A professora - Ohanitta

Ritual de conhecimento

No primeiro "dia de aula" - Como Anitta passou a chamar os encontros que teria com Ohana - Ela pareceu estar muito nervosa, mas não rolou nada além de conversa e passeios.

Ela afirmou que aquilo era o mesmo que reconhecimento de terreno, elas precisavam se conhecer intimamente.

- Tenho fama, Ohana, e minha fama por muitas vezes se tornou implacável com as mulheres que eu saía, portanto para sua preservação, seria melhor se assumíssemos algum tipo de relacionamento, mesmo que de fachada. Creio que não vá gostar de ficar conhecida como "mais uma da Anitta".

Ela riu pelo nariz.

- Prefiro ficar conhecida como sua amante do que como "A chifruda da Anitta".

Anitta gargalhou.

- Não leve tão a sério o que as pessoas falam sobre mim, Ohana. Não sou a piranha que me pintam, você sabe.

- Então por que se preocupa assim com minha reputação?

- Apenas por que palavras tem peso. Fora isso, neste dois meses que estivermos juntas serei apenas sua, portanto, não correrá este tipo de risco.

Ohana sorriu.

- Hora de experimentar o primeiro passo das aulas Srta. Lefundes.

- E qual seria?

- O beijo.

Anitta disse segundos antes de tomá-la e beijá-la intensamente.
Ohana ficou em choque com o primeiro beijo que recebeu dela.

Anitta era intensa, possessiva, e conseguiu lhe tirar o ar em segundos.

Foi impossível não comparar ao beijo de Bárbara, que era sempre tão igual, cadenciado, repetitivo.

Perdendo a capacidade de pensar, ela a enlaçou pelo pescoço e devolveu o beijo com avidez.

- Lição número um: A entrega é o prenúncio do prazer. - ela disse com a voz rouca e sensual. - Esse beijo foi magnífico, imagino como será no auge da entrega.

Ela corou.

- Terá de tentar não ficar envergonhada comigo, Ohana, deixe as coisas fluírem. Sei que não me ama, mas sente algo por mim? - Ela a questionou.

- Bom...eu...Claro que sim, eu não...Não pensaria em você se não...

- Se não me desejasse? - Anitta completou e ela afirmou. - Me deseja há muito tempo?

Ela corou mais ainda.

- Sim, há algum tempo. Você sabe que é uma mulher desejável.

- Me desejava quando estava com sua ex?

- Uma mulher tem direito a fantasias, o que está tentando fazer? Me deixar mais envergonhada?

- Não, apenas desejava inflar meu ego já enorme.

Anitta riu.

- Ora vamos, Ohana, não fique assim. Sei que jamais trairia sua namorada.

- Está tudo bem. Quando pretende...Quando vamos iniciar...

- Está assim tão ansiosa? - ela brincou mas mudou logo a conversa após ver a expressão de Ohana - Desculpa, é brincadeira. Não estipularemos uma data para isso, ocorrerá naturalmente.

- Mas só temos dois meses e se não der tempo de...

- É tempo suficiente - ela disse e a voz se tornou mais sensual - Relaxa, pequena.

Ela só conseguiu sorrir.

A semana se passou e cada dia Ohana ficava mais intrigada. Anitta apenas a beijava em seus encontros. Certo que os beijos estavam cada vez mais intensos, e ela sempre a levava as alturas com os lábios, mas não passavam de beijos.

Ela não a tocava ou tentava tocar, não insinuava nada, não a convidava para a casa dela, nada que indicasse que teriam sexo.

Ela ficava cada vez mais tensa sobre quando iniciariam de fato as aulas sobre as quais falaram.

Era domingo, estavam voltando de um show.

Ohana estava meio alta pelas beats que havia tomado.

Anitta era uma companhia adorável, sabia fazer rir como também sabia ouvir nos momentos certos.

- A regra numero dois diz: Confie em mim.

- Não disse que não confiava em você, apenas quero saber para onde vou.

-Vai para o céu.

Foi tudo o que ela disse.

Ohana não a questionou mais, apenas recostou o rosto ao vidro do carro e observou a paisagem.

O carro de Anitta diminuiu a velocidade e entrou no estacionamento de um prédio de frente pro mar em Angra dos Reis.

- Onde estamos?

Ela indagou.

- É hora da minha namorada conhecer minha casa. - À essa altura, todos os fãs já especulavam o possível casal e ficavam investigando cada passo ou troca de olhares que ambas davam durante os shows. Mas ninguém sabia de nada ao certo ainda.

- Conheço sua casa, e não é essa.

- Esta é minha outra casa. - Ela disse.

- Seria esta a casa onde você leva sua 'namoradas' para encontros nada inocentes? - Ela perguntou alfinetando-a.

- Não - ela foi firme - Não costumo namorar, Ohana. Minhas conquistas eu prefiro levar a motéis, este lugar é muito intimo e eu gosto de tratá-lo como meu santuário. Esta casa apenas eu conheço, nem a minha família sabe dela, só o Renan na verdade. Venho aqui quando quero paz.

Ohana ficou vermelha com a resposta dela.

- E o que estou fazendo aqui?

- Está me conhecendo. Conhecendo todas as partes que me compõem. Quero que você seja capaz de me traduzir Ohana. Entre nós deve prevalecer o máximo da intimidade, Só assim funcionará.

- Anitta, eu gostaria de saber o que você preten...

Mas a frase foi suspensa e esquecida quando ela encostou o dedo indicador em seus lábios.

- Agora chega, Ohana, é hora de se calar. Estamos aqui por um bom motivo. Teremos nosso primeiro contato intimo. Queria que as coisas fluíssem, mas você é difícil de lidar.

- Você quer dizer que vamos...

- Vamos . - Ela disse. -
Mas não há necessidade de nomearmos isso, ainda não sabemos qual será o desfecho. Preciso que entenda que há muitas maneiras de se fazer sexo. - Ela disse isso e se dirigiu ao bar da sala servindo-se de Gin - Aceita?

Ela afirmou, já estava bastante nervosa.

- Existem linguagens de baixo e alto calão para denominar o ato sexual, o fato é que todas elas o definem bem, dependendo da situação. - Anitta entregou a bebida a ela - Podemos fazer amor, se o ato for calmo e gentil, podemos transar se ele for sensual e intenso, se for carnal. Sexo romantico, sexo selvagem, não importa. Apenas o denominamos no fim, quando finalmente entendermos o que fizemos. Entende?

Ohana afirmou.

A respiração cada vez mais desregrada com as palavras que ela proferia.

A primeira coisa que vou fazer é mostrar a você o que eu costumo chamar de ritual de reconhecimento. Irei reconhecer seu corpo, assim como você reconhecerá o meu. Vou explorar você, com minhas mãos, minha boca e minha pele. - Ela dizia cada palavra olhando nos olhos dela - E você tentará se libertar de seus pudores e recatos e fará o mesmo em mim.

Ohana continuou parada.

Ela se aproximava cada vez mais, Já podia sentir o doce aroma do seu hálito, mas Anitta recuou.

Ela não compreendeu, mas logo a viu baixar a luz do quarto.

-

E aí? O que estão achando!?

NÃO ESQUEÇAM DE VOTAR!!!