Sala Escura

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Na sala escura
O brilho da solidão ilumina
O silêncio grita cada vez mais alto
O eco é da minha tristeza clamando por ti
A televisão é as memórias do passado
Cada canal que passa
É cada vivência relembrada

O vento frio que migra de um lado para o outro
É como o seu toque sob mim:
Gélido!
Talvez é tu que estas aqui
Será? Não sei, minha mente só quer adormecer
O calor do vazio é que nem o seu amor por mim:
É fogo em um nada, teu amor é apenas diversão da minha ilusão

Meu andar pesado
Cambaleia de um lado para o outro
Minha visão está turva
As janelas estão cerradas
As portas estão trancadas

Só há este sofá
Que me lembra da minha entrega a ti
A música toca ao fundo
Que doideira!
Nunca pensei que minhas memórias iriam se tornar a batida
Muito menos melodia!

O cheiro de mofo é que nem a minha vida
Está apodrecendo a cada dia
As paredes são meus sorrisos de "está tudo bem"
As portas não tem tranca para abrir
Pois a tranca foi embora
Junto ao meu amor por ti
Janelas cerradas?
Sim, pois me fechei ao ponto de não  conseguir mais me esvaziar

O chão de vidro é o meu reflexo:
Nele podia ver o meu eu
E o meu eu podia ver meu reflexo:
É sem textura;
Sem cor;
Gelado!

Meu ser jogado nos cantos desta sala
Preso!
Sem ar puro
Sem renovação

Eu estou preso
Junto ao o meu passado
Dela eu não saio
Porque meu tempo já foi roubado
Neste eterno devaneio



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