XVIII

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Gabriela se sentiu encurrulada, não  poderia ser presa, caso contrário jamais conseguiria retomar sua vida de volta.

- quanto está disposto a me ajudar ? - ela questionou

- vou te ajudar em tudo, desde que você seja inocente.

- então agora eu sou uma suspeita?

- Porque não me diz um pouco sobre você? Me conte como chegou nesta situação.

- você provavelmente não  irá acreditar.

- me diga, e eu decido sobre acreditar ou não.

- tudo bem, você pode me servir uma xícara de café forte? Eu preciso disto para conseguir falar sobre toda esta sujeira.

Gabriela pegou a xícara e repousou sobre a mesa, mencionou com riqueza de detalhes desde o seu início com Alfredo, as empresas Maldonado e o documento que assinou para Ayla.

Jorge ouviu atento e perplexo cada detalhe.

- Seu primo que era um quase irmão, te chantegeava para abusar sexualmente de você. Sua prima se aproveitou do seu momento de abalo emocional para a despachar e ser tutora de sua fortuna. Algum momento passou pela sua cabecinha que eles são  uma dupla e estão agindo juntos?

- sim, na verdade não sei quantos são e quem são. Estou sozinha, não  posso confiar em ninguém.

- desconfia da sua tia também?

- dela não, eu sinto muito verdade nela.

- Porque não  tenta se comunicar com ela?

- são  os filhos dela, não seria fácil  convencê-la das minhas verdades, Ayla com certeza acredita que estou morta e prefiro que continue assim.

- Não ela não acha isto, ela te quer viva. Você morta seria um problema para ela e exatamente por isto não mandou te matar.

- eu não  entendo,

- você  morta seu corpo iria aparecer em algum momento, não  existem passagens registradas com seu nome em nenhuma companhia área. O que causaria uma investigação criminal, além de possíveis familiares que poderiam requerer um percentual de herança.

- por isto ela não  me matou, sempre achei que seria mais fácil desta maneira.

- seu amante também não deve estar morto, ela deve ter dado a ele o mesmo destino que deu para você.

- acha que Ayla tem algo a ver com o sumisso de Alfredo?

- possivelmente sim, o desaparecimento dele não tem nenhuma justificativa, e tem as mesmas características que o seu caso, se ele era dono de aplicações milionárias porque fugiria com uma merreca de valores ? A conta não  fecha.

- mas onde Ayla entra na história?

- este é  o ponto  solto, precisamos descobrir o que a motivou a fazer isto.

- Eu conheço alguém que poderá  nos ajudar, Ernesto é  um empresário muito amigo de meu pai, ele tem contatos importantes dentro do serviço de investigação. Inclusive o pedi para investigar o paradeiro de Alfredo poucos dias antes de parar aqui.

- não creio que seja o momento ainda,  vamos fazer tudo com calma. Assim que Caleb estiver preso me dedico totalmente a te ajudar, combinado?

- promete que nada de mal irá me acontecer?

- prometo! Te dou minha palavra que daqui para frente irei a proteger de tudo e todos. - Jorge disse lhe estendendo a mão

- negócio fechado.- ela respondeu apertando a mão dele.

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