Capitulo 7

1.3K 118 30
                                    

Xxx Nem demorei né? Gosto desse capítulo, nos próximos terão algumas explicações, espero que gostem. Enjoy xxX

Ludmilla Pov

Assim que Brunna entrou em casa, sai de lá cantando pneu, porque, se antes eu pensava que ela não poderia saber de nada sobre a minha real profissão, hoje eu tinha absoluta certeza.

^^^

- Você tá de brincadeira Ludmilla. - Marcos ralhava comigo. - Você precisa se afastar dessa garota agora, não da pra ficar brincando de gato e rato, uma hora ela vai descobrir, e aí, adeus a tudo o que construímos.

- Pode se acalmar? - tentei manter a voz baixa. - Ela não vai descobrir, porque ninguém aqui vai contar, Okay?

- Olha irmã, tudo isso por causa de uma boceta? Tem várias aqui mesmo, pra que se incomodar com os federais? Pensa um pouco além de você garota! - explodiu.

- Ei ei, da pra ouvir os gritos do Marcos lá da rua, o que diabos está acontecendo? - minha mãe chegou, trazendo consigo Conner e Luane, carregados de compras do supermercado.

- A sua filha, dona Silvana. - Marcos continuou, tentando abaixar o tom de voz enquanto eu olhava para os meus pés. - Acabou de descobrir que o pai da Brunna é um delegado, pior ainda, ele trabalha pra federal, e mesmo assim, ela insiste que pode continuar vendo a Brunna, essa idiota não percebe o que pode acontecer se essa merda continuar. - esbravejou.

- Okay Marcos, se acalma! - minha mãe massageava as têmporas, parecia ter levado um banho de água fria. - Conner, leva o Marcos lá pra cima, Luane vai assistir algum desenho seila, eu e Ludmilla vamos conversar.

- Ótimo! - Marcos saiu escada acima, batendo todas as portas que podia no caminho, sendo seguido por meus irmãos, que não falaram nada, apenas o seguiram.

- Olha pra mim. - dona Sil me chamou com uma voz carinhosa que eu não esperava, então, levantei o rosto para olhá-la, fazendo com que ela encontrasse minha íris, já com alguns resquícios de um choro formado em minha garganta. - Ah minha pequena grande garota, vem cá. - e foi nos braços dela que eu desabei, deixei tudo o que esteve preso por anos e tudo o que Marcos tinha dito para mim, sair em meio às lágrimas, enquanto ela me apertava cada vez mais, sussurrando que as coisas ficariam bem.

^^^

Eu estava deitada, na cama e no peito de minha mãe, como uma verdadeira criança que se machucou na escola, depois de ter cessado o choro e fungando um pouco, fechei os olhos e me apertei a ela, começando enfim a sussurrar meus medos.

- Você acha que eu deveria me afastar? - ela suspirou, enquanto eu continuava com os olhos fechados.

- Acho que você deve seguir seu coração. - eu bufei, tomando coragem para abrir os olhos encontrando os seus vidrados no teto, ainda fazendo carinho em meus cabelos.

- Não entendo porque diz isso, como vou seguir meu coração se ele não diz nada? Apenas continua batendo e batendo, isso é algum tipo de mensagem que só as mães entendem? - reclamei, enquanto ela soltava uma risada nasal.

- Vou tentar explicar, o que você sente quando vê a Brunna? - me olhou.

- Bom, ela é bonita, me trata bem e eu sinto meu coração disparar toda a vez em que estamos muito perto, quando estamos longe, sinto algo faltando, como um relógio chato que fica me lembrando as horas pra acordar. - suspirei, agora olhando para o teto e com as mãos em minha barriga. - Conto as horas quando sei que vou vê-la e conto os minutos quando envio uma mensagem, sinto que podemos nos entender, se tentarmos realmente. - ela suspirou novamente, virando para mim.

- E você ainda diz que seu coração não fala. - sorriu. - Escuta, quero que você esqueça o que Marcos disse, você já fez muito por todos nós, quero que pense no que pode fazer por você agora, daremos um jeito em qualquer decisão que você tomar, somos família e vamos estar juntos até depois do fim. - se levantou e deixou um beijo em minha testa. - Eu amo você, minha pequena grande garota.

^^^

Duas semanas haviam se passado, eu fugia da Brunna esporadicamente, cancelava os programas que combinávamos e me arrependia depois. Conversávamos por celular, em algumas ocasiões eu ligava querendo ouvir a voz dela, ou a sua respiração enquanto dormia. Cheguei a pensar que estava ficando doente, porque, só essa semana, tinha tido febre duas ou três vezes, obviamente eu não podia ir a algum hospital, porque eu tinha pavor, mas minha mãe me dava chás e tudo ficava bem. Especialmente hoje, Marcos me olhou estranho, me deu bom dia, já que desde aquele dia não nos falamos mais, pra nada. Ele pegou um pedaço de bolo e saiu em direção da garagem, ouvi apenas o barulho do carro, e quando percebi ele já tinha ido.

Agora eram cinco da tarde, passei a manhã e mais um pouco trabalhando, deixando as coisas aceitáveis e  tentando falar com Brunna, estava com saudades. Depois de dar as ordens e deixar as coisas com Cabeça no comando, subi para a minha casa e me recolhi em meu quarto, era normal. Eu descia, resolvia as coisas, dava as ordens e observava se o que tinha pedido no dia anterior tinha sido feito, depois subia indo até em casa, conversava um pouco com meus irmão e ia direto para o quarto, tentava falar com Brunna ou só olhar suas fotos, eram duas, e eu tinha tirado enquanto ela estava distraída, me perdia no tempo e nos meus próprios pensamentos e acabava dormindo, pensando quão difícil era não pensar nela, eu a conhecia a o que? Cento e cinco dias! E agora não conseguia passar dez dias sem pensar nela, irônico.

Toc toc

- Entra. - gritei ainda deitada.

- Ei. - Marcos entrou no quarto, totalmente sem jeito e eu acabei me sentando. - Eu tenho visto como você está e acabei conversando com a mamãe, acho que fui tão super protetor que acabei não pensando nos seus sentimentos. - fiz menção de falar algo, mas ele continuou. - Tudo bem você gostar dela e se for isso o que seu coração escolher, ainda somos família, eu vou te apoiar, aonde quer que a gente esteja, como você sempre fez por mim, me desculpa irmã. - ele tinha os olhos cheios e eu abri os dois braços, tendo ele jogado em cima de mim em menos de um segundo, era bom estarmos bem de novo.

- Eu amo você e vou fazer de tudo para nos proteger. - beijei sua testa enquanto ele me apertava mais.

- Você já faz, mas, olha, tenho algo pra você. - ele se levantou em um pulo, e saiu correndo escada abaixo. Pelo barulho, consegui ouvir até dona Sil gritando com ele.

- Já que Maomé não vai até a montanha. - ouvi aquela voz e meu sorriso rasgou o rosto de fora a fora.
Ela estava ainda mais linda do que eu conseguia lembrar, absolutamente mais cheirosa e quando ela se jogou em cima de mim na cama, eu desejei que aquele momento durasse para sempre.

Pena que nem tudo é como queremos.

Fora da Lei  - BrumillaOnde histórias criam vida. Descubra agora