Capítulo 32 - Affliction.

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''Tudo o que eu quero é acordar bem

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''Tudo o que eu quero é acordar bem

Diga-me que eu estou bem, que não vou morrer

Tudo o que eu quero é um buraco no chão

Você pode me avisar quando estiver tudo bem para eu sair

Tempos difíceis vão te fazer perguntar por que você ainda tenta.'' ― Paramore (Hard Times)

Point of View Justin Bieber.

Texas, Dallas - Estados Unidos 16 de Junho de 2017.

Olho para o senhor a minha frente, atônito com tudo o que acabo de ouvir. Ainda sim, não consigo acreditar que isso esteja de fato acontecendo comigo. Não pode ser, eu estou vivendo o melhor de minha vida agora. Eu tive a chance de poder tentar consertar o meu erro e de ter um lugar na vida de minha filha depois de tanto ter errado.

A vida não pode ser injusta comigo desta maneira.

Rodo a minha cabeça de um lado a outro sentindo o meu corpo tremer... Estágio avançado? Eu tenho uma doença grave? Eu tenho câncer no sangue? E eu posso muito bem não sair dessa?

Não pode ser.

Isso só deve ser um pesadelo e eu estou vivenciando-o.

Abaixo a minha cabeça, erguendo o meu olhar para encarar o senhor a minha frente. Abro a minha boca, mas não consigo dizer nada. O medo consome o meu corpo por inteiro, fazendo-me ficar arrependido de não ter procurado um médico antes. Eu verdadeiramente deveria vir assim que apresentei os primeiros sintomas. Eu não levei tanto a sério, porque pensei que poderia ser a pressão de meu trabalho, falta de cálcio nos ossos por sempre sentir dor nos mesmos. Eu mal tiro um tempo para mim, para me cuidar, sempre estou cuidado da saúde das crianças que me deparo todos os dias, mas de mim mesmo, eu acabei esquecendo.

― Eu tenho leucemia? ― minha voz soa depois de algum esforço, e o médico que tem um semblante indecifrável, coloca os seus cotovelos apoiados sobre a sua mesa e balança a cabeça levemente, confirmando-me.

― Sim.

Solto ar forte de meus pulmões.

― Não se desespere!

Como ele pede para eu não me desesperar?

Eu posso estar morrendo.

― Eu tenho chances de ser curado? ― engulo a minha saliva, sentindo a mesma descer queimando em minha garganta.

Não posso morrer, não agora, eu preciso mostrar para Beatrice que realmente mudei, que sou um novo homem. Eu necessito ver a London crescer, eu quero fazer parte de sua vida. Eu quero acompanhá-la no seu primeiro dia de aula e desejá-la um bom dia na porta da escola. Tenho que vê-la, tornar-se uma adolescente para eu expulsar os carinhas que aparecem em minha porta querendo namorar a minha menina. Eu necessito vê-la chegar aos seus quinze anos para poder dançarmos a sua valsa. Anseio também ver o dia em que ela vai entrar na universidade, no dia de seu casamento quero estar presente e até mesmo no dia em que ela me dará netos, não que eu vá querer isso tão cedo.

O Preço do Arrependimento | ConcluídaOnde histórias criam vida. Descubra agora