Chegando na porta, abro-a lentamente e encontro algum estranho despido no meu quarto, especificamente em minha cama e começo a alarmar:
– AAAAAAAAA!!!
O estranho se aproxima e tapa minha boca abafando meus gritos, fechando a porta e me leva até a cama e retira a mão da minha boca dizendo:
– Calma, eu posso explicar.
– Por favor não faça nada comigo, me deixe em paz...
Tampo meu rosto com minhas mãos deixando algumas lágrimas caírem, ele se aproxima um pouco e tenta me acalmar perguntando:
– Por que eu faria isso com você, Daniel?
Retiro minhas mãos da cara e vejo o estranho limpar minhas lágrimas, fico sem entender nada, como ele sabe meu nome?
– C-Como você sa-sabe meu nome e p-por que você está p-pelado no meio do meu quarto?
Quando falo isso, ele percebe que está despido, ele cora e corre imediatamente pro banheiro, trancando-se lá.
– Por favor me desculpe por isso, eu não queria que você me visse justo nesse estado. – O estranho fala de dentro do banheiro.
– O que você quer comigo?
– Me dê alguma roupa pra vestir, por favor e eu prometo explicar tudo.
Pego uma peça de roupa e me aproximo da porta esperando que ele abra.
– Tá aqui.
Ele rapidamente abre a porta e puxa o conjunto de roupa que eu estava segurando, fico um pouco surpreso, mas me afasto da porta e sento na cama tentando me acalmar, algumas lágrimas caem, ainda estou aflito e com medo desse estranho fazer algo de ruim comigo.
Logo ouço a porta abri e sinto um frio na espinha, o medo toma posse de mim, fico me tremendo vendo ele se aproximar de mim.
– Obrigado pelas roupas, ficou bom em mim.
Fico calado e ele percebe que ainda estou nervoso com sua presença.
– Posso? – Ele pergunta apontando para meu lado na cama.
Apenas afirmo com a cabeça e ele se senta ao meu lado.
– Você ainda tá assustado? Hey, olha pra mim, não precisa ficar com medo não pretendo lhe fazer mal, afinal, eu quem deveria sentir medo de você.
Meu olhar vaga pelo quarto e sinto falta de alguém mas não consigo lembrar de quem pelo nervosismo, logo fito os olhos do estranho na minha frente e fico admirado com os seus olhos castanhos claros, pelo seu porte físico ele aparenta ter a mesma idade que eu, acabo de perceber que fiz um escândalo por nada, mas ele quem invadiu meu quarto.
– Realmente... Você me assustou.
– Me desculpa.
Acabo de perceber que não vi o Kenji no quarto e começo os interrogatórios.
– O que você fez com o Kenji? Como sabe meu nome? Por que você estava pelado no meu quarto? O que você faz aqui? Por que-
Ele coloca o dedo indicador nos meus lábios me silenciando.
– Uma pergunta por vez, eu já lhe disse que vou explicar tudo.
– Então comece.
– Bom... Eu sou o lobo que você estava cuidando, sou Kenji quando viro lobo mas me chamo Manoel e antes que pergunte, sim, eu sou o novato da sua escola que faltou essa semana toda mas tenho motivos e sim sou um lobisomem mas depois eu explico melhor sobre isso.
Após escutar isso fico surpreso, então eu estava cuidando de um lobisomem e não sabia?
– Então... Sem querer ser intrometido mas posso saber quais são os motivos de você ter faltado essa semana sendo que você estava aqui o tempo todo?
– Primeiramente eu morava numa aldeia aqui perto porém no dia em que minha mãe me deixou aqui no seu quintal pra você cuidar de mim, alguns humanos invadiram minha aldeia e destruíram ela e mataram muitos da minha população...
– Sinto muito por isso... Perai! Eu cuidar de você?
– Sim, você cuidar de mim, estou sobre suas ordens.
– Até quando?
– Eu também não sei mas acho que até minha alcatéia se reorganizar e construir uma nova aldeia, terei que conviver com você sob seus cuidados e ordens.
– Não me entenda mal, mas é que quando eu cuidava de você quando era lobo era complicado, imagina cuidando de outro garoto como eu, como eu vou explicar isso para minha mãe?
– Se você quiser eu me transformo de volta em lobo.
– Não! Digo... É bom ter uma companhia de vez em quando.
– Mas ainda continuarei lhe fazendo companhia com minha fase lobo.
– Mas não é a mesma coisa, você sendo humano eu posso conversar com você.
– Tá certo então.
Observando agora ele de perto, ele tem muitos traços parecidos com o Trevis, era pardo, diferente do Trevis, o Manoel era um pouco menor que eu, tinha o cabelo liso um pouco bagunçado como o do Trevis mas eram brancos meio acinzentado e seus olhos castanhos claros que fazia um belo contraste nele.
– Você é bem parecido com o Trevis.
– Você conhece meu primo Trevis?
– Sim, ele estuda na mesma sala que a gente.
– Que saco!
– Por que? Ele é bem legal, divertido, só um pouco reservado.
– Deixa pra lá.
– Tá bom então... Mas assim, você tem que ir pra escola, você faltou essa semana e isso pode prejudicar muito seu estágio.
– Eu sei... Mas como eu vou se meu fardamento ficou em casa?
– Por sorte eu tenho dois fardamentos, te empresto um.
– Muito obrigado, Daniel.
Ele se aproxima e me dá um abraço e sussurra no meu ouvido:
– Obrigado por ter cuidado de mim até a aqui.
Eu me arrepio todo mas logo me afasto e percebo que ainda estou com o fardamento, me direciono para meu guarda-roupa e pego um roupa.
– Tenho que me trocar.
– Tudo bem, vou voltar pra cama.
– Seria bom você sair, não acha?
– Eu já vi você pelado quando estava na minha fase de lobo, você não lembra?
Lembrando da cena começo a corar e corro me trancando no banheiro escutando uma risada suave vinda do outro lado da porta.
– Não precisa se envergonhar, você também acabou de me ver pelado, estamos quites então.
Me troco lembrando do Manoel pelado no meio do meu quarto, algo lá em baixo dá sinal de vida e fico constrangido.
– Parando agora para pensar, ele tem um belo corpo.
– Ahh, eu esqueci de lhe falar que sinto cheiros a longa distância, estou sentindo cheiro da sua excitação.
– Maldito seja!
Continua...
Obrigado por ler!
Mais um capítulo postado com sucesso, desculpem se ficou muito extenso e também quaisquer erros ortográficos.
Leiam, curtam e comentem, me ajuda bastante. Beijos e até o próximo capítulo!
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Amor Proíbido (Escrevendo)
Manusia SerigalaEsse mundo sempre foi habitado por seres sobrenaturais que vivem escondidos, longe dos seres humanos que tem medo deles. Por serem vistos como ameaças, os seres humanos mandam caçadores que são enviados para acha-los e mata-los um por um. Um conflit...