A guerra, que existe desde que surgiram a propriedade privada e as classes é a forma suprema de luta para resolver as contradições, em determinada etapa do seu desenvolvimento, entre classes, nações, Estados ou grupos políticos.
"A guerra é a continuação da política". Nesse sentido a guerra é política e é, em si mesma, um ato político; desde os tempos mais antigos, nunca houve uma guerra que não tivesse caráter político (...).
Todavia, a guerra tem características que lhe são próprias e, nesse sentido, não é idêntica a política em geral. "A guerra é uma continuação da política por outros meios". Quando a política se desenvolve até uma certa etapa para além da qual já não pode prosseguir segundo os meios habituais, a guerra estala para remover da estrada os obstáculos (...). Quando os obstáculos são removidos e o objetivo político atingido, a guerra termina. Mas, se os obstáculos não são completamente removidos, a guerra tem ainda que continuar, até que o objetivo seja completamente realizado (...). Pode portanto dizer-se que a política é guerra sem derramamento de sangue, e a guerra, política sangrenta.
A História mostra que as guerras se dividem em duas categorias: justas e injustas. Todas as guerras progressistas são justas, e todas as guerras que impedem o progresso são injustas. Nós, os comunistas, opomo-nos a todas as guerras injustas que impedem o progresso, mas não nos opomos as guerras progressistas, as guerras justas. E não só não nos opomos as guerras justas, como ainda tomamos ativamente parte nelas. Como exemplo de guerra injusta temos a Primeira Guerra Mundial, onde as duas partes lutaram por interesses imperialistas, razão por que os comunistas do mundo inteiro se opuseram firmemente a ela. O modo de opor-se a uma guerra desse tipo é fazer todo o possível por impedir que estale, mas se chega a estalar, o modo de opor-se a ela é combater a guerra com a guerra, contrapor a guerra justa a injusta, tanto quanto possível.
As revoluções e as guerra revolucionárias são inevitáveis numa sociedade de classes. Sem elas é impossível realizar um salto no desenvolvimento social, é impossível derrubar as classes dominantes reacionárias, ficando o povo impossibilitado de conquistas o poder político.
A guerra revolucionária é um anti-tóxico que não só eliminará o veneno inimigo, mas também nos purga daquilo que temos de malsão. Toda a guerra justa, revolucionária, contém uma força imensa e pode transformar muitas coisas ou abrir caminho para tal transformação. A guerra sino-japonesa transformará tanto a China como o Japão. Desde que a China persevere na Guerra de Resistência e na Frente Única, o velho Japão será seguramente transformado num Japão novo e a velha China, numa China nova, assim como o povo e todas as coisas, quer na China quer no Japão, se transformarão também durante e após a guerra.
Todos comunistas devem compreender a seguinte verdade: "O poder político nasce do fuzil".
A tarefa central e a forma suprema da revolução é a conquista do poder político pelas armas, é a solução desse problema pela guerra. Esse princípio revolucionário do Marxismo-Leninismo é válido universalmente, tanto na China como em todos os outros países.
Na China, sem luta armada, não há lugar para o proletariado nem para o povo nem para o Partido Comunista, e não há vitória da revolução. Foi através das guerras revolucionárias destes últimos dezoito anos que o nosso Partido se desenvolveu, consolidou e bolchevizou; sem essa luta armada não existiria o Partido Comunista que existe hoje. Os camaradas do partido não devem de modo algum esquecer essa experiência paga como o nosso próprio sangue.
Do ponto de vista da teoria marxista sobre o Estado, o exército é o principal componente do poder de Estado. Todo aquele que quiser conquistar e manter o poder de Estado deverá possuir um forte exército. Algumas pessoas ironizam a nosso respeito, tratando-nos de partidários da "teoria da onipotência da guerra". Sim, nós somos defensores da teoria da onipotência da guerra revolucionária; isso não é mau, é bom, isso é marxista. As armas do Partido Comunista Russo criaram o socialismo. Nós criaremos a república democrática. A experiência da luta de classes na era do imperialismo ensina-nos que só pela força das armas a classe operária e as massas trabalhadoras podem derrotar a burguesia e os senhores de terras que estão, ambos, armados. Nesse sentido é correto dizer-se que só com as armas se pode transformar o mundo.
Nós somos partidários da abolição da guerra; nós não queremos a guerra. A guerra, porém, só pode abolir-se por meio da guerra. Para acabar com as armas há que pegar em armas.
A guerra, esse monstro de mútuo massacre entre os homens, acabará por ser eliminada pelo progresso da sociedade humana, e sê-lo-á num futuro que não vem longe. Para eliminar a guerra, porém, só existe um caminho: opor-se à guerra com a guerra revolucionária, opor-se à guerra nacional contrarrevolucionária de classe com a guerra revolucionária de classe (...) Quando a sociedade humana avançar até o ponto em que as classes e os Estados desapareçam, não haverá mais guerras, nem contrarrevolucionárias nem revolucionárias, nem injustas nem justas - será a era da paz eterna para a humanidade. No estudo das leis da guerra revolucionária nós partimos da aspiração de eliminar todas as guerras. Nisso está a linha divisória entre nós, os comunistas, e todas as classes exploradoras.
O nosso país e todos os outros países socialistas querem a paz. O mesmo acontece com os povos do todos os países do mundo. Os únicos que aspiram à guerra e não querem a paz são certos grupos capitalistas monopolistas que, nuns quantos países imperialistas, enriquecem por meio da agressão.
Para estabelecer uma paz durável no mundo, nós devemos desenvolver ainda mais a nossa amizade e cooperação com todos os países irmãos do campo socialista e reforçar a nossa solidariedade com todos os países amantes da paz. Devemos esforçar-nos por estabelecer relações diplomáticas normais, na base do respeito mútuo pela integridade territorial e soberania, e na base da igualdade mútuo benefício, com todos os países que queiram viver em paz conosco. Devemos apoiar ativamente o movimento de independência e libertação nacional nos países da Ásia, África e América Latina, assim como o movimento pela paz e pelas justas lutas em todos os países do mundo.
Com relação aos países imperialistas, devemos igualmente unir-nos aos seus povos e lutar por coexistir pacificamente com tais países, comerciar com ele e impedir uma possível guerra. Todavia, em nenhuma circunstância devemos alimentas a seu respeito ideias que não correspondem à realidade.
Nós desejamos a paz. Contudo, se o imperialismo insistir em fazer a guerra, nós não teremos outra alternativa senão tomar a firme a resolução de lutas até o fim antes de avançarmos na edificação do nosso país. Se se receia diariamente a guerra, como agir então, no dia em que ela vier realmente a estalar? Primeiramente, eu afirmei que o vento de Leste predominava sobre o vento de Oeste e que a guerra não estalaria, mas agora acrescento estes esclarecimentos sobre a situação para o caso de a guerra estalar. Assim ficarão consideradas as duas possibilidades.
Atualmente, em todos os países do mundo as pessoas discutem sobre se estalará ou não uma terceira guerra mundial. A esse respeito nós devemos estar também preparados mentalmente e proceder um análise. Nós somos firmemente pela paz e contra a guerra. Contundo, se os imperialistas insistem em desencadear uma guerra, não há que ter medo. A nossa atitude a esse respeito é a mesma que com relação a qualquer "desordem": primeiro, estamos contra e, segundo, não a tememos. A primeira Guerra Mundial foi seguida do nascimento da União Soviética com uma população de duzentos milhões de habitantes. A Segunda Guerra Mundial foi seguida pela formação de um campo socialista com um população que atinge um total de novecentos milhões de indivíduos. Se os imperialistas insistem em desencadear uma terceira guerra com toda a certeza várias centenas de milhões de homens mais passarão ao socialismo, não ficando então muito espaço na terra para os imperialistas, e sendo até possível que a estrutura imperialista se desmorone completamente.
Provocar desordens, fracassar, voltar a provocar desordens, fracassar de novo (...) até à sua própria ruína - eis a lógica dos imperialistas e de todos os reacionários do mundo com relação à causa do povo; jamais eles marcharão contra tal lógica. Essa é uma lei do marxismo. Quando dizemos que "o imperialismo é feroz", nós queremos dizer que a sua natureza nunca mudará, que os imperialistas jamais abandonarão o seu facalhão de carniceiro, jamais se transformarão em budas, e seguirão assim até à sua própria ruína.
Lutar, fracassar, voltar a lutar, fracassar outra vez, lutar de novo (...) até à sua vitória - eis a lógica do povo, contra qual ele, igualmente, jamais marchará. Essa é uma outra lei marxista; lei seguida pela revolução do povo russo, e que tem sido também seguida pela revolução do povo chinês.
Precisamente por termos conquistado a vitória, não devemos relaxar em momento algum a nossa vigilância contra as maquinações frenéticas dos imperialistas e seus lacaios que procuram vingar-se. Todo aquele que relaxa a vigilância desarma-se a si próprio politicamente, e acaba por ser reduzido a uma posição passiva.
Os imperialistas e os seus lacaios, os reacionários chinesas, não se resignarão à derrota sobre esta terra da China. Eles continuarão a conluiar-se por todos os meios possíveis contra o povo chinês. Por exemplo, eles hão de infiltrar os seus agentes na China para semear discórdias e provocar desordem. É indubitável que jamais renunciarão a tais atividades. Outro exemplo é o de os imperialistas instigarem os reacionários chineses a bloquear os portos da China, inclusivamente oferecendo a estes o concurso das suas próprias forças. Eles procederão assim sempre que lhes seja possível. Além disso, se ainda quiserem mais aventuras, poderão usar uma parte das suas tropas para invasões e hostilização das nossas fronteiras. Isso tampouco é impossível. Há pois que tomar tudo em uma boa conta.
O mundo está progredindo, o futuro é brilhante e ninguém pode mudar essa tendência geral da história. Nós devemos realizar uma propaganda constante, entre o povo, sobre os fatos representativos do progresso do mundo e do seu brilhante futuro, de modo que ele possa ganhar confiança na vitória.
Em momento nenhum os comandantes e os combatentes do Exército Popular de Libertação da China devem relaxar, mesmo num mínimo, a sua vontade combate. Todo o pensamento que conduza ao relaxamento da vontade de combate ou à subestimação do inimigo é errôneo.
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O Livro Vermelho - Citações do Presidente Mao Tsetung
NonfiksiÀ memória heroica e gloriosa do camarada Pedro Pomar.