A professora - Ohanitta

Ciúmes

- Vai pagar para ver?

Anitta disse ainda induzindo a dor na outra.

Depois de alguns segundos ela a soltou.

- Três segundos para você sair. Um...

Bárbara hesitou, mas apenas um segundo.

- Acho melhor você levar a sério o que eu estou dizendo. – O semblante de Anitta era sombrio. Assustador.

Ohana temeu pela integridade física de Bárbara e pela cena que tudo aquilo poderia causar.

- Acha que eu vou obedecer ordens suas? Até onde eu sei, a Ohana não tem nada com você.

Bárbara cometeu o erro de pôr a mão na cintura de Ohana de novo.

O sangue de Anitta gelou e ela perdeu o resto de noção que tinha.

Com um gesto rápido, pôs-se atrás de Bárbara e tirou a mão dela da cintura da loira com violência, dobrando-a nas costas da própria Bárbara.

Bárbara grunhiu de dor, reprimindo a muito custo um grito.

- Anitta, não... por favor. – Ohana pediu quando viu o rosto de Bárbara contorcer numa careta.

Mas Anitta não estava escutando.

- Eu vou recomeçar a contar e quando eu terminar é melhor que você esteja bem longe daqui. Longe de mim e longe dela, principalmente dela, você me entendeu?

Ela arqueou o braço e Bárbara dobrou-se para a frente rangendo os dentes.

- Anitta...para...para com isso agora!

Ohana gaguejou.

Queria se mostrar forte, mas estava tão assustada quanto Bárbara.

- Não... Não machuca ela!

A voz dela saiu mais firme e controlada embora um leve tremor pudesse ser notado.

Aquele pedido simples, de proteção a Bárbara foi o suficiente para aflorar o instinto que Anitta ainda conseguia manter dentro de si.

Ciúmes.

Em vez de atender o pedido dela, Anitta forçou mais o braço da outra.

- Você tem amor aos seus ossos Bárbara? À todos eles?

Ohana fez menção de se aproximar para tentar ajudar Bárbara, mas um olhar gélido de Anitta foi o suficiente para detê-la.

- Proteger sua amiga não vai ajudar Ohana, pense bem, vai piorar a situação dela.

Ohana se deteve onde estava.

- Ouça, meu maior desejo agora é arrancar cada membro do seu maldito corpo, e eu vou fazer isso se você ficar mais dois segundos na minha frente, portanto eu vou contar e você vai sumir, do contrario, eu vou sumir com você. Entendeu?

Bárbara gemeu e Ohana fez uma careta.

Anitta forçou mais o braço dela.

- Entendeu?

- Por favor... Anitta – Ohana pediu. – Deixe ela ir...por favor!

Anitta a encarou.

Por mais louca de ciúmes que estivesse não conseguia negar nada àquela mulher.

Mesmo que ela estivesse pisando no seu ego com botas de ferro.

- Está vendo isso sua desgraçada? Tá vendo? Salva pela mulher que você deixou, tá vendo a merda que fez. Por quê se não fosse por ela, provavelmente você estaria com essa sua cabeça enorme debaixo do meu salto. Agora vamos lá. Tem três segundo para desaparecer.
Um...

Anitta começou a recontar, mas antes de largar o braço de Bárbara ela ainda a machucou mais uma vez.

- Dois.

- Você é uma covarde, Anitta. – ela disse afastando-se amedrontada.

Os olhos de Anitta caíram sobre Ohana e elas degladiaram com um jogo de olhares que substituíam as palavras.

Durou pouco, mas foi intenso.

Ohana quebrou o silencio.

- Você não tem o direito de...

- Tenho todos os direitos. – Anitta a cortou – Vem comigo.

Anitta tentou pegar a mão dela, mas Ohana desviou.

Ela estreitou os olhos.

- Você tem duas escolhas. Vem comigo por bem e sem chamar a atenção. Ou vem carregada no meu ombro dando um show e tanto, Ohaninha.

Ohana tremeu e Anitta começou a andar desafiadora. Ela achou melhor segui-la.

Anitta levou Ohana até um banheiro nos fundos do salão e tratou de pendurar a placa de interditado no local.

Puxou-a para dentro sem a menor delicadeza.

Iria arrepender-se de cada atitude autoritaria e invasiva que estava tendo agora, mas só depois.

Agora não conseguia pensar.

Tinha ido aquela festa na intenção de encontrar Ohana e convencê-la a ouvi-la, mas ao chegar lá e deparar-se com as mãos de Bárbara em volta da cintura da sua mulher despertou o animal primitivo dentro de si.

Ela trancou a porta do banheiro quase com violência e depois a olhou.

- O que está fazendo Anitta, por quê me trouxe...

Anitta a interrompeu.

Simplesmente colou os lábios aos dela, fechando os braços em torno da cintura dela, com os braços presos entre os dela sem que Ohana pudesse reagir.

Foi um beijo tenso.

De dor e desespero, mas ela correspondeu como se estivesse alucinada.

Quando o beijo terminou Ohana estava tonta, ofegante e furiosa.

- O que está fazendo? Acha mesmo que pode me arrastar até aqui desse jeito?

Mas Anitta estava tão furiosa quanto ela.

- Sim! Não só acho como fiz!

- Sua...sua...você é uma idiota, uma escrota Larissa!

Anitta sorriu, mas não havia diversão em seu sorriso.

Os olhos de Anitta soltavam faíscas de ódio.

Ela sabia que estava sendo rude com Ohana e não era essa sua intenção inicial, mas agora que tinha começado não conseguia mais parar.

- Faça bom proveito da sua escrota, Ohana!

Havia loucura e desejo em seus olhos quando ela a prensou contra a parede num gesto de puro domínio.

Ohana tremeu quando Anitta prendeu suas mãos no alto da cabeça impedindo-a de se mover.

Mas não tremeu de medo e sim de excitação.

Ohana ficava fora de si apenas com a mínima proximidade da morena e ela estava muito, muito perto.

Ela queria falar, dizer que a amava e que estava louca de ciúmes, mas em vez de palavras o que saiu de si foram ações.

Anitta a beijou com uma precisão tão intensa que a fez amolecer.

Mas Ohana estava determinada a ditar ela mesma os passos de sua própria vida, por isso debateu-se contra ela quando o beijo foi ficando mais suave.

Era uma guerra de gênios ali, e Anitta não estava nem um pouco disposta a perder.

Impôs toda sua força para paralisá-la, mas ela sabia que não poderia continuar acariciando-a enquanto ela debatesse como uma onça ferina.

Por isso soltou-a e se afastou.

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