HENRIQUE PONTES
Ainda não consigo acreditar que Vitória foi capaz de dormir assistindo um filme de terror! Mas tirando por sua fisionomia, a dor devia ser muito grande mesmo. Por isso fiz a única coisa que poderia naquele momento: lhe dar carinho e conforto, que prontamente fizeram com que ela adormecesse em meu colo.
- Nunca pensei que ficaria tão feliz e completo só por estar perto de uma pessoa. Quem diria Henrique! - digo sozinho enquanto olho Vitória dormindo serenamente.
Fico na dúvida se devo ir e deixá-la descansar, ou fico até que acorde. Mas isso não vem ao caso, quando o filme terminar decido o que fazer.
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Acordo com uma dor horrível nas costas, ainda zonzo sem saber onde estava. Percebo que assim como Vitória o cansaço tomou conta de mim e dormi ali mesmo sentado com ela em meu colo. Olho o relógio ao lado da cabeceira e são 02:00h da manhã.
- Bom, acho que não preciso mais escolher, vou ter de dormir aqui mesmo.
Levanto delicadamente para que Vitória não acorde. A ajeito em um lado da cama, cubro com um edredom e me deito ao seu lado, a puxando pra perto de mim para que possa abraçá-la.
- Nossa eu estou tão piegas! Dane-se, não há outro lugar em que eu gostaria de estar nesse momento. Boa noite minha princesa. - dou um beijo em sua cabeça e caio rapidamente no sono.
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Acordo com o celular vibrando em meu bolso e com o susto quase acordo Vitória. Olho para o relógio e são 06:30h. Pego o celular e atendo cochichando para que ela não desperte.
- Oi? - digo e depois percebo que nem olhei de quem era a ligação.
- Henry?! Onde você está? Dona Amélia não dormiu a noite toda preocupada, pois ligávamos e só caia na caixa postal. - Ana praticamente berra do outro lado da linha.
- Calma Ana, estou bem, dormi aqui na casa da Vitória, cai no sono e acabei esquecendo de avisar. Peça perdão à Dona Amélia pela preocupação.
- Como é? Você dormiu na casa da Vitória? Então quer dizer... - antes que ela tenha chance de terminar a corto:
- Quer dizer Ana que o filme estava tão chato e estávamos tão cansados que ambos caímos no sono. Não rolou nada. Mas se quiser saber nunca dormi tão bem na vida! - digo olhando para Vitória que dessa vez estava deitada de frente a mim.
Me despeço de Ana e levanto vagarosamente e com cuidado. Vou ao banheiro e depois decido fazer um belo café da manhã.
Pra minha sorte a geladeira dela estava abastecida e muito variada por sinal. Frito uns ovos, faço umas torradas e um Capuccino que aprendi a fazer em uma viagem à Itália.
Encontro uma bandeja na cozinha e arrumo delicadamente. Pego duas margaridas no arranjo e coloco em um copo de requeijão.
- NOTA MENTAL: Preciso comprar vasos de flores para Vitória!
- Pronto, tudo bem clichê! Espero que ela goste. - digo indo em direção ao quarto.
VITÓRIA LINS
Acordo com o cheiro de ovos misturado com café que quase me fazem flutuar como nos desenhos animados. Fico meio atordoada até assimilar o que havia acontecido: dormi no meio do filme.
- Gente, que vergonha! Será que Henrique está aqui ainda? É óbvio Vitória, café e ovo frito não se fazem sozinhos. - me corrijo diante da besteira que pensei.
Henrique entra no quarto com uma bandeja com o café da manhã e um lindo copo de requeijão com duas margaridas.
- Bom dia minha princesa. Dormiu bem? Está se sentindo melhor? - ele me pergunta deixando a bandeja em minhas pernas e com um beijo em minha testa.
- Bom dia! Me desculpe, eu não pretendia dormir no meio do filme, mas estava muito cansada. Me desculpa mesmo, eu... - tanto me justificar com o rosto vermelho de vergonha, quando ele me interrompe com um carinho em meu rosto.
- Tudo bem, eu devo confessar que também cai no sono, então estamos quites. - ele me diz me oferecendo uma xícara de café.
- Preciso ir ao banheiro primeiro, já volto. - levanto para fazer minha higiene matinal.
Quando retorno vejo que Henrique olha curioso para meu recipiente de medicamentos em cima da mesinha de cabeceira.
- Vejo que já achou meus bombons. - digo assustando ele que estava distraído.
- Desculpa é que, você toma tantos medicamentos assim? - ele me questiona preocupado com a quantidade de comprimidos.
- Sim, não tenho muita alternativa, mas já me acostumei. São males necessários. - digo tentando tirar a importância do fato.
- E então, vamos tomar café, parece que está muito gostoso. - digo sentando ao seu lado.
- Com certeza, você vai ser a primeira depois da Dona Amélia a experimentar meu cappuccino. - ele diz todo orgulhoso.
- Nossa que honra! Vamos ver Sr. Jacquin. - digo experimentando.
- Quero sua opinião sincera, Dona Amélia é um tanto quanto suspeita. - ele diz rindo ao lembrar- se de sua avó.
- Parabéns, você é um ótimo barista, está maravilhoso. - digo saboreando o melhor cappuccino que já tomei na vida.
- Eu disse. E sabe o que é melhor ainda que ele? Um beijo com gostinho de café. - ele diz se aproximando de mim e me dando um selinho.
Antes que se afaste eu o puxo pra mais perto e o beijo, de maneira que este vai se aprofundando conforme nos tocamos. Nossas línguas sentem necessidade uma da outra e conforme a dança se sincroniza, nossos corpos vão esquentando, fazendo com que me puxe pela nuca, espalhando beijos pelo meu pescoço, orelha e descendo até meu colo, me fazendo soltar gemidos reprimidos a muito tempo.
O puxo mais uma vez e o beijo com mais paixão e necessidade, minhas mãos deslizam por sua costa enquanto o beijo vai se intensificando. Sinto sua excitação por debaixo da calça. Paro instantaneamente. Ele me olha sem entender nada.
CONTINUA...
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Um Lobo em Minha Vida
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