Mar De Fogo [BL]

Capítulo 14. Partidas

Cap.14

Ignisia, quatro horas e dez minutos.

— Senhor, tem certeza que não foi enganado?— um guarda em armadura pergunta.

— Ele virá.— Sun responde, encarando ao longe, em várias direções na rua. — Eu quero acreditar nisso.

Já faz muito tempo desde o meio-dia, ainda assim, o sol permanece escaldante, sem sinais de fraquejar ou se pôr. Não que esse fato incomode alguém. Bom, na verdade, incomoda alguém.

Rine, que parece completamente desajeitado. Ele carrega uma mochila aparentemente pesada nas costas, uma mão agarrada a de Maya e parece tentar andar o mais rápido que pode. O calor que ele sente é evidente, sua mente grita repetidamente — QUE DROGA DE CIDADE QUENTE!

Para sua surpresa, distraído, ele acaba atropelando alguém. Na verdade, não dá para se considerar como atropelamento, já que quem caiu foi Rine.

Antes de cair de maneira terrível, com o traseiro no chão, ele inconscientemente soltou a mão de Maya, para que a mesma não fosse puxada para a queda também, seria um perfeito efeito dominó desastroso se isso ocorresse.

A pessoa "atropelada" em questão permaneceu imóvel, como um poste. E de fato, tem quase a altura de um poste. Rine, que olhava de baixo só foi capaz de pensar isso, antes que uma mão enorme se estendesse para ele.

— Sinto muito, eu não te vi. — A pessoa se desculpa, como se a culpa fosse dela, não da distração de Rine. Ele é um homem muito alto, cabelos castanho escuro, e... Olhos vermelhos?

— Giufver?— Rine pergunta, aceitando a mão estendida do homem.

Com um rosto levemente surpreso, o homem permaneceu encarando Rine. Logo, ele tentou explicar algo.

—Meu primeiro nome.

Nesse ponto, Rine havia levantado e se organizado. Sua expressão mostrava que ele, com certeza, não entendeu o que o outro disse. Maya se escondia atrás de Rine, apenas passando um olhar raivoso para o homem aterrorizante em questão, Heijih.

— Desculpe. o quê?— Rine diz, sem pretender ser rude com Giufver, afinal, não há motivos para isso.

O fato do passado, de eles terem lutado e como resultado Rine ter ficado acamado, não o incomoda. Era uma disputa justa, em sua opinião.

— Pode me chamar... Pelo primeiro nome.— Heijih virou um pouco o rosto.

— O Líder te espera, venha comigo.— sem olhar se o outro o seguia ou não, ele saiu.

Enfim, o atrasado, Rine, se deu conta de que já passou da hora há tempos.

—Ah, sim. Vamos, senhor Heijih.— Rine seguiu logo atrás. Claro, ele não estava se dando ao luxo de ficar de enrolação depois de ter se atrasado tanto.

As mãos de Maya estavam novamente presas às de Rine, parecia um ciclo sem fim. Ela suspira em desânimo e seu olhar para o céu é debochado.

Assim, saem daquela rua. Com certa distância entre o "guia", Heijih, e os outros dois.

Na área em que planejaram se encontrar, Sun está sentado em um tamborete, em indisposição de esperar de pé por alguém que se atrasou meia hora.

Ele suspira em uma posição de desistência: pernas cruzadas, cotovelo apoiado nas mesmas e seu queixo sendo suportado pelo pulso. Como uma senhora a espera do seu marido impontual.

—Por que Giufver demora tanto para encontrar Rine. Ele saiu há quinze minutos, caramba!!

Ele já estava perdendo a paciência, mas seus olhos se comprimem ao ver ao longe a silhueta de algumas pessoas. Sim, pelo tamanho do maior, só pode ser Heijih, com aqueles quase 2 metros de altura. Assim, ele presume que as outras pessoas sejam os felizardos que ele tanto esperou até se cansar.