AONDE VOCÊ ESTIVER ( Reescrevendo)

PRÓLOGO

OITO ANOS ATRÁS

A cidade de Seattle em Washington sempre foi uma cidade muito popular, não é atoa que é a maior cidade do estado.

Nos finais de semanas os lugares sempre foram muito lotados, principalmente os diversos parques que temos por aqui, cheios de casais apaixonados, famílias felizes e amigos se encontrando.

Eu e minha família não poderíamos ficar de fora disso obviamente, graças a minha mãe, quase todos os finais de semanas a gente passava no parque, tanto que isso até se tornou um hábito.

Tanto que cheguei a me enjoar desse parque.

Mas até chegar o dia que fiz amizade com a menina mais incrível que eu já tinha visto nesses meus 14 anos de vida.

Julie.

Julie é uma garota com 1,60 de altura, tem cabelos castanhos enrolados nas pontas e é uma garota que exala felicidade por onde passa, não por causa da sua beleza que é impressionante mas sim pela garota incrível que ela é por dentro.

Nós se tornamos melhores amigos, já que nossos gostos eram muito parecidos, gostavamos das mesmas musicas, dos mesmo jogos e até dos mesmos filmes. Meio clichê, eu diria.

A gente era praticamente a metade um do outro, qualquer coisa que acontecesse comigo, ela era a primeira pessoa a saber e assim era com ela também.

Eu acabei criando algo mais profundo por Julie, ao ponto de sentir meu coração acelerar sempre que ela se aproximava de mim e sussurava em meus ouvidos sem qualquer tipo de maldade, a semana inteira esperava ansioso só pelo final de semana por que eu iria vê-la.

E com o passar do tempo, eu percebi.

Ela se tornou o meu primeiro amor.

[...]

Mas depois de um tempo Julie sumiu, simplesmente sumiu de tudo, ela não ia mais ao parque, não me mandava nenhuma mensagem e nem via ela com suas outras amigas pela redondeza.

Já fazia exatamente um mês que ela não vinha ao parque, a pessoa que me deixava feliz tinha sumido por algum motivo que eu nem sabia. Isso me deixava totalmente mal. Tosco.

Julie uma vez disse onde morava, era em um bairro que ficava bem perto do parque que a gente se encontrava com o nome de Belltown.

Então de uma hora para outra, tomei coragem e sem avisar meus pais, nem ninguém, decidi ir atrás dela, eu precisava saber se ela estava ao menos bem.
Eu precisava saber o motivo dela não ir mais me encontrar, de ela ter me esquecido e deixado a nossa amizade de lado.

Após alguns minutos de ônibus – Sim, eu tinha pegado o cartão de passagem do meu pai. Ele me mataria – Eu cheguei no bairro e na casa onde Julie tinha me dito e qualquer um que visse teria certeza que a casa estava completamente abandonada.

Assim que cheguei, fiquei de frente para o portão e apertei a campainha diversas vezes rapidamente mas não obtive a resposta de ninguém.

— JULIE! — gritei chamando o nome dela com a esperança que alguém iria me atender.

Não pode ser possível.

Não.

Não.

— Hey garoto, porque está gritando para está casa? — uma senhora de idade me perguntou curiosa.

— Aonde estão? Aonde está a família que morava nessa casa? — pergunto desesperado ignorando totalmente a pergunta dela.

— O casal que morava nessa casa acabou se divorciando, isso já faz um mês. A mulher e a filha foram morar em outro país.

Então o desespero bateu, senti como se meu coração estivesse sendo esmagado naquele exato momento, não conseguia acreditar que Julie foi embora, a minha melhor amiga. O meu primeiro amor.

Não conseguia acreditar que eu nunca mais a veria, eu a tinha perdido de vez.

— Eu nem consegui dizer isso a ela, que eu a amava — sussurei pra mim mesmo, então lágrimas começaram a sair de meus olhos.

Eu chorei, chorei como eu nunca tinha chorado, meu peito descia e subia freneticamente, minhas pernas perderam as forças me fazendo cair de joelhos na calçada.

Aquela dor que eu sentia era horrível.

Meu pai me dizia que eu não deveria me apegar demais nas pessoas por que um dia elas iriam partir e me deixariam machucado.

E eu finalmente entendi o sentido,
Julie se foi e deixou o meu coração totalmente quebrado.

××××

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