Capítulo 37

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VITÓRIA LINS

Depois de alguns dias naquela enfermaria me sinto bem melhor. Ainda não posso dizer que estou 100%, pois isso de fato nunca estou, mas comparando meu estado anterior, estou bem melhor.

Henrique tirou férias e se mostrou um ótimo enfermeiro nesse período. Não posso negar que estou ficando bem mal acostumada com toda essa bajulação.

- Bom dia amor, dormiu bem? - ele enquanto prepara aquele Capuccino que tanto amo.

- Bom dia, gostei do novo visual. - digo zombando ao vê-lo com meu avental rosa de bolinhas e babados.

Ele largou o que estava fazendo e para em minha frente, sem dizer uma palavra, apenas me encarando com aquele olhar sexy que tanto amo.

- Você é uma mocinha muito malvada, vou ter de lhe ensinar umas lições de etiqueta mais tarde. - ele diz beijando meu pescoço e me puxando contra seu corpo.

- Desculpe senhor, prometo ser uma boa menina, desde que prometa que sairei viva da nossa aula. - digo mordiscando o lóbulo de sua orelha.

- Não se preocupe, serei bem carinhoso com você, Srta. Lins.

Tomamos café juntos e nos despedimos, pois ele precisava ajudar seu pai no processo contra Paulo, que até o momento ainda estava foragido, apesar das acusações de corrupção ativa, desvio financeiro e tentativa de homicídio.

Não posso negar que o fato de ele ainda estar por aí solto me causa arrepios, mas não posso parar minha vida por isso. Todos seguimos nossas vidas, apesar de todo receio e cautela.

Algum tempo já passou e Ana está com seis meses de gestação e decidimos fazer hoje um chá de bebê revelação na mansão dos Pontes.

Chego por volta das dez horas da manhã e encontro Dona Amélia na poltrona, tomando seu chá e lendo um livro.

- Bom dia minha filha, como está? - ela diz afetuosa ao me ver.

- Estou bem princesa, e a senhora como está? Preparada para a festa de hoje? - digo imitando o passo do John Travolta e a fazendo cair na gargalhada.

- Não minha filha, dormirei cedo hoje, sabe que sua avó não aguenta mais esse tipo de evento, meus quadris não são como antes.

- Ana, já acordou? Temos um longo dia no SPA hoje.

Contratamos um empresa para cuidar de toda organização da festa. Ana disse apenas o tema e deixou tudo nas mãos do buffet. Sinceramente não sei se teria essa coragem, até mesmo porque não tenho o mesmo poder de "investimento" que os Pontes.

- Ana está dormindo mais que gato de hotel, ainda está no quarto desde que Heitor saiu pra trabalhar.

- Vou acordar essa dorminhoca, até mais vozinha. - depois de muito tempo jamais achei que diria novamente essas palavras de forma tão afetuosa, mas me sinto grata pela oportunidade de ser a nova neta de Dona Amélia.

Subo as escadas e encontro Ana dormindo tão serena, que até tenho pena de acordar, mas ela escuta quando estou saindo e rapidamente desperta.

- Vick me dá uma dose de cafeína, pelo amor de Deus, não aguento mais dormir. - ela diz espreguiçando e passando carinhosamente as mãos em seu ventre.

- Sabe muito bem que não pode, agora levante que temos de dar um jeito nessas olheiras.

Depois de enrolar alguns minutos ela enfim levanta e resolve se arrumar para sairmos. Meia hora depois tomamos um café da manhã reforçado e vamos ao SPA indicado por minha mãe.

Definitivamente precisávamos desse carinho em nós mesmas. Saimos depois de cinco horas de massagens, hidromassagens, tratamentos para a pele e tudo que tinhámos direito.

Chegamos algumas horas antes da festa e prevendo isso, deixei minha roupa na mansão, para não precisar ir até meu apartamento.

Nesse meio tempo ajudo Ana a se arrumar e vestir seu deslumbrante vestido branco, que abraça delicamente seu corpo, dando um toque majestoso à sua barriga.

- Nunca a vi tão linda Aninha! - digo a abraçando enquanto ela tenta conter a emoção paranao borrar a maquiagem.

A festa transcorre maravilhosamente, com todos se divertindo e dançando. Heitor e Ana estão irradiando felicidade, chegando a contagiar todos.

Enfim chega o maravilhoso momento da revelação. Ainda sem saber de absolutamente nada, Ana recebe da cerimonialista um guarda chuva preto. A moça pede que Ana feche os olhos e abra o guarda chuva.

Henrique esta ao meu lado, soando frio e tremendo, parece até que é o filho é dele. Só perde pra Dona Amélia que está sentada ao meu lado agarrando minha mão com tanta força que chegava a doer.

Chega o tão esperado momento, Ana chama o marido para seu lado, mas ele se recusa, disse que queria guardar essa imagem em sua memória.

Ana suspira e fecha os olhos, três segundos depois somos invadidos por uma fumaça azul, que toma conta de todos os lados na mesma proporção em que os gritos de euforia se espalham pelo local.

Um Lobo em Minha VidaOnde histórias criam vida. Descubra agora