Capítulo 36

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HENRIQUE PONTES

- Diz logo o que quer me dizer Samantha. - digo ainda incrédulo em me dispor a ouvir o que ela tem a dizer.

- Primeiro quero que saiba que nunca foi minha intenção machuchar ninguém. - ela diz cabisbaixa e antes que eu esboce qualquer reação ela dispara:

- Paulo mandou trocar as medicações de Vitória por placebo a dois meses e mandou entregar no escritório. Ele queria se vingar por ela ter desmascarado o esquema dele.

Aos poucos tento assimilar o que acabava de ouvir e ela continuou me dizendo todo o plano sujo que ambos tinham em mente: ela se casaria com Luís Ricardo, roubariam todo o dinheiro dele, Paulo deixaria meu pai falido e por fim fugiriam juntos para o exterior.

- Paulo só não contava que eu me apaixonaria pelo meu marido e que Vitória desmascaria seus desvios.

- COMO VOCÊ PODE FAZER ISSO SAMANTHA? VOCÊS QUASE MATARAM VITÓRIA! - grito indignado socando a mesa e atraindo a atenção de todos na lanchonete do hospital.

- Me perdoe Henrique, eu não sabia que ele faria isso, soube somente quando recebi a notícia que Vitória estava no hospital e ele ligou se vangloriando. Nunca pensei que ele teria coragem de machucar alguém, me arrependo profundamente de fazer parte de toda essa sujeira. - ela diz com o rosto lavado em lágrimas e sem conseguir me encarar.

- Isso não faz diferença agora Samantha! Mas você tem a chance de tentar se redimir e amenizar o dano que fizeram.

- Sim, diga como posso ajudar, farei o que for possível.

Conversamos e digo o que ela precisa fazer para me ajudar a colocar Paulo atrás das grandes. Ela prontamente concorda e mais uma vez pede perdão.

Deixo Samantha ainda sem acreditar que Paulo foi capaz de ir tão longe para nos atingir.

Ana: Onde você está? Vick acordou!

Subo às pressas os quatro lances de escadas e corro em direção ao quarto de Vitória. Ao chegar na porta a vejo sentada, tentando se alimentar. Corro em sua direção e o ela me dá aquele sorriso que tanto amo, que apesar de tímido, enche meu coração.

- Meu amor, como você está? - digo beijando suas mãos roxas pelas marcas do acesso venoso.

- Já estive melhor. - ela sorri. - Me desculpe pelo susto, ainda não sei o que aconteceu, mas provavelmente tenha sido minha culpa por não procurar ajuda antes.

Explico a Vitória e Ana o que acabo de descobrir e ambas ainda estão sem reação. Deixo claro que isso não ficará impune e peço que não se preocupem. Digo a Ana que vá descansar em casa, pois o hospital não é um dos melhores lugares para uma grávida ficar. Elas se despedem e enfim posso ficar sozinho com Vitória.

- Meu amor, pensei que tinha te perdido. Não sei mais viver sem você e agora tive certeza disso. Te amo mais que tudo nessa vida. Por favor não me deixe! - digo aos prantos enquanto ela sorri.

- Você parece uma criança chorando assim. Calma que não vou te deixar livre tão fácil, prometo! Te amo demais pra isso. - ela diz enxugando minhas lágrimas e beijando a ponta do meu nariz.

O fato é que não consigo mais viver sem Vitória e a constatação disso me fez perceber que a vida é um sopro e quero o quanto antes que ela fique para sempre a meu lado.

VITÓRIA LINS

Acordo com Ana cochilando segurando minhas mãos. Não consigo assimilar ao certo o que aconteceu, a última coisa que lembro é que sai da sala de reuniões e a partir daí tudo é um breu.

- Ai minha cabeça! - digo ao tentar me mexer e Ana desperta com um sorriso ao ver que acordei.

- Minha amiga, que susto você me deu, nunca mais faça isso comigo garota! - ela diz me abraçando e beijando aos prantos.

- Calma Aninha, não sei se posso te prometer, pois nem sei o que eu fiz. - digo ainda sem compreender nada.

Ana calmamente me explica o que aconteceu: estava a três dias em coma induzido pelo inchaço em meu cérebro. Ao desmaiar, cai com a cabeça na quina da mesa que acabou criando um edema que se tornou mais grave devido minha condição.

- Estou a três dias aqui? - digo tocando minha cabeça.

- Na verdade quatro, mas o que importa é que agora você está acordada minha amiga.

Somos interrompidas pela enfermeira que entra com uma bandeja de medicações.

- Olha só, nossa Bela Adormecida enfim acordou. - ela diz ao me ver. - Vou chamar o Dr. Fagundes e trazer sua refeição mocinha, você precisa se alimentar.

Só em pensar em comida me embrulha o estômago e faço uma cara de enjoo que leva Ana ao riso.

- Nem vem bonitona, você precisa comer!

Enquanto espero a refeição, Ana me atualiza de tudo que aconteceu enquanto eu estava apagada, inclusive sobre o encontro nada casual de Henrique com meus pais.

- Nossa, já sei que vou ouvir horrores deles. Pelos menos se deram bem, não é mesmo? - olho desconfiada para Ana.

- Fica tranquila, me atrevo a dizer que eles já o tratam como um filho - ela diz lembrando do dia em que minha mãe deu uma bronca em Henrique ir pra casa e tomar um banho.

A comida chega e tento empurrar tudo mesmo que meu estômago diga o contrário. A porta se abre e vejo Henrique correr em minha direção e me pegar pelas mãos. Não consigo conter o sorriso em vê-lo, mas ainda me sinto culpada por não procurar ajuda antes.

Me desculpo pelo susto e ele me diz o que realmente havia acontecido. Como eles foram capazes de chegar a esse ponto?

Henrique pede que Ana vá pra casa descansar e concordo, minha amiga nem poderia estar aqui.
Após muito relutar ela se despede e sai.

- Meu amor, pensei que tinha te perdido. Não sei mais viver sem você e agora tive certeza disso. Te amo mais que tudo nessa vida. Por favor não me deixe! - Henrique me diz aos prantos e não consigo conter o sorriso, pois nunca pensei que um dia teria a sorte encontrar alguém assim e viver um amor tão intenso.

- Você parece uma criança chorando assim. Calma que não vou te deixar livre tão fácil, prometo! Te amo demais pra isso. - digo enxugando suas lágrimas e beijo a ponta de seu nariz.

Se ele soubesse o quanto o amo, jamais se preocuparia que eu o deixasse, pois se depender de mim, nossa história está apenas começando e prometo fazer o possível para que seja eterna enquanto dure.

Um Lobo em Minha VidaOnde histórias criam vida. Descubra agora