Em que base deve assentar a nossa política? Sobre a nossa própria força. A isso se chama apoiar-se nas suas próprias forças. Evidentemente, nós não estamos sós; todos os países e povos do mundo que lutam contra o imperialismo são nossos amigos. Contudo, nós insistimos na necessidade de apoiar-nos nas nossas próprias forças. Apoiando-nos nas forças que nós próprios organizemos, poderemos derrotar todos os reacionários chineses e estrangeiros.
Nós sustentamos que devemos apoiar-nos nas nossas próprias forças. Nós esperamos obter uma ajuda exterior, mas não devemos depender dela. Nós contamos com os nossos esforços, com a força criadora de todo o nosso exército e de todo o nosso povo.
A conquista de vitória em todo o país não é mais do que o primeiro passo de uma grande marcha de mil lis (...) A revolução chinesa é uma grande revolução, mas após a vitória, a estrada a percorrer será ainda mais longa, a nossa tarefa será ainda mais grandiosa e mais árdua. Esse é um ponto que importa esclarecer desde agora no seio do Partido, de maneira que os camaradas continuem modestos e prudentes, não sejam presunçosos nem precipitados no estilo de trabalho, e perseverem no seu estilo de vida simples e luta árdua.
Devemos eliminar completamente a ideia, existente entre os nossos quadros, de que é possível conquistar vitórias fáceis graças a acasos felizes, sem luta dura, sem suor e sem sangue.
Nós devemos fazer constantemente uma propaganda no seio do povo sobre os progressos do mundo e o seu futuro luminoso, de forma que ele ganhe confiança na vitória. Ao mesmo tempo, devemos dizer ao povo e aos camaradas que haverá curvas e contra curvas no nosso caminho. Ainda há muitos obstáculos e dificuldades no caminho da revolução. O VII Congresso do nosso Partido supôs que encontraríamos muitas dificuldades, pois preferimos pensá-las mais numerosas do que são. Certos camaradas preferem não pensar nisso seriamente. No entanto, elas são uma realidade. Há que reconhecer tantas dificuldades quantas existam e não adotar, a esse respeito, uma atitude de "não reconhecimento". É preciso reconhecê-las, analisá-las e vencê-las. No mundo não existem caminhos sem curvas. Devemos estar preparados a seguir um caminho sinuoso, e não tentar obter as coisas a baixo preço. Não devemos imaginar que, de sua livre iniciativa, um belo dia todos os reacionários cairão de joelhos aos nossos pés. Numa palavra, as perspectivas são brilhantes, mas o nosso é sinuoso. Temos ainda diante de nós muitas dificuldades que não devemos descurar. Unindo-nos num esforço comum com a totalidade do povo, poderemos seguramente vencer todas as dificuldades e alcançar a vitória.
Aquele que só vê o lado radioso das coisas e não as dificuldades, não pode lutar com sucesso para o cumprimento das tarefas que se põem o Partido.
As riquezas da sociedade são criadas pelos operários, camponeses e intelectuais-trabalhadores. Se eles tomam em mãos o seu próprio destino, se seguem uma linha marxista-leninista e se, em vez de fugirem aos problemas, adotam uma atitude ativa para resolvê-los, não haverá no mundo dificuldade que não sejam capazes de resolver.
Os camaradas do Partido devem ter plenamente em conta todas as dificuldades e estar prontos a vencê-las com vontade indomável e de maneira planificada. As forças reacionárias têm as suas dificuldades das forças reacionárias são invencíveis, pois estas são forças moribundas, não têm qualquer futuro. As nossas dificuldades podem ser vencidas porque nós somos uma força nascente, e temos um brilhante futuro.
Que nos momentos difíceis os camaradas não pecam de vista os nossos sucessos, olhem para o nosso futuro luminoso e redobrem a coragem.
É através de dificuldades e vicissitudes que cresce tudo quanto é novo. Na causa do socialismo, tenta ir sempre de vento em popa, tentar obter facilmente os sucessos sem passar por dificuldades nem vicissitudes e sem fazer o máximos esforços, constitui pura ilusão.
Em certos momentos da luta revolucionária, as dificuldades superam as condições favoráveis, nesse caso as dificuldades constituem o aspecto principal da contradição, e as condições favoráveis, o aspecto secundário. Contudo, os revolucionários podem, mediante os seus próprios esforços, vencer progressivamente as dificuldades e criar uma nova situação, que seja favorável.
O que é trabalhar? Trabalhar é lutar. Ali, existem dificuldades e problemas que devemos resolver. É para vencer essas dificuldades que nós iremos para lá trabalhar e lutar. Um bom camarada é aquele que tanto mais insiste em ir para um luar quanto maiores são as dificuldades que nesse lugar existem.Na China antiga contava-se uma fábula intitulada "Como Yukong Removeu as Montanhas". Nessa fábula dizia-se que, em tempos que já lá vão, vivia na China Setentrional um velho chamado Yukong das Montanhas do Norte. Frente à sua casa, havia, no lado sul, duas grandes montanhas, Taiham e Van-vu, que lhe impediam a passagem. Dirigindo os seus filhos, Yukong decidiu-se a arrasar tais montanhas, a golpes de picareta. Vendo-os nesse trabalho, um outro velho, Tchi-sou, desatou a rir e disse-lhes:
-"Que tolice! sozinhos, vocês nunca conseguirão arrasar essas duas montanhas!"
Respondeu o velho:
-"Quando eu morrer, ficarão os meus filhos; quando por sua vez eles morrerem, ficarão os meus netos, e assim se sucederão, infinitamente, as gerações. Quanto a estas duas montanhas, são muito altas mas já não podem crescer e, a cada golpe de picareta, tornam-se cada vez mais pequenas. Por que razão pois não acabaremos por arrasá-las?"Refutados os pontos de vista errados de Tchi-sou, Yukong continuou, inabalável, a escavar dia após dia, o que comoveu os Céus que enviaram então dois anjos à Terra, para que carregassem às costas as duas montanhas. Hoje, há também duas grandes montanhas que pesam sobre o povo chinês: uma é o imperialismo e a outra, o feudalismo. Desde há muito que o Partido Comunista da China se decidiu a arrasá-las. Precisamos ser perseverantes e trabalhar sem descanso, pois também podemos chegar a comover os Céus. Para nós, os Céus não são senão as massas do povo chinês. Se elas se levantam em peso para escavar conosco, por que razão não haveríamos de acabar com essas duas montanhas?
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O Livro Vermelho - Citações do Presidente Mao Tsetung
No FicciónÀ memória heroica e gloriosa do camarada Pedro Pomar.