Sol Audrew
Acordo totalmente animada porque ainda é domingo. Não há nada melhor do que poder curtir um dia ensolarado. Salto da cama e cuido da minha higiene pessoal. Hoje combinei de passar a tarde com Martin, vou para a casa dele. Nós moramos perto, ele mora na rua de trás da minha e por incrível que pareça não nos vemos a todo momento. As vezes quando ele vem do trabalho passa para me ver por alguns minutos.
Dou uma olhada no facebook e acabo vendo o que não desejava. Nicolas postou que está em um relacionamento sério, porém não colocou com quem. Sinto uma pequena fisgada no peito e uma decepção se aloja em mim.
O que eu esperava? Eu não tenho nada com isso.
Suas palavras vêm na minha cabeça. Ele disse que gostava de mim. Eu me sinto uma idiota, devia ter acreditado em Soares. Como eu fui burra, vai ver eu quem entendi tudo errado. Eu nem devia estar pensando isso porque tenho Martin e é ele que me importa.
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Acabei de fazer digestão do almoço e estou terminando de me arrumar para ir na casa de Martin.
Estou tentando não pensar em Nicolas porque eu não quero continuar sentindo o que estou sentindo.
Respiro fundo, confiro uma última vez o batom em minha boca e saio rumo a casa do meu amor, o único com quem de fato devo me preocupar.
Eu já disse como ele é um cara lindo? É tipo aqueles homens que saíram de uma capa de revista. Alto, cabelo castanho claro, braços e abdômen levemente definido, olhos de um castanho claro e uma boca que...puta que pariu.
Estou na porta de sua casa, prestes a tocar a campainha quando o portão se abre e eu dou um salto para trás.
- Oi cunhada. - cumprimenta com um sorriso.
- Olá, tudo bem? - pergunto seguindo portão a dentro.
- Estou ótima. Vou dar uma saidinha, mas fique a vontade. Martin está no quarto. - afirma antes de fechar o portão.
A casa é simples e pequena, mas tudo é muito organizado. Passo pela sala e sigo pelo corredor que me leva direto ao quarto dele.
- Oi amor. - diz enquanto se levanta para me beijar. Nossas bocas se unem e sua língua faz uma exploração junto a minha. Suas mãos que estavam descansando em minha cintura, começam a deslizar pelo meu corpo.
Sua mão esquerda segue até meu pescoço, enquanto sua mão direita está sobre um dos meus seios. Carinhosamente ele o aperto por cima do fino tecido. Estou de vestido e isso facilita tudo.
Escorrego minha mão por debaixo de sua camisa e sinto os gomos do seu abdômen definido. Arranho levemente indo até suas costas, fazendo com que ele gema baixinho em minha boca. Isso faz com que a perseguida fique úmida.
Sinto o tesão crescer entre nós dois enquanto nossos lábios permanecem unidos.
Ele me coloca sobre a cama, fecha a porta e se abaixa. Fecho os olhos e mordo os lábios, esperando por seu próximo movimento. Sinto minha calcinha de renda ser retirada.
- Abra as pernas.- pede com a voz meio rouca e eu o faço.
E foi assim que eu quase engravidei.
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Estou na sala de aula tentando evitar as investidas de olhar do Nicolas. Eu juro que não o entendo. Ele estava com a tal da Mariana à algumas semanas e agora já está com essa tal de Sônia. E o pior de tudo é que ela faz faculdade aqui também. Pelo menos foi o que ouvi Soares comentando.
- O que foi biloquinha verde? - brinca Nicolas me encarando com um maldito sorriso de canto.
- Pensei ter dito que gostava de mim, mas vejo que Soares tinha razão. - insinuo.
- E eu gosto, mas é complicado. - ele passa a mão pelos cabelos e por um segundo eu suponho que algo o preocupe.
- Pra mim está tudo muito claro, mas tudo bem, somos amigos. - forço um sorriso e ele retribui.
Me viro para frente e começo a prestar atenção no meu professor maravilhoso de citologia. Eu nunca vi um professor tão gato como esse. Como diz a Sra Cleusa, é um colírio para nossos olhos.
- Amiga, tenho uma notícia ruim e uma boa aí mesmo tempo. - Rafaela me cutuca enquanto eu faço um desenho engraçado de célula.
- O que foi? - me viro para encará-la.
- A partir de amanhã não venho mais. - faço bico e ela ri. - Eu vou trancar a faculdade e fazer pedagogia na minha cidade. Recebi uma proposta de emprego irrecusável.
- Fico triste e ao mesmo tempo feliz por você. Vou sentir sua falta. - digo a abraçando sobre a carteira.
- Vamos manter contato. - me viro para frente e tento imaginar como vai ser a faculdade sem ela. Eu nem cheguei a comentar com ela sobre Nicolas, prefiro que ninguém saiba, nem mesmo ele.
A aula termina, eu, Rafaela e Cleusa seguimos juntas até o estacionamento para nos despedirmos.
- Que você tenha muito sucesso menina. - felicita Sra Cleusa abraçando minha amiga que já está chorando.
- Obrigada Sra Cleusa.
- Aí amiga, que você seja muito feliz nessa nova jornada. Muito obrigado por tudo. - dou um abraço apertado na minha pequena enquanto contenho uma lágrima que está prestes a escorrer pelo meu rosto.
- Obrigada você. Vamos manter contato e combinar de você ir me visitar. - aceno com a cabeça e fico observando ela entrar no ônibus.
- Vou sentir falta dela. - comento com Cleusa.
- Ela é uma boa menina.
Juntas seguimos para o nosso ônibus. Ficamos em silêncio por todo o caminho, exceto pela minha mente que está gritando tantas coisas que chego a ficar tonta.
Meu pai está me esperando no mesmo lugar de sempre. O céu está estrelado e a lua cheia brilha com esplendor. Meu pai e eu vamos conversando pelas ruas escuras e solitárias dessa pequena cidade. Ele fala sobre estar cansado do trabalho e de como gostaria de ter logo sua aposentadoria.
Eu queria poder ajudar mais, mas desde que sai do meu antigo emprego não procurei por outro. Eu recebo uma bolsa da faculdade, é pouco, mas já dá para ajudar em algumas coisas.
Meu pai fala que se meu dinheiro dá para roupas e sapatos já é um tipo de ajuda. Não que eu gaste dinheiro com futilidades. Eu ajudei minha mãe a comprar um sofá novo, foi parcelado, mas o importante é vê-la feliz.
Eu sou o tipo de pessoa que não mede esforços para agradar as pessoas, alguns dizem que isso me faz ser boba, porque as pessoas se aproveitam disso, mas eu não acho que devo mudar, esse é o meu jeito e pronto.
Eu acredito que todas as pessoas merecem uma segunda chance, acredito que se temos condições de ajudar alguém devemos fazê-lo sem olhar a quem.
Eu acredito nas pessoas, acredito em dias melhores.
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GiraSol
RomansSol mulher que carrega no coração o desejo de encontrar o amor verdadeiro, mas cujos caminhos parecem sempre levar a desencontros e desvios inesperados. Este é o cenário encantador e emocionante de "Girasol", uma história que nos apresenta, uma jove...