Mar De Fogo [BL]

Capítulo 03. Momento

Cap.03

O bar estava quase vazio, com apenas umas cinco pessoas, então, ao ouvir alguém surgir do nada se intrometendo na conversa, a pessoa e o dono do bar se assustaram.

 — Quem é?

O sujeito colocou a mão na cintura, onde havia uma faca.

— Se acalmem. Peço desculpas por me intrometer na conversa. — Sun falou, levantando as mãos para mostrar que veio em paz.

O dono do bar, ao ver que era o líder da Nação que estava abaixando a guarda para eles, se curvou, meio envergonhado.

— Senhor, não se curve. Em vez disso, que tal se trouxesse a melhor bebida da casa para eu tomar com essa pessoa?

O dono do bar foi rapidamente buscar a bebida.

— Líder Quin, me perdoe pela minha grosseria. — Saindo do seu estado de choque, o sujeito que segurava a faca soltou imediatamente e se curvou.

Levantar uma faca para seu possível futuro chefe é completamente arrogante.

— Não tem problema, que tal beber comigo? — Sun sinalizou repetidamente com as mãos.

O sujeito parecia já estar no seu limite de álcool, mas não podia recusar beber com o líder da nação, ainda mais depois de apontar uma faca para ele. Ele então aceitou, acenando com a cabeça.

O dono do bar rapidamente voltou com uma garrafa delicada e duas taças.

— Vamos brindar por você ter chegado ao final da competição! — Sun Quin serviu as taças até a borda, depois entregou uma para a pessoa.

— Ao final? O senhor Quin não me desclassificou? — a pessoa estava confusa enquanto olhava para Sun.

— Claro que não, aquele velho ranzinza não é mais líder, eu que decido as coisas. Você só sai se perder para o segundo finalista. — Sun deixou bem claro que ele é o líder, ele continuou: — Bom, vamos brindar!

Sem entender o motivo para ter sido mantido na competição, a pessoa estendeu a taça para brindar.

Após o brinde, o líder parou quando estava prestes a beber novamente, ele exclamou de repente: 

— Não beba ainda! Não é justo que você sabe o meu nome e eu não sei o seu. 

Essa foi uma jogada para ter certeza de como chamar o sujeito.

— Meu nome... Ah sim, eu não me apresentei. — A pessoa parece não ter percebido que não se apresentou, ela continuou: "Me chamo Rine, não lembro meu sobrenome devido a alguns problemas, tenho 20 anos.

— Que droga de nome unissex é esse? — Sun pensou internamente. Ele se recuperou da raiva e percebeu algo: — Espera, você, desse tamanho e é dois anos mais velho que eu? 

Ser chamado de pequeno não foi muito agradável, mas Rine não demonstrou. Ele não era pequeno, Sun que era alto.

— Me diga, você é homem ou mulher? — seus olhos se fixaram e ouvidos ficaram atentos à resposta.

— Eu creio que eu já tenha dito, por que ninguém nunca acredita que sou homem? — veias surgiram em seu rosto, a raiva é evidente.

— Homem... Não é tão fácil de acreditar se olhar só a aparência, por isso ninguém acredita. Mesmo ouvindo diretamente duas vezes eu me surpreendo.

— Isso é deprimente. — Rine falou baixo

— Por que triste? Mesmo que eu tenha confundido, você é a pessoa mais linda que eu já vi. — Sun não parecia nem um pouco decepcionado por ser um garoto.

Rine vira o rosto para o lado, sem dar resposta.

— Está ficando tarde, tenho que voltar para casa.

— Está tarde e o senhor está sem guarda, eu posso lhe acompanhar se quiser. — Rine se levanta e propõe.

— Se é essa sua vontade, me sinto honrado plea companhia.

— Como pode um líder de nação se sentir honrado por andar com um civil qualquer?

— Eu sou um líder diferente dos comuns. — Sun dá uma piscadela.

Eles saem em direção ao Palácio. As ruas da cidade são trilhadas por ladrilhos cor de fogo, assim como quase toda a paisagem da cidade, as paredes, em sua maioria, são feitas de blocos criados a partir da areia vermelha presente em quase toda a nação do fogo.

O palácio se chama Palácio Sem Chamas, isso porque é a única construção em grande escala que não foi feita a partir da areia vermelha, sendo um palácio de paredes e chão pretos, como carvão.

No caminho para o Palácio Sem Chamas, em uma estrada entre árvores.

— Senhor, não tem problema o senhor sair para beber à noite? Sabe, o senhor é o líder da nação, isso é um pouco perigoso. — Rine tentou quebrar o silêncio.

— Senhor, senhor, senhor... Não me chame assim, eu tenho um nome. E não, não tem problema eu andar por ai, quem se atreveria fazer algo ao líder da nação no meio da rua?

— Entendi, líder.

— Não me chame de líder também, ok? Chame-me de Sun, apenas Sun! — Sun parece ter perdido a paciência.

—Sim, S-Sun. — Rine parece desconfortável para chamar seu possível futuro chefe de uma forma tão pessoal, mas ainda sim, ele obedece.

Sun para de andar e sorri para o nada, logo os dois ficaram em completo silencio, Rine anda mais a frente para checar o caminho.

Os dois homens já estão chegando próximo ao portão de entrada, não há mais ninguém perto, com exceção deles dois andando, Rine está a alguns metros à frente de Sun, como forma de defesa. Sun, que está atrás olha para o céu e pensa: 

— Eu ando sozinho desde pequeno, não que eu precise de proteção, mas não faz mal ter companhia. — Ele logo abaixa a cabeça e direciona sua visão para Rine, na verdade, em uma parte específica do corpo dele, abaixo das costas e acima das coxas. Sun olha por cerca de cinco segundos, antes de virar a cabeça para o lado com suas bochechas vermelhas. — Que droga! Pense bem para onde você olha cérebro idiota.

— Posso ter me enganado, mas sinto que tem alguém nos observando. — Rine, que era o alvo do olhar, de repente parece sentir algo e se vira, colocando a mão na cintura para segurar a empunhadura da faca. 

— Não acho que tenha realmente alguém observando, você deve ter bebido demais. — O culpado, Sun, tenta disfarçar. Rine se vira de novo e continua a andar normalmente, mas sua mão ainda na faca, demonstra que ele ainda não se sente seguro. Sun respira aliviado — Essa foi por pouco. Ele poderia pensar que sou um completo pervertido. 

Antes de terminar sua sentença, Sun perceber que algo está errado, ele olha para os arredores. Talvez Rine realmente tivesse sentido alguém os observando.

Sun estava prestes a chamar Rine, quando alguém desconhecido chegou por de trás dele e tentou tampar sua respiração com um pano.