XXVI

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-Então você não vende pessoas? - Gabriela perguntou surpresa

- claro que não! - ele disse gargalhando- mas e você? Onde estava com a cabeça de vir para o meio do nada com um homem que vende mulheres? - Caleb perguntou colocando uma mexa de cabelo atrás da orelha

- acho que sou mais corajosa do que as outras mulheres

- eu acrescentaria mais bonita também, - ele sorriu - mas me diga de onde tirou que sou um traficante de mulheres?

- ouvir dizer na boate - ela mentiu

- Tenho diversos negócios ilícitos, mas nenhum deles incluem pessoas. Eu gosto de mulheres, gosto muito. Frequento lugares onde sei que terei fartura delas e escolho a minha. Como escolhi você- Caleb disse saindo da água  se sentou na pedra mantendo os pés na água e acendeu um cigarro

Gabriela nadou até ele, mas não se retirou da água.

- e depois Caleb? O que faz a estas mulheres? - ela  perguntou se apoiando em suas pernas

- Elas decidem por quanto tempo conseguem prender meu tesão e meu interesse, quando elas se tornam problemáticas, ciumentas e desinteressantes eu vou embora as deixando livre para qualquer outro, o problema é que depois de ser minha dificilmente uma mulher queira ser de outro homem.

- mas porque existem estes boatos a seu respeito? - ela perguntou o olhando nos olhos

- Castor vende mulheres, ele transa com elas por um mês depois a oferece aos seus clientes, eu sempre compro a melhor da casa. Mas ele faz isto muito bem feito, só vende para clientes de sua confiança. O problema é que alguns após se cansarem da mercadoria comprada, as vendem para o mercado de prostituição onde elas são escravizadas sexualmente.
A poucos anos  atrás comprei uma garota que era noiva de um policial, ela se apaixonou por mim e não o quis de volta. Ele tentou de todas as formas provar que eu traficava mulheres, mas nunca conseguiu por que isto nunca aconteceu. Provavelmente acreditou que eu praticava o mesmo que alguns clientes de Castor.

Gabriela ouvia atenta

- mas e teus negócios ilícitos? Ele poderia te prender por causa deles - ela questionou pensando que aquele policial só  poderia ser Jorge

- não deixo provas, eles nunca chegaram até mim. - Caleb soprou a fumaça  para o lado e a beijou a boca

Gabriela correspondeu ao beijo e mordeu levemente seu lábio inferior.

- A noiva do policial onde ela está?

- soube um tempo depois que sofreu um acidente e ficou em coma, nunca soube se acordou ou se morreu depois. - ele acariciou a face dela a olhando com luxúria

Ela conseguiu entender a obsessão de Jorge por prender Caleb, nem que para isto precisasse criar uma história falsa sobre tráfico de pessoas.
Assim como percebeu porque ele disse que ela poderia ter aparecido antes, Jorge estava apaixonado por ela mas ainda era obcecado pela ex noiva.

Caleb terminou seu cigarro e se levantou

- Caleb

- sim - ele respondeu se virando para ela

- você nunca se casou? Não tem filhos?

- sim para as duas perguntas, porém  agora chega delas. Estamos a horas nesta água fria tudo que não quero é que fique doente, quanto mais saudável você estiver melhor para o meu apetite sexual.

Gabriela caminhou pensativa por toda a trilha de volta, estava com frio, não haviam levado toalhas.

Caleb ligou o chuveiro enquanto a banheira enchia, preparou os sais de banho e a essência.

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