Capitulo 8

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Xxx Ei, talvez tenha alguns pov's aleatórios assim, pra explicar o que aconteceu pra chegar em tal ponto, Okay?! Enjoy xxX

Marcos Pov

Eu havia ficado irritado, bom, irritado era meio termo, eu tremia de raiva. Dia após dia nós dávamos o sangue nisso, pra Ludmilla simplesmente jogar tudo no lixo, querendo ter um romance com a filha de um inimigo. Eu remoía isso de hora em hora, revirava os olhos e bufava sozinho no quarto, pensando em como fazer com que esse sentimento passe, o meu de raiva e o da Ludmilla de um princípio de paixão.

Uma semana tinha se passado, nós não conversamos mais, não brincávamos e eu notava que Ludmilla se fechava cada vez mais em um casulo próprio, mas achei que se isso fosse o necessário pra que ela se tocasse, ótimo. Mas quando fechou quase duas semanas, ela tinha saído pra resolver algo com Conner e Oliver simplesmente entrou no meu quarto, sem mais nem menos, sem bater na porta e só com a cara que ele estava, soube que o assunto seria sério.

- Ok, as coisas não podem ser assim, você está sendo infantil. - disparou.

- Você pode começar do início? Eu não to entendendo bem. - ironizei.

- Essa sua birra com a Ludmilla. - levantou a voz. - Isso é infantilidade e você sabe, não controlamos de quem vamos gostar. Pensei que você mais que qualquer outro fosse concordar.

- E concordo, mas não ela. Porra! É a filha de um delegado caramba! - me exaltei.

- Quando eu encontrei você chorando uma vez e te perguntei o motivo, você não quis dizer de princípio. - começou baixando o nível da voz. - Dias depois você me contou, estava apaixonado por um garoto e não sabia o que fazer ou com quem contar, quem foi a primeira pessoa que te deu uma palavra de conforto? - perguntou suspirando.

- Ludmilla. - murmurei.

- Exato, ninguém soube o que falar, mas ela soube, por estar ouvindo atrás da porta, ela soube te ajudar e segurou sua mão quando metade do morro riu do fora que você levou do garoto. - relembrou. - Ludmilla esteve pra você muito mais do que qualquer um aqui, e agora, que ela finalmente se apaixona por alguém você é o primeiro a erguer a bandeira do contra.

- É mas poderia ser qualquer outra pessoa! Eu apoiaria! - tentei me defender.

- Não Marcos, você está deixando seu lado super protetor entrar em ação, está sendo egoista! Está deixando na mão a única pessoa que sempre esteve aqui por você, se não fosse por ela, aonde você estaria? - jogou em minha cara. - Pense bem, dane-se de quem a garota é filha! As escolhas do pai não fazem um filho! E mesmo que façam, deixe a Ludmilla quebrar a cara, se for pra ela ser feliz depois! Deixe que ela tente e que ela decida um pouco sobre a própria vida. Pare de pensar só em você! Eu te amo irmão, mas você está errado.-

E da mesma forma que entrou, saiu, como se tivesse dito que o jantar está pronto. Me deixou pensativo e depois triste, eu sabia que ele estava certo e que se tinha alguém cuja qual eu devia era Ludmilla, aquela garota fez mais por mim do que qualquer pessoa e foi com esse pensamento que eu dormi, sabendo que teria que mudar algo.

Dois dias depois, eu finalmente tomei coragem, liguei para Erick e descobri o horário em que eles sairiam da escola aquele dia, iria conversar com Brunna, e talvez, mas só talvez, me desculpar por tudo.

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- Oi pessoal. - cumprimentei quando avistei Erick e os outros, mantendo meu olhar direto em Brunna. - Será que a gente pode conversar?

- Oi Marcos, claro que sim, fala. - ela abriu um meio sorriso.

- Hã.. pode ser em outro lugar? - ela ergueu uma sobrancelha e olhou para Mário, lhe estendendo uma chave.
- Pode avisar a Mia que eu vou estar com o Marcos? Volto pra casa à noite. -

- Certo, se cuida! - eles se abraçaram, e tanto o garoto quanto Erick seguiram seus caminhos.

- Bom, sou toda sua! - Brunna deu uma leve risada. - Que tal um almoço? - sugeriu.

Vinte e cinco minutos depois, estávamos eu e ela em uma lanchonete que ela mesma escolheu, achei que ela ia preferir um lugar mais com cara de gente rica, mas para me dar mais um tapa na cara, era o tipo de lugar aconchegante com cheiro de comida boa.

- Bom, eu te chamei aqui, porque acho que notou que a minha irmã anda meio afastada de você, não? - ela olhava o cardápio e levantou apenas uma sobrancelha novamente, dirigindo um olhar frio para mim.

- Meio? Ela está fugindo como o diabo da cruz, e eu aposto a cor dos meus cabelos, que isso tem algo haver com você. - voltou os olhos para o cardápio enquanto eu titubeava.

- Como tem tanta certeza? - ela fez sinal para o garçom, fazendo o pedido logo em seguida, por nós dois inclusive, voltando a minha pergunta depois.

- Você sempre se mantém afastado, nunca me olha nos olhos e sempre parece estar escondendo algo. - ela se encostou na cadeira e cruzou os braços.

- Como percebeu isso? -

- Filha de peixe. - deixou no ar. - Mas isso não é sobre mim, é sobre você ter me chamado aqui, o que mudou? - questionou.

- Pra uma garota de dezoito anos, até que você é bem esperta. - ela sorriu. - Você está certa, eu de certa forma influenciei esse afastamento entre você e a Ludmilla, deixei meu lado super protetor falar mais alto, dando a entender que se a Ludmilla quisesse ficar com você, teria meu completo voto negativo, até o fim. - fui sincero.

- Certo, e o que mudou? - ergueu a sobrancelha, isso é mania só pode.

- Eu vi como ela ficou tentando ficar longe de você e eu não gosto dessa Ludmilla. - suspirei. - Oliver me abriu os olhos, me lembrou o quanto eu devo a Ludmilla. Quando nos conhecemos, eu era um garoto de rua, vivia carregando sacolas de supermercado e juntando os trocados, vendo se daria pra comprar um pão, ou qualquer coisa que pudesse ser comestível. - pausei. - Até que aquela garota negra, favelada e que não tinha muito mais que eu, além de pais que a amavam e um pouco mais de comida na mesa. Essa garota me juntou da rua, me levou pra casa dela, sem nem perguntar de onde eu vim. - a essa altura, os olhos dela já estavam cheios e os meus, transbordando, tomei fôlego e continuei. - Ela brigou com Deus e o mundo por mim, moveu céus e terra e começou a trabalhar quando nosso pai morreu, trouxe tudo para casa e nunca nos cobrou nada em troca. O que eu quero dizer é. - funguei. - Eu percebi o quão egoísta estava sendo e resolvi vir aqui, falar com você, pedir desculpas por ter te julgado sem ao menos tentar conhecer, eu não conheço a sua história e não posso proibir que minha irmã tenha algo com você, se for o que a faz feliz, eu quero dizer que apoio.

- Olha... - suspirou e limpou uma lágrima que caiu. - Não esperava por isso, mas sobre ter algo com a sua irmã, o que aconteceu foram alguns beijos e depois de tantos encontrinhos eu realmente estou começando a sentir algo, mas saber os seus motivos não tornam as suas ações válidas. - ela entrelaçou os dedos e suspirou novamente. - mas agradeço por ter confiado sua história a mim, espero que possamos nos dar bem a partir de agora, porque, sinceramente, eu não pretendo mais me afastar da Ludmilla, nem que seja pra sermos apenas amigas. - terminou.

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Depois de uma tarde recheada de conversas após aquele momento tenso, convidei Brunna para ir em casa e acho que todos estavam com saudades dela. Nunca vi tantas pessoas abraçando uma, ela ficou o que? Duas semanas sem vir aqui, não um ano. Enfim, minha felicidade maior foi ter conversado com Lud e ver o quão feliz ela ficou quando viu Brunna, talvez eu devesse deixar as coisas nas mãos do destino agora.

Fora da Lei  - BrumillaOnde histórias criam vida. Descubra agora