𝐂𝐚𝐩í𝐭𝐮𝐥𝐨 𝐈𝐈𝐈 • 𝐕𝐨𝐜ê 𝐏𝐚𝐠𝐚 𝐔𝐦 𝐋𝐚𝐧𝐜𝐡𝐞, 𝐄𝐬𝐪𝐮𝐞𝐜𝐞𝐮?

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Oiii!!
Boa leitura!! :D

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Sadie Sink entrou em desespero.

Veja bem, para uma jovem de apenas quinze anos, até que presenciou casos bem variados de doenças mentais. Mas, aquilo não. Era a primeira vez.

Quando sua mãe era mais nova, ela morava no sul da Itália por causa da faculdade. Em vez de ir a alguma das prestigiadas da Ivy League, algo que ela podia muito bem fazer com as conexões e notas que tinha na época, Lori decidiu se arriscar e viajar a Europa enquanto estudava, seu sonho desde pequena.

Foi assim que conheceu Adam, o amor de sua vida. Os dois estavam tão apaixonados que não mediram as consequências. Dessa forma, Lori engravidou faltando ainda dois anos para ambos obterem seus diplomas, ela de marketing e comunicação; ele de administração. Sua vinda aos Estados Unidos foi uma decisão lógica de ficar mais próxima à família Sink, que a ajudaria com o que precisasse, já que tinha condições melhores que os Rossi.

Além disso, a diferença substancial do mercado financeiro, muito mais seguro para se abrir o próprio negócio nos arredores de Nova Iorque, era uma boa aposta para Adam, que desistiu de seu curso para trabalhar, dando a chance de se formar para a esposa.

Então, não é surpresa alguma que, de tempos em tempos, o lar dos Sink, já bem tumultuado, recebe visitas de alguns parentes da parte italiana da família. Sadie aprendeu desde pequena que, se sua querida avó Martina teve um único filho - seu pai - os seis irmãos mais velhos dela, todos falecidos, tiveram o prazer de encher o mundo de pequenos Rossi.

Por isso, já estava habituada às estranhezas de um dos milhares de primos de seu pai. Ele se sentava sozinho na varanda e passava horas lendo o jornal na sessão de economia, tomando um gole de café puro entre um acerto e outro nas palavras cruzadas. Isso, é claro, discutindo o crescimento das ações na bolsa com algumas vozes.

Vozes

Demorou anos para entender que estas não se tratavam de amigos imaginários ou fantasmas, qualquer uma de suas explicações românticas de seu eu de seis anos. Como sua mãe dizia, o primo Pietro é um pouco mais especial que as outras pessoas.

Foi Caleb, seu irmão do meio, quem deu nome, pela primeira vez, à doença que ninguém queria lhe falar. Pietro é esquizofrênico. Pesquisou sobre o assunto em várias ocasiões e sabia que existiam muitos medicamentos, antipsicóticos em sua maioria, que ajudavam a pessoa a ter uma vida cotidiana mais fácil, apesar de terem efeitos colaterais fortes e deixarem a pessoa parecendo uma bola. Hoje em dia, era difícil alguém ter o fim trágico de Van Gogh.

Demorou mais alguns anos para, enfim, realmente compreender do que se tratava a perturbação mental. Por mais que conseguisse manter uma conversa saudável e, diferente do que pensava no início, muito inteligente, seu primo de segundo grau resistia bravamente à ideia de realizar um tratamento. Isso não implicava em ignorância ou teimosia, como muitos presumiam ser, a verdade era que ele não conseguia distinguir o real do que não era real. Não existiam limites bem definidos entre um fato e algo que sua mente traiçoeira criava.

Infelizmente, faleceu no início do ano anterior. Um infarto num homem ainda muito jovem, não chegou aos quarenta. Algumas pessoas maldosas disseram ser overdose de remédios, mas sua família sabia bem de sua dieta à base de congelados e processados, o colesterol estava nas alturas.

Como não eram tão próximos, Sadie lidou bem com a notícia triste. Ele foi o primeiro que conheceu com um distúrbio mental, contudo.

Além dele, viu a bipolaridade da tia materna Sarah, irmã mais nova de Lori.

𝐄𝐧𝐭𝐫𝐞 𝐋𝐢𝐯𝐫𝐨𝐬 𝐞 𝐓𝐚𝐥𝐡𝐞𝐫𝐞𝐬 | 𝐒𝐨𝐚𝐡Onde histórias criam vida. Descubra agora