Capítulo 16. Acusação

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Cap.16

Os sobreviventes do grupo de Sun estão avaliando os estragos e socorrendo os feridos. Três carruagens, cada uma composta por cerca de cinco soldados, foram queimadas até que não houvesse nada para salvar, nem mesmo os cavalos. Da única carroça que o fogo não se alastrou, dois morreram ao tentar salvar o príncipe, e outros dois se feriram. Somando, foram dezoito mortos, dois feridos e seis sobreviventes.

Sun estava com dor de cabeça só em pensar nas perdas que o grupo teve em questão de minutos.

— Então, pelo o que eu entendi alguém lançou flechas em chamas nas carruagens? — Rine indagou em compreensão do ocorrido. Ele, Sun, Maya e Heijih, que foi o único soldado ileso nessa situação. Eles estão sentados em semicírculo, com uma espécie de chama que flutuava no meio deles, como se fosse uma fogueira.

O sol está nascendo, mas ninguém consegue apreciar a bela paisagem do nascer do sol em um deserto de areia cobre, afinal, nenhum deles está calmo o suficiente para isso.

— Sim, atacaram enquanto todos dormiam. — respondendo à pergunta de Rine, Sun pega uma flecha no chão. Ele se surpreende ao ver que nela há o símbolo da sua própria nação. — Espera, por que essas flechas estão com o nosso símbolo? — A dúvida de Sun deixa os outros curiosos, inclusive Rine, que se lembrou de algo.

— Mais cedo, eu saí após ouvir sons, quando chequei, era uma Synx alada. Eu não reparei antes, mas ela estava com o símbolo da Nação do Fogo em seu pescoço. Na hora não pareceu, mas de fato, isso foi um pouco estranho, já que Synx não sobrevoam desertos se não forem passar algum recado. — Rine conclui, ajudando Sun a tomar uma decisão.

— Giufver, dê um jeito de notificar o Palácio Sem Chamas. Há algo muito estranho acontecendo.

[...]

Toda aquela situação assustou muito Maya, que se mantém cochilando nos braços de Sun desde que tudo se acalmou. Rine e Sun estavam sentados e meio sonolentos sentados no chão.

— Deixa que eu seguro ela agora. — Rine é interrompido por um bocejo.

— Não. Vamos descansar também, e eu preciso pensar sobre tudo isso. — Sun mal terminou de falar, quando Heijih sai da carruagem e anuncia:

— Senhor, um dos dois feridos não aguentou. — Ele fala tão direto e friamente que Sun custa a crer.

— Como? O estado deles nem estava tão ruim assim.

— Não temos um médico aqui, então não temos como saber o motivo, senhor. — Ouvindo a resposta de Heijih, Rine em um pensamento espontâneo e fala:

— Ah, "Não temos um médico aqui..." isso não é favorável demais? — a intervenção dele fez Heijih franzir o cenho.

Com a morte de um dos feridos, restam cinco pessoas agora. O segundo ferido descansa na carruagem, os demais estão discutindo do lado de fora.

— O que? — Heijih não pareceu irritado com acusação, isso induziu a teimosia de Rine perseguir o raciocínio.

— Por que você ficou são e salvo, enquanto os únicos soldados que não morreram, ficaram feridos? — Desta vez sim, há certo nervoso e mudança da expressão no rosto do acusado. Sun também começa a pensar.

— Agora que pensei, ele não estava aqui quando as chamas começaram. — ele olha para Heijih e depois para Rine — Na verdade, acho que o vi chegar ao mesmo tempo em que você. — Heijih vê que está sendo suspeito e se justifica:

— Meus senhores, eu sai à noite, pois o frio não me deixou dormir.

Com tanta balbúrdia, Maya acorda, recebendo o resplandecente brilho do sol em seu rosto sonolento, fazendo-a semifechar os olhos logo depois de abri-los.

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