:

- Amor, hoje eu devo ir no escritório do Christian , para ver em que pé anda o processo de divórcio. Espero que ele aceite fazer extrajudicial, assim sairá bem mais rápido, em até dois meses.

Ludmilla, ouvindo aquilo, se remexeu em seu lugar um pouco desconfortável pelo assunto. Já que se lembrava de como sua loira, havia ficado da última vez que eles se encontraram para tratar desse assunto.

- Você quer que eu vá com você? Não quero que ele pense que você está sozinha nessa e que eu não estou te apoiando.

- Não Lud, está tudo bem. Eu posso ir sozinha e de qualquer forma, você tem que ir conversar com o Mário Jorge, para ver como vai ficar sua situação depois da sua briga com o Anderson. O Mário Jorge tinha comentado comigo, que estava precisando de alguns monitores nas turmas do primário, quem sabe você oferecendo ajuda aos pequenos, ela permita você frequentar as aulas e não ganhar uma suspensão como punição?

Ludmilla assentiu e continuou tomando seu café, voltando a conversar sobre coisas diversas e sobre os seus bebês com a mulher dos seus sonhos.

Brunna pegou sua bolsa e andou até seu carro com Ludmilla a acompanhando, porém o seu pensamento estava focado em agilizar, o quanto antes, esse divórcio. Não aguentava mais estar ligada a Christian , mesmo que só judicialmente. Brunna dirigiu com bastante cautela, enquanto contava, animadamente, sobre os gêmeos e a negra, ao seu lado, só sorria como uma criança em dia de natal.

- Tome cuidado. Nada de muito esforço e almoce na hora certa. – A negra listava os cuidados. – Nada de só comer besteiras ou só uma salada, você precisa se alimentar bem, tomar suas vitaminas, para nossos bebês nascerem fortes, ok?

- Sim senhora. – Brunna sentiu um beijo em sua testa e logo o abraço de Ludmilla lhe apertar mais, enquanto inclinava seu rosto em direção ao pescoço da loira, fazendo-a retribuir o abraço de imediato.

Depois de se despedir de Brunna, Ludmilla esperava aflita em frente a sala da diretora, enquanto uma multidão atravessava os imensos corredores da escola a caminho de suas salas. Após alguns minutos, viu a se abrir e uma loira aparecer.

- Ludmilla, entre. – Mário Jorge disse simpático, lhe dando passagem logo em seguida. A negra deu um sorriso fraco e assentiu. Ludmilla entrou na pequena sala e se aconchegou em uma das cadeiras próximas a mesa do homem. – Imaginei que você iria mesmo vir conversar comigo. Como você sabe, o que você fez foi grave e não posso deixar esse evento passar, sem uma devida punição. – Mário Jorge iria continuar a falar, porém Ludmilla o interrompeu e pediu para falar, antes que o diretor terminasse seu discurso.
– Então diretor, era sobre isso mesmo que eu vim conversar com a senhora. A Brunna me disse que você tem procurado monitores para as turmas do primário, já que são turmas grandes e os professores não tem dado conta. Eu pensei que eu poderia ajudar com essas turmas, porque como você deve saber eu tenho uma banda, então eu poderia ir com meus amigos ou sozinha e ajudar os professores. Minha ideia é eu ajudar nessas monitorias ao invés de você me suspender. – Dito isso, Ludmilla deu um sorriso fraco em direção ao diretor, que parecia pensativo em sua cadeira.

- Bom... essa é uma boa ideia. – Mário Jorge falou pensativo, o que deixava Ludmilla ainda mais ansiosa. – Eu realmente preciso desses monitores, mas não sei se você é a pessoa ideal para isso, visto que você sempre tem se envolvido em brigas aqui no colégio e eu não quero isso para as minhas crianças. – Mário Jorge disse frio e direto. Pois apesar de ter gostado da ideia, não podia simplesmente aceitar de cara, sem realmente ver o interesse de Ludmilla em mudar suas atitudes e comportamento.

- Eu sei, diretor. – Suspirou fraquinho. – Mas eu quero e preciso mudar. Primeiro por mim, já que ser assim não é bom para minha vida e depois por minha família. Brunna já passou por muita coisa e eu não quero ser um peso para ela, quero ser uma mulher forte e madura, para ela e para nossos filhos. Quero que eles sintam orgulho da mãe deles. – Ludmilla disse num fôlego só, se lembrando da briga com Brunna e de como se sentiu mal por sua atitude ter afetado tanto sua mulher.

Mário Jorge, mais uma vez, fitou os olhos da garota a sua frente, buscando de alguma forma o que ela acabou de dizer, só que em seus olhos. Buscando a verdade daquela atitude tão forte. Depois de um tempo, que aos olhos de Ludmilla pareceu anos, Mário Jorge voltou a falar...

- Tudo bem, Ludmilla. Eu vou lhe dar essa chance. Você passará por um período de teste por uma semana, se eu ver mudança em você e nas crianças, você continuará como monitora até o fim do ano e não levará suspensão dessa vez. Mas veja bem Ludmilla... se você entrar em mais uma briga ou qualquer coisa do tipo, você automaticamente estará suspensa e como você não tem mais como faltar aulas, irá ser reprovada no mesmo instante. Estou lhe dando essa chance por confiar em Brunna e na decisão dela de ficar com você. Não a decepcione e nem me decepcione. Entrarei em contato com você mais tarde, para lhe passar os horários da sua monitoria.

Naquele momento Ludmilla faltou pouco pular de alegria nos braços de Mário Jorge. Ela apertou freneticamente a mão do diretor e prometeu que iria se comportar e que deixaria todos orgulhosos. Inclusive seus filhos, Ludmilla pensou. Já que tendo mais contatos com crianças, poderia aprender diversas coisas e poderia ajudar Brunna melhor, quando os gêmeos nascessem.

- Mas Ludmilla... – Mário Jorge chamou a atenção novamente da negra antes que ela saísse da sua sala. – Tome cuidado, eu não posso deixar que ninguém mais desconfie do seu relacionamento com a Brunna. Se descobrirem, o conselho de ética irá requerer o afastamento temporário dela.

Ludmilla engoliu seco e apenas assentiu, saindo logo em seguida. Ela desceu as escadas e andou pelos corredores apressadamente, logo avistando de longe Edgar, Lucas e Connor conversando. Por impulso e curiosidade Ludmilla chegou mais perto para ver o que tanto eles cochichavam.

- E ela não te pediu em namoro ainda? 

- Lucas. –  Connor o repreende – Por favor, Edgar também pode pedi-la. – Ludmilla arqueou as sobrancelhas. 

- Marcos tem muito mais atitude, se ela não pedir, esse namoro não sai nunca.

- Gente! – A garota já tinha bochechas vermelhas – Nós podemos mudar de assunto? 

- Ludmilla? – Lucas percebeu a presença da negra que agora já se aproximava do grupo. – O que faz aqui?

- Pensei que tinha sido suspensa... – Connor murmurou baixinho

- Eu fui. Tecnicamente. Mas eu... conversei com a diretora...

- E ela voltou atrás com a suspensão?

- Digamos que sim. – Ela respondeu com um sorriso de lado. – Hum... vocês viram a Marcos por ai?

- Não faço ideia. – Respondeu Edgar – Ou ela está atrasada ou então matando aula.

- Aquela idiota. – Ludmilla riu envergonhada e Edgar a acompanhou, percebendo que sua risada morria aos poucos enquanto fitava algum ponto atrás da negra. Ludmilla acompanhou seu olhar e viu Anderson e Isabelly se aproximando deles de mãos dadas. A garota quebrou o contato entre os dois quando percebeu que Ludmilla estava olhando em sua direção.

- O que você faz aqui?  – Ele chegou bem perto de Ludmilla, Anderson usava um óculos de sol para provavelmente disfarçar o roxo no olho.

- Anderson, eu não quero problemas. – Ludmilla deu dois passos para trás, mas foi inevitável quando Anderson empurrou seu corpo contra o armário.

- Você não deveria estar aqui! – Ele disse com a voz alterada de raiva. A essa altura todos os alunos já haviam parado para olhar a pequena discussão. – Isso aqui doeu pra CARALHO! – Ele falou tirando o óculos e mostrando uma grande marca roxa no entorno do seu olho.

- Anderson, não vale a pena. – Isabelly o puxou pelo braço – Venha, deixe isso quieto.

- Não vai reagir? – Ele perguntou sarcástico, com ódio nos olhos. – Tenha em mente que você está muito fodida comigo agora, Ludmilla.

- Eu não tenho medo de você, Anderson. Pelo amor de Deus! – Ludmilla revirou os olhos e isso só deixou o garoto ainda mais vermelho de raiva.

- Você não me conhece, Ludmilla....

- Eu não vou... – Ludmilla fechou os olhos, tentando se acalmar. – Mais brigar com você, Anderson. Se quiser, brigue sozinho.

- Você acha que as coisas vão acabar assim? – Anderson se aproximou ainda mais de Ludmilla, olhando profundamente em seus olhos e a garota se encolheu um pouco. – Eu vou fazer questão de tornar sua vida um inferno.

Ludmilla semicerrou os olhos, pronta para soca-lo, mas ela apenas sorriu sarcástica e não conseguindo evitar as próximas palavras.

- Boa sorte. – Disse por fim, encarando Anderson intensamente.

- Ei, vocês! – Ludmilla não precisou se virar para saber de quem se tratava. – Se afastem agora!

Anderson se afastou rendendo as mãos no alto em forma de deboche.

- Já disse o que eu tinha para dizer. – Ele se afastou com um sorriso idiota nos lábios enquanto Renatinho o encarava fixamente.

Quando Anderson e Isabelly se afastaram, Renatinho olhou para Edgar e seus amigos que por sinal ainda se mantinham ali espantados.

- Me deixem a sós com Ludmilla, por favor. – Os três assentiram e saíram rapidamente. Deixando apenas Ludmilla e Renatinho sozinhos no corredor. – Que porra você pensa que ta fazendo, Ludmilla?

- Eu não fiz nada.

- Ah claro! Você nunca faz nada, é impressionante a sua capacidade de não fazer nada!

- Olha, dessa vez eu juro que foi ele que veio aqui me ameaçando. – Renatinho suspirou, olhando para os lados para ver se vinha alguém.

- Brunna pediu para que eu ficasse de olho em você.

- Eu não preciso de babá. – Revira os olhos e cruza os braços.

- Eu não me importo com o que você precisa, eu... – O celular do rapaz começou a tocar desesperadamente, fazendo ele  franzir o cenho e pegar o celular no bolso, olhando para a tela de chamada. – Christian Bohall...

Renatinho sussurrou e uma antiga sensação do medo iminente fez com que o estômago de Ludmilla se contraísse e seu coração batesse extremamente rápido.

Alguns minutos antes

Quando Brunna chegou ao escritório, ela foi anunciada pela secretária de Christian , que permitiu sua entrada.

Ao entrar na sala, pôde perceber Christian  de cabeça baixa, analisando alguns papéis. Quando ele levantou a cabeça, primeiro focou seu olhar no rosto de Brunna e depois na barriga, que por ser de gêmeos, já começava a ficar aparente. Brunna cruzou os braços e encarou o homem sentado em sua habitual cadeira em frente a ela.

- Você já deu entrada no divórcio? – Brunna perguntou com a voz firme. – Espero que sim, pois até onde me lembro esse divórcio já era pra ter saído ou pelo menos no processo de finalização.

Christian  levantou as sobrancelhas espantado com o leve tamanho da barriga da loira. Não era nada muito exagerado, mas já era possível ver a diferença de um mês atrás. Fazia um bom tempo que Brunna não entrava naquele escritório, da última vez que havia feito os dois acabaram discutindo bem feio.

- Agora não, Brunna! – Christian  bufou irritado.

- Agora não?! – Brunna riu incrédula. – Quando é que a sua fichazinha de que não vamos voltar, vai cair?

- Por que você quer tanto esse divórcio agora? Por acaso pretende se casar logo?! Ahh... me poupe!

- Christian , pelo amor de Deus! – O homem se ajeitou na cadeira para encara-la melhor.

- Não vou impedi-la de fazer o quer, Brunna. Se quer tanto o divórcio, tudo bem, eu assino todos os papéis. Apenas quero pedir uma coisa. – Brunna levantou uma das sobrancelhas e assentiu, esperando que Christian  prosseguisse. O homem levantou da cadeira, caminhando cautelosamente até a mulher. – Não me trate com tanta indiferença. Já estamos resolvidos quanto ao fim do nosso casamento, então não precisa ficar me tratando mal. Acredite, eu já me sinto horrível por tudo e com você fazendo isso é ainda pior.

Aquilo pegou Brunna, totalmente de surpresa. A mulher assentiu e engoliu em seco. Ela encarou as próprias mãos e olhou a aliança que segurava entre os dedos, Christian  percebeu e encarou seu próprio anelar, ele não tinha tirado a aliança até aquele dia.

- Christian ... – Brunna murmurou, colocando a aliança que ganhará de casamento, na mesa. – Me desculpa.

- Seja sincera comigo... você não me ama mais? Não sente nem um pouquinho ainda do que sentia até ano passado? Ou você... ou você nunca me amou? – Christian  perguntou inconformado, Brunna suspirou e desviou o olhar.

- Eu não estava apaixonada por você quando nos conhecemos. Mas eu te queria, eu estava fascinada por você. – Brunna disse baixo, cansada de todas aquelas perguntas inúteis. – Eu estava muito deslumbrada, mas eu pensei que isso era amor. Mas eu estava enganada.

Brunna ficou encarando Christian  enquanto ele limpava o rosto, com algumas possíveis lágrimas e se perguntava mais uma vez como ele havia deixado tudo aquilo acontecer.

- Não era para ser assim...

- Christian , olhe para mim. – Brunna pediu e como não foi atendida levou a mão até o rosto do homem e o levantou até que estivesse encarando os olhos castanhos que agora estavam marejados. – Preste bem atenção no que vou dizer. – Limpou o caminho que as lágrimas haviam feito e abriu um pequeno sorriso. – Eu juro para você, que te desejo toda a felicidade do mundo. Seja feliz do jeito que você é, não mude sua rotina pelo o que os outros exigem de você, simplesmente viva de acordo com o seu modo de viver. Sonhe com o que você quiser. Vá para onde você queira ir. Seja o que você quer ser, porque você possui apenas uma vida e nela só temos uma chance de fazer aquilo que queremos. Eu sei que está doendo, mas...

Antes que Brunna pudesse terminar sua fala, Christian  de forma intensa abraçou a cintura da loira e deitou a cabeça em seu ombro ainda fungando um pouco. Brunna abraçou seu corpo e deixou um beijo em sua cabeça antes de encostar a bochecha ali e suspirar profundamente.

- Eu não quero me separar. – Christian  sussurrou para a mulher. Brunna se desvencilhou dele e o olhou confusa. Christian  percebendo a confusão nos olhos chocolates, continuou. – Pelo menos não assim, sem amadurecer. Sem dá um tempo para saber se é isso que queremos de verdade.

- Christian ... – Brunna negou com a cabeça. – Por favor, já conversamos sobre isso. Mais tempo do que já demos?!

- Para mim não foi suficiente,

- Eu tinha certeza que você faria isso. – Brunna respondeu nervosa, que fez o estômago da loira embrulhar. – Eu não acredito!

- Eu não quero me separar, Brunna! Eu não acho que devemos. Acho que ainda temos um meio de... salvar nosso casamento. – Brunna cruzou os braços irritada. – Talvez, exista alguma forma que eu possa conquistar você. Conquistar dessa vez de verdade.

- Por favor... vamos terminar com isso de uma vez. Eu não quero nada de você... por favor... só...

Brunna fechou os olhos, sentindo-se um pouco tonta. A mulher colocou uma das mãos na testa e se apoiou na mesa.

- Brunna me deixe falar. Eu sei que não sou o melhor dos homens, mas por você eu tento ser isso. – A loira suspirou pesadamente, negando com a cabeça sem conseguir falar nada. – Não se sente mal por tudo o que provocou?

- Já chega, Christian!! – Brunna falou mais alto fazendo o homem se calar. – Eu não vim aqui para discutir isso. Eu não quero nada, eu não quero seu dinheiro, eu não quero bens materiais, eu não quero absolutamente nada que venha de você. Eu só quero o divórcio. Por favor, vamos resolver isso amigavelmente. Eu não quero abrir uma briga judicial.

- Brunna...

A loira sentiu uma pequena fisgada na barriga, Christian  deu um passo à frente, segurando os braços da loira e os alisando de forma lenta.

- Eu estou aqui. Nós podemos dar um jeito. Eu te amo, Brunna.

- Toda vez que a gente se encontra é a mesma ladainha. – A mulher saiu de perto dele. – Cada passo que a gente dá pra frente, são dois passos que a gente dá pra trás. Você ta querendo retardar o jogo, ganhar tempo, pra que eu desista de me separar de você.

- Nossa, você quer mesmo se livrar de mim, não é? – Brunna revirou os olhos impaciente e entediada.

- Você está agindo feito uma criança mimada novamente. – Brunna se aproximou. – Somos dois adultos, Christian . Qualquer tentativa minha de tentar ponderar alguma coisa com você, simplesmente, esbarra nessa sua capacidade de ignorar tudo que eu digo. Você prefere se esconder feito um avestruz, feito uma criança mimada. Como se nada tivesse acontecido. Como se Ludmilla não estivesse no meio disso tudo. Como se eu não estivesse grávida de uma outra pessoa.

Christian franziu o cenho, um pouco nervoso.

- Eu não sou mais aquela Brunna que você conheceu. A Brunna que você amava, ou que diz amar, era uma Brunna passiva, sempre de cabeça baixa, que se deixava comandar. Eu mudei, Christian . Eu estou mudando, continuamente e eu quero mudar mais.

- Brunna... – Ele negou com a cabeça, se afastando. – Eu mudei de ideia. Não vou te dar o divórcio, coisa nenhuma. Se você quiser, que brigue na justiça por ele.

Brunna ficou chocada com tal atitude.

- Christian , você não tem esse direito!

- Contrate um advogado, abra um processo, brigue. E até a justiça se pronunciar, e é claro que eu sei fazer isso se arrastar por muito tempo, eu continuo sendo seu marido.

- Já chega! Você... – Brunna limpou uma lágrima nervosa. – Você é louco! Você perdeu completamente a noção do ridículo. Meu Deus... Você disse que ia assinar todos os papéis... Disse...

- Mas eu mudei de ideia. Eu não posso deixar você ir assim tão facilmente, depois de tudo o que você me fez passar.

- VAI SE FODER, SEU BABACA! Faça a merda que quiser, mas agora também exigirei todos os meus direitos!!

Os passos duros de Brunna a levaram para fora do escritório, a porta bateu forte, fazendo com que Christian  respirasse fundo tentando controlar a irritação repentina que tomou conta de si.

Os pés de Brunna bambearam assim que ela começou a caminhar, rapidamente para fora daquele lugar. Uma forte dor lhe atingiu exatamente abaixo do seu umbigo, fazendo com que a loira largasse o celular, que caiu e estraçalhou-se no chão, e levasse as mãos até o local. Por instinto Brunna acariciou sua barriga, como se suas mãos pudessem proteger os bebês ali dentro.

Ela agarrou com força o balcão que havia em sua frente, pois estava completamente tonta. Nem mesmo viu, quando as três pessoas chegaram até ela, só percebeu quando Christian  agarrou seu braço, fazendo-a olhar para ele.

- Bru, o que aconteceu? – Brunna sentiu-se enjoada, a tontura não passava, a dor em seu abdômen era contínua e seu corpo gelou quando sentiu algo quente escorrer por suas pernas.

- Brunna!

Christian  estalou os dedos em frente ao rosto da mulher. Brunna colocou as mãos, automaticamente, cobrindo a área inferior de sua barriga quando sentiu outra pontada no local.

- Brunna! Você está sangrando?! – A loira não conseguia falar, estava assustada demais para ao menos respirar. A dor veio novamente, tão forte que a fez arquear. Aquela era, de longe, a pior dor que ela já havia sentido.

- Christian , pega ela rápido! Taylor, ligue para uma ambulância! – Disse nervosamente a secretária.

- Brunna... – Christian  chamou, sua voz mal saía devido ao nervosismo – Bru... – O homem soluçou, tocando lentamente o rosto da loira que estava mole em seus braços. – Precisamos levá-la logo, não podemos esperar a ambulância, vai demorar muito. Ela pode perder os bebês!

- Preciso avisar a Ludmilla... – Brunna balbuciou, enquanto Christian  a levantava nos braços.

- E-eu posso levá-la ao hospital, é o mínimo que posso fazer. – Christian  se ofereceu, tropeçando em suas palavras.

Brunna tinha a respiração ofegante e por um momento seus olhos cruzaram os de Christian . Para a surpresa do homem, ali não havia nojo ou raiva e sim medo, choque, Christian  ficou com o coração na mão,  enquanto via a secretária tentar tranquiliza-la enquanto passavam pela porta, entravam no carro e seguiam em alta velocidade para o hospital mais próximo.

Agora foi que deu! Quem tá com ódio do Christian  xinga ele aqui!

Até o próximo peoples!

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⏰ Última atualização: Jan 11, 2020 ⏰

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